O "Center for Latin American and Caribbean Studies/University of California, Berkeley" busca traduzir para o inglês reflexões de intelectuais indígenas brasileiras, fazendo tais saberes circularem em outros territórios.
A tradução do texto da psicóloga e liderança Rejane Kaingang para o inglês é parte da importante parceria da revista semente com o centro.
Nele, a autora problematiza a psicologia eurocentrada e reflete sobre uma psicologia da floresta, pautada em outros princípios e subjetivações.
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Entendemos a noção de tradução num sentido amplo, envolvendo a criação de versões de textos de intelectuais indígenas brasileiros para a língua inglesa, como se faz na parceria entre as instituições mencionadas.
A Revista Pihhy tem a tradução como centro de seu trabalho, ao buscar registrar e disponibilizar conhecimentos e práticas de distintas epistemologias, em diversos idiomas e linguagens.
É um movimento contra colonial, de disponibilizar saberes duramente atacados no processo de colonização no Brasil, em outros países da América Latina e do mundo.
Para o curador e intelectual Gregório Huhte Krahô, o sentido mesmo de ‘pihhy’, traduzido normalmente como semente, apresenta grande complexidade, representando desde a perspectiva mehi, muito mais do que a noção, vista desde um viés ocidental.
Traduzir é, portanto, um processo possível, porém limitado. É um processo de diálogo entre epistemologias, que necessitam de deslocamentos, até mesmo, estéticos, para a comunicação.