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Press Kit - Reforma do Palácio Capanema
Mariana Alves/ Iphan
MinC e Iphan promovem visita guiada ao Palácio Gustavo Capanema, ícone da arquitetura moderna brasileira, na terça, (06/05)
Tombado em 1948, o edifício foi restaurado com investimento de R$ 84 milhões e vai conciliar áreas abertas ao público com escritórios do MinC e suas vinculadas
O Ministério da Cultura (MinC) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizam nesta terça-feira, 6, a partir de 8 horas, uma visita guiada ao Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com jornalistas convidados. Participam a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente do Iphan, Leandro Grass, a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi, e o secretário executivo do MinC, Márcio Tavares.
A ação oferece aos jornalistas a oportunidade de conhecerem, em primeira mão, os detalhes da intervenção em um dos maiores símbolos da arquitetura moderna no mundo, além de esclarecerem dúvidas sobre o processo de restauro, que está em sua fase final. A reinauguração oficial do edifício está prevista para o dia 20 de maio.
As obras de conservação e modernização do Palácio Gustavo Capanema começaram em fevereiro de 2019, com foco no restauro da estrutura e na preservação do valor histórico do prédio, que ocupa uma área de 27.536 m² no coração do Rio de Janeiro. O investimento total do Governo Federal é de R$ 84,3 milhões, via Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), com cerca de 100 trabalhadores mobilizados nos períodos de maior atividade.
O edifício passou por uma modernização interna e recuperação do mobiliário e dos jardins, conduzida pelo Iphan. Foram refeitas as instalações elétricas, sanitárias, hidráulicas e de combate a incêndios, além do sistema de vigilância. A recuperação dos espaços internos incluiu piso, móveis, luminárias e persianas.
A nova proposta prevê a abertura do espaço à população, conciliando áreas de visitação com as atividades administrativas do MinC e suas instituições vinculadas. Destaque para a transformação do "pavimento do ministro" em área visitável e a criação de um espaço multiuso no nono andar.
A adequação garante a preservação de um bem tombado central para a vida cultural do País e impulsiona o turismo, a educação e a pesquisa, beneficiando diretamente o Rio de Janeiro e toda a região metropolitana.
O edifício
O Palácio Gustavo Capanema, construído entre 1937 e 1945 para sediar o Ministério da Educação e Saúde Pública, é um ícone da arquitetura mundial, com projeto liderado por Lucio Costa e participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e consultoria de Le Corbusier. Com 16 pavimentos, o edifício é um marco da arquitetura modernista e do patrimônio cultural brasileiro.
Além de sua importância arquitetônica, abriga obras de Cândido Portinari, Burle Marx, Bruno Giorgi, entre outros artistas consagrados, razão pela qual foi inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes em 1948.
Símbolo da cultura nacional, o edifício também foi um marco de resistência sendo palco de movimentos em defesa da cultura. Em 2016, com o “Ocupa MinC, ação organizada pela sociedade contra a então extinção do Ministério da Cultura pelo governo de Michel Temer (MDB). Em 2021, os protestos foram, novamente, contra o desmonte do MinC, e contrários à inclusão do Capanema na lista de imóveis que seriam leiloados pelo governo de Jair Bolsonaro. A repercussão negativa da venda do Palácio fez o governo federal retirá-lo do “feirão de imóveis”.
Serviço:
O quê: Visita guiada às obras de restauração do Palácio Gustavo Capanema
Quando: 6 de maio de 2025, das 8h às 11h.
Onde: Palácio Gustavo Capanema, R. da Imprensa, 16 - Centro, Rio de Janeiro (RJ)
5 PONTOS PARA PRESTAR ATENÇÃO
1. A importância do azul
As caixas d’água do Palácio Capanema, localizadas na Cobertura, chamam atenção pelo azul intenso. Esse foi o primeiro elemento que a arquiteta Lina Bo Bardi viu ao chegar ao Brasil, fugindo da II Guerra Mundial. Muitos imigrantes da época descreveram o azul como símbolo de esperança, já que era visível do porto, local de chegada dos navios.
Já a inspiração de Lucio Costa para o azul das paredes internas laterais dos pavimentos-padrão do Capanema veio da torre da igreja setecentista de Santa Luzia, também tombada pelo Iphan, além de ser uma cor tradicionalmente associada à representação de Nossa Senhora. A igreja pode ser vista à frente da fachada sul do edifício, criando uma interação entre a tradição e o moderno.
Antes da década de 1980, quando o edifício Capanema passou por outra grande restauração, Lucio Costa revisitou a obra já concluída e apontou que o azul aplicado não correspondia à tonalidade original que havia idealizado. O arquiteto solicitou novas tintas e, pessoalmente, preparou a mistura, combinando diferentes pigmentos até chegar à tonalidade desejada. Esse tom de azul foi, então, padronizado, e sua fórmula transformada em uma versão industrializada, utilizada nas restaurações subsequentes do edifício. Os técnicos chamam essa tonalidade de "Azul Lucio Costa".
2. 8º Andar — O pavimento-modelo do Capanema
O 8° andar, que em 1945 abrigou o Iphan, então dirigido por Rodrigo Melo Franco de Andrade, será o pavimento padrão do Palácio Gustavo Capanema. O mobiliário original desse pavimento foi preservado e traz um significado simbólico, refletindo o legado do período modernista no Brasil.
Desde a gestão de Rodrigo Melo Franco de Andrade, figuras importantes transitaram pelo andar, como Lucio Costa, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Aloísio Magalhães, que presidiu o Iphan de 1979 a 1983, ano de criação da Fundação Nacional Pró-Memória e da Secretaria de Cultura do MEC.
Trata-se de um pavimento flexível. A planta livre foi uma inovação da época.
3. 4º Andar – A Biblioteca Euclides da Cunha e os móveis "pés de palito” de Niemeyer
Na biblioteca, todos os móveis no estilo “pés de palito”, de autoria de Oscar Niemeyer, foram restaurados durante a obra. Já nos vidros internos e da fachada, uma leve diferença de cor permite distinguir as peças originais, importadas da Bélgica, das substituídas.
O 4º andar foi pensado com divisões internas específicas para organizar o fluxo de pessoas. É o único pavimento que ainda mantém sanitários voltados para o hall social. Inicialmente, todos os andares tinham essa configuração. Com o restauro, foram criados corredores internos para acomodar áreas técnicas, como os sistemas de ar-condicionado. Apenas na biblioteca, os banheiros externos foram preservados.
4. 2º Andar – O andar da ministra
Esse foi o pavimento mais alterado ao longo do tempo. O projeto inicial previa um espaço mais compartimentado, representando uma transição da arquitetura tradicional para a moderna: o segundo andar teria divisões internas, enquanto os superiores adotariam espaços mais abertos.
Durante as décadas de 1980 e 1990, o andar perdeu grande parte dessas divisões para ser adaptado a salas de reunião. A partir dos anos 2000, passou a abrigar áreas de exposição.
Nele estão algumas das principais obras do edifício: o mural "Jogos Infantis", de Cândido Portinari, no hall; “Ciclos Econômicos”, também de Portinari, no Salão Portinari; além de esculturas. O jardim acessível a partir desse pavimento foi projetado por Roberto Burle Marx.
5. Mezanino e Auditório Gilberto Freyre
O mezanino é o espaço mais visitado do edifício. O salão de exposições sempre foi destinado a mostras temporárias, com fácil acesso do público.
O local é quase como uma "catedral moderna", passando a sensação de monumentalidade por sua escala em relação aos visitantes.
O Auditório Gilberto Freyre, também localizado no mezanino, foi projetado com piso inclinado. O palco original era muito baixo, e Lucio Costa construiu uma estrutura de madeira sobre o concreto para elevá-lo. O auditório ainda conserva uma tela retrátil embutida no piso, tecnologia bastante inovadora para a época.
GALERIA DE IMAGENS
https://www.gov.br/iphan/pt-br/sala-de-imprensa/galerias-de-fotos/palacio-gustavo-capanema

