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COP30
Pontos de Cultura destacam papel dos conhecimentos tradicionais na preservação do planeta
Divulgação
O Ministério da Cultura (MinC) promoveu nesta quarta-feira (12), por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, o Painel Pontos de Cultura e Justiça Climática: saberes comunitários para o futuro do planeta – Rumo à 6ª Teia, no Pavilhão Brasil (Zona Verde) da COP30, em Belém (PA). A atividade reuniu representantes de diferentes entidades culturais que unem arte, sustentabilidade e preservação ambiental, reforçando o papel dos conhecimentos tradicionais no desenvolvimento sustentável.
“Desejo que nesta COP possamos entender, cada vez mais, a experiência dos povos originários e das comunidades tradicionais no trato com a natureza e que a gente tenha humildade de entender que eles conhecem mais disso do que nós”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes ao participar dos debates. “E que a gente possa adaptar esses conhecimentos às tecnologias novas e aí sim conseguir fazer alguma transformação na relação da humanidade com a natureza, porque é disso que se trata. É preciso haver uma mudança da cultura no tratamento das coisas naturais para que a gente consiga sobreviver. Trata-se da sobrevivência da própria humanidade”, completou.
Além de estar presente no cotidiano de muitos grupos que integram a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), a justiça climática também será tema da 6ª Teia Nacional dos Pontos de Cultura. Considerado um espaço de fortalecimento da política e de celebração da diversidade, o evento ocorrerá em março de 2026, no município Aracruz, que concentra a maior população indígena do Espírito Santo.
Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, o diálogo com a sociedade civil é fundamental na busca de alternativas para a emergência climática.
“Estamos aqui para reafirmar o nosso compromisso de construir um Plano Nacional de Culturas Indígenas e de avançar com os direitos culturais, que alavancam os direitos à existência e ao território. É muito importante a participação nessas discussões dos povos indígenas, dos povos tradicionais, dos povos de matriz africana, das comunidades ribeirinhas. Somente com a sociedade a gente vai poder reverter o atual quadro de crise climática e poder, de fato, avançar para um planeta mais seguro e mais sustentável”, explicou.
Experiências
Entre os participantes do painel, esteve o Ponto de Cultura Iacitata, do Pará, que atua com cultura alimentar e produção de alimentos sem agrotóxicos e provenientes da agricultura familiar. A entidade está na Blue Zone, na rota da COP30, levando os saberes e sabores que nascem da floresta aos participantes da conferência.
“Quando se fala de justiça climática, a gente está falando da nossa própria soberania, dos nossos modos de vida e não existe nenhum tipo de justiça quando nós somos impedidos de existir. Por isso, é muito importante ter um espaço como esse, garantido pelo governo no Brasil, para que possamos nos reunir, conversar e vermos a nossa realidade”, explicou Tainá Marajoara, cozinheira, professora e responsável pelo ponto de cultura Iacita.
Também estiveram presentes os representantes da Rede Ajuricaba - Pontão de Cultura do Pará; da Rede de Matriz Africana (Rema), do Espírito Santo; a Rede Afroambiental, Rio de Janeiro; do Pontão de Cultura Ancestralidade Africana no Brasil e do Ponto de Cultura Indígena do Acre.
Todos os participantes reafirmaram o papel da Cultura Viva como uma política pública estratégica para integrar arte, ancestralidade e sustentabilidade, fortalecendo as comunidades e conectando cultura e meio ambiente no enfrentamento à crise climática global.