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ADEUS
Nota de pesar: Décio Otero
Foto: Edouard Fraipont/Divulgação/Ballet Stagium
É com pesar que o Ministério da Cultura (MinC) recebe a notícia da morte do bailarino e coreógrafo mineiro Décio Otero, na noite de segunda-feira (28), aos 92 anos. Um dos fundadores do Ballet Stagium, a companhia privada de dança mais antiga do Brasil, ele assinou cerca de 100 coreografias ao longo de sua trajetória artística.
Natural de Ubá (MG), ele começou seus estudos em dança no Ballet de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Tinha 17 anos. Em 1956, entrou no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do qual se tornaria solista. No mesmo ano conheceu sua futura mulher, a bailarina húngara Marika Gidali, com quem criaria o Stagium.
Em 1959, ele passou a compor o elenco do Ballet do Rio de Janeiro, com o qual realizou turnê internacional. Na década de 1960 fez parte do Ballet du Grand Theatre, de Genebra, na Suíça; do Balé da Ópera de Colônia, na Alemanha; e do Balé da Ópera de Frankfurt. Neste último atuou como primeiro-bailarino.
De volta a Minas Gerais, em 1970, desenvolveu, juntamente com Marika, o programa Convite à Dança, da TV Cultura. No ano seguinte eles fundaram o Ballet Stagium.
A companhia deixou sua marca na dança no país, com apresentações em presídios, hospitais e escolas. Seus espetáculos combinavam arte, política e questões sociais. Entre eles destacam-se Quarup ou a Questão do Índio (1977) e Pantanal (1986).
Otero recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo em 1961 e prêmios da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) em 1974, 1977 e 1979. Em 2005, o Ballet Stagium foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC).
Neste momento de luto, o MinC se solidariza com a família e os admiradores do talento de Décio Otero e enaltece sua contribuição às artes do país.