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BALANÇO
Retomada e consolidação da economia criativa no Brasil marcam o ano de 2025
Foto: Carol Lando/MinC
O ano de 2025 representou um marco para a economia criativa no Brasil. Foi nesse período que a Secretaria de Economia Criativa (SEC) do Ministério da Cultura (MinC) foi recriada, reassumindo protagonismo na formulação e implementação de políticas públicas voltadas aos trabalhadores e empreendedores criativos do país. A retomada simboliza a consolidação da economia criativa como eixo estratégico do desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural brasileiro.
Com apenas seis meses de atuação, a Secretaria apresentou resultados expressivo. Entre as principais ações realizadas no período está a quarta edição do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) + Ibero-América 2025, realizada em dezembro, em Fortaleza (CE). Maior mercado público de economia criativa do país, o evento reuniu mais de 600 empreendedores de 15 setores criativos, promoveu rodadas de negócios, ações formativas e atividades artísticas. O levantamento preliminar aponta que a expectativa média de novos negócios para os próximos 12 meses alcança R$ 94,5 milhões, um salto de 35% em comparação à última edição de Belém (2023).

Outro destaque foi a abertura do Edital Inova Cultura, realizado em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ele destina R$ 2 milhões ao apoio de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) voltados ao fortalecimento da economia criativa nos nove estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e do norte do Espírito Santo — regiões que integram a área de atuação da Sudene. A iniciativa fortalece o apoio a projetos inovadores da economia criativa, com foco no desenvolvimento regional e na redução das desigualdades territoriais.
No âmbito da Lei Rouanet, por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), a SEC também lançou o edital para o desenvolvimento sustentável de Territórios Criativos, ampliando o alcance da política de fomento e estimulando iniciativas que integrem cultura, economia, inovação e desenvolvimento local.
A reestruturação da Secretaria tem como missão transformar a economia criativa em um pilar estratégico para o país, orientada por princípios como democracia cultural, sustentabilidade, diversidade e inovação. Um exemplo concreto dessa diretriz é o Programa Kariri Criativo, com implantação em nove municípios cearenses. A iniciativa tem investimento de R$ 4,8 milhões e articula redes de empreendedores, fortalece negócios locais e produz conhecimento sobre o impacto da cultura na vida das comunidades. A expectativa é que, a partir de 2026, ao menos um território criativo seja implementado em cada região do país.
“Em poucos meses, conseguimos avançar em ações estratégicas que fortalecem os empreendedores criativos em todo o país, ampliam o acesso às políticas públicas e reduzem desigualdades territoriais. O MICBR, os editais e os territórios criativos mostram que a economia criativa gera impacto econômico real e transforma vidas”, ressalta Cláudia Leitão, secretária de Economia Criativa do MinC.
Formação e qualificação: a força da Escult
Entre todas as entregas de 2025, a Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural (Escult) ocupa lugar de destaque.
Em quase dois anos de funcionamento, a Escult alcançou números expressivos:

Atualmente, a plataforma soma 157 mil estudantes cadastrados, 242 mil inscrições em cursos e 48 mil alunos certificados.
Perspectivas e legado para 2026
Para a secretária Cláudia Leitão, o mais importante é deixar políticas estruturantes para os criativos brasileiros. “Nosso compromisso é deixar um legado duradouro. A Política Brasil Criativo, o Observatório Celso Furtado e a ampliação dos instrumentos de financiamento vão garantir continuidade, planejamento e justiça para quem vive da cultura e da criatividade no Brasil”, disse.
Para 2026, a Secretaria se prepara para deixar um legado estruturante para o país. Entre as principais iniciativas previstas está o lançamento da Política Nacional de Economia Criativa – Brasil Criativo, conjunto de princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos destinados a consolidar a Economia Criativa, seus segmentos e territórios, como estratégia primordial na geração de trabalho decente e renda digna, com impactos relevantes para o desenvolvimento sustentável brasileiro.
Outro eixo central será a criação na SEC do Observatório Celso Furtado de Cultura e Economia Criativa (Obec), que foi estruturado a partir de parcerias com instituições de pesquisa públicas e privadas para liderar, apoiar e consolidar a rede de observatórios de cultura e Economia Criativa no Brasil. Com sua produção de dados confiáveis, ele oportunizará a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para a cultura e a Economia Criativa, assim como ampliará a gestão por evidências no MinC.
Também está prevista, em 2026, a implementação do Programa Nacional Aldir Blanc de Economia Criativa (PNAB- EC), condição necessária ao financiamento da Economia Criativa, de forma federativa, nos estados e municípios brasileiros.
Com essas ações, 2025 será lembrado como o ano em que o Governo Federal voltou a assumir seu papel na construção de um novo modelo de desenvolvimento, tendo a cultura, a criatividade e a inovação como pilares para fortalecer a imagem e a presença do Brasil no mundo. Viva o Brasil Criativo!