Semeando redes de Contra-Colonização
A Revista Pihhy segue tecendo alianças fundamentais para fortalecer o protagonismo indígena e ampliar as redes de resistência e reexistência.
Uma dessas parcerias inspiradoras é com a Composto Escola, uma experiência inovadora que, assim como nós, acredita na construção coletiva de conhecimento, no fortalecimento da autonomia indígena e na produção de saberes contra-coloniais.
Juntas, Revista Pihhy e Composto Escola caminham na construção de espaços que valorizam as epistemologias indígenas, promovendo ações que resgatam, registram e multiplicam saberes ancestrais.
Por meio da educação, da arte, da escrita e do pensamento crítico, reforçamos a importância de criar e ocupar espaços de resistência, garantindo que as vozes indígenas ecoem em diversos territórios e tempos.
Essa aliança fortalece um movimento maior: uma articulação de intelectuais, artistas, ativistas e educadores indígenas que constroem redes de conhecimento e práticas contra-coloniais, enraizadas na diversidade e na luta por um mundo mais justo.
Seguimos semeando juntos. Que as redes de protagonismo indígena cresçam e floresçam!
ESCOLA VIVA, YUSHIBU E O SAGRADO DA FLORESTA
A videoteca Composto Escola convidou a artista e liderança do povo Huni Kuin, Pãteani aību Kuī para integrar a equipe como bolsista de apoio à difusão do conhecimento atuando como diretora e cineasta de materiais didáticos audiovisuais no âmbito do projeto “Escolas Vivas: pedagogias territorializadas e materiais didáticos diferenciados para promoção da interculturalidade como política de educação pública” (Pró-Humanidades - CNPq)” e do projeto “Edições Cosmográficas: criação de materiais didáticos interculturais a partir de poéticas e pedagogias vivas” (Universal - CNPq).
Esta experiência de pesquisa e criação deu origem aos episódios Escola dos Cantos, Escola do Pãnkarin/ Una shubu pakarī , Escola do Rezo/ Una shubu rewe shushati, Escola do barro/ Una shubu mapu Ati, Escola do Kenê, Escola do Algodão, Escola da Aranha e Escola da Mata. São narrativas imbricadas com a experiência da Terra Indígena Huni Kuin do Alto do Jordão, mais pontualmente das Aldeias Tūku Nixi, aldeia Novo Lugar.
As pedagogias do sagrado, do rezo, da cura, do fortalecimento da matéria, entrelaçam-se nas materialidades do jenipapo, da medicina Bawe, dos kenês em interação profunda com o espírito yuxibu jiboia.
As narrativas são montagens onde as poéticas da escola viva Huni Kuī são acessadas pelo gesto de Pãteani aību Kuī de compartilhar as insondáveis dimensões cosmológicas destas pedagogias e poéticas a partir da mobilização de um coletivo multi específico e ancestral muito significativo.
Além de Pãntani como cineasta e mobilizadora de toda a produção, participam também o grupo de jovens cantoras txana aībaibu e anciãos Hunikui: Pajé Tene txana sapa hunikuī , Majé bimi kaya aību Kuī, Macheini aību Kuī, Keshtuani aību Kuī, Kanani aību Kuī, Shãkuani aību Kuī , Akuani aību Kuī, Rãkani aību Kuī, Txarani aību Kuī, Rabeani aību Kuī e Txima aību Kuī
FICHA TÉCNICA
Mestra Pãteani aību Kuī - Aldeia Tūku Nixi e Aldeia Novo Lugar
Município de Jordão, Acre, 2024
Videoteca COMPOSTO ESCOLA
Coordenação: Cacá Fonseca
Concepção: Laura Castro e Cacá Fonseca
Direção, captação e edição: Pãteani aību Kuī
Finalização e legendagem: Filipe Britto
Tradução: Marília Librandi e Tyr Peret
Vinheta: Eris Beatriz
Identidade Visual: Tiago Ribeiro