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MICBR+IBERO-AMÉRICA
MICBR e Festival Elos levam música e diversão à praia de Iracema após encerramento das atividades formativas
Foto: Alicia Pilar/MinC
Centenas de pessoas se reuniram nas areias da praia de Iracema, em Fortaleza (CE), no penúltimo dia do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) + Ibero-América 2025. Com nomes como Iza e Getúlio Abelha, as apresentações musicais gratuitas são realizadas em parceria com o Festival Elos, que está em sua sétima edição.
Ao lado da secretária de Cultura do Ceará, Luísa Cela, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, subiu ao palco e destacou a importância do MICBR para o desenvolvimento da economia criativa no Brasil. “Este é um momento muito especial e importante após a retomada do Ministério da Cultura. Este espaço é para quem vende e para quem compra cultura e arte. Nosso objetivo em trazer o MICBR é abrir mais possibilidades para quem vive de cultura e arte com dignidade”, declarou.

- Foto: Filipe Araújo / MinC
Luísa Cela reafirmou a parceria entre governo e estado para realizar o MICBR em Fortaleza e o potencial do evento para a cultura. "Este evento é uma luz para mostrar a força da nossa cultura, a capacidade de produzir alegria, riqueza e fazer negócios. E foi a partir da desta parceria entre Governo do Estado, Prefeitura e Ministério da Cultura que se realizou o Mercado das Indústrias Criativas aqui”, finalizou.
Os shows de encerramento seguem até domingo (7) na praia de Iracema. No palco Elos, nomes como Gabi Nunes, Pantico Rocha, Otto, Vanessa da Mata e Gaby Amarantos conduzem a despedida do MICBR. O palco Aparelhagem recebe atrações que exaltam a cultura das aparelhagens e o ritmo pulsante da região Norte, com DJ Bugzinha, O Cheiro do Queijo, Montage e JSOM – A Fênix do Marajó.
Palhaçaria e música
O circuito de showcases de circo e música marcou as apresentações do último dia de atividades formativas do MICBR+Ibero-América. Treze artistas e coletivos levaram ao público curtas pensadas especialmente para curadores, compradores e agentes da cadeia cultural no Teatro Dragão do Mar e no Centro Cultural Belchior.
A dupla de palhaços Cup e Cake protagonizou uma competição pela atenção do público. A montagem da peça transporta para o palco a atmosfera competitiva dos programas, com dois confeiteiros rivais em uma disputa acirrada pelo título de Melhor Confeiteiro do Ano. Ao utilizar teatro físico, comicidade e elementos circenses, a peça satiriza com humor inteligente as convenções do gênero televisivo.
Por trás da tinta facial e vestes largas e coloridas, os palhaços Alice Campelo e Aldrey Rocha, do grupo cearense K’Os Coletivo, colecionam 20 anos de uma trajetória marcada por risos e palhaçadas. “É claro que a gente trabalha sério: afinal, fazer rir dá um trabalho danado! Mas no fundo, a gente carrega uma verdade simples. O palhaço só existe porque o público existe. São vinte anos aprendendo que, por trás de toda careta, há um olho que brilha, e que é ali, nesse encontro, que a verdadeira mágica acontece”, destacou Alice.
Aldrey Rocha, que divide a cena com Alice Campelo, explicou que a peça vai além da simples comédia. Para ele, a história cria uma metáfora saborosa sobre a criação. “No começo, parece só uma briga de egos, uma disputa por quem faz o doce mais perfeito. Mas a gente quis revelar que a maior invenção, como o cupcake, nasce justamente do encontro. O 'Cup' e o 'Cake' percebem que, sozinhos, são só ingredientes; juntos, viram uma celebração”, contou o palhaço, destacando que a narrativa celebra, no fundo, a beleza do trabalho coletivo.
O K’Os Coletivo atua nas áreas de circo, teatro, literatura e música. A produção engloba espetáculos cênicos, ações formativas e projetos de circulação e o grupo concentrou pesquisas na comicidade, o que resultou na criação de mais de 15 espetáculos, todos atualmente em cartaz. Com circulação nacional e internacional, o coletivo já percorreu quatro regiões do Brasil e realizou turnês em outros países.
O bloco, que ocupou a tarde e o início da noite do evento, contou com uma maratona de oito apresentações consecutivas. A abertura ficou a cargo do grupo cearense às 16 horas. A sequência apresentou as performances de coletivos como Lamira Artes Cênicas, Instrumento de Ver, Circo Zanni, Cia dos Palhaços, Palhaço Xuxu e Zuando Som.
Os showscases de música também embalaram o sábado (6). Entre os participantes, a cantora e compositora Maria Beraldo destacou a importância do evento como plataforma estratégica para a música independente. "Participar do MICBR é um marco. Este encontro é mais do que um festival; é um ponto de convergência essencial onde a música brasileira se encontra com todo os cantos", afirmou. "Para um trabalho autoral, que construo de forma independente e vertical, estar nesta vitrine é fundamental. É o lugar onde artistas, curadores e profissionais da cadeia criativa se conectam”.
“Meu reconhecimento vai a quem estrutura um evento como este. São essas iniciativas que abrem os caminhos para que nossas vozes e sonoridades circulem para novos ouvidos, criando um futuro mais integrado para a produção da nossa região", agradeceu o artista.
O integrante da banda Alaídenegão, Rômulo Ângelo, evidenciou a relevância do evento como instrumento de inclusão e valorização da diversidade cultural brasileira. "É muito importante para a gente este espaço, porque nós viemos de um cenário histórico de isolamento cultural. Estar aqui hoje é sobre quebrar esse isolamento. É a oportunidade de mostrar nossa cultura, nossas histórias de vida na cidade. Nosso repertório, construído a muitas mãos, fala dessa realidade manauara, dessa confluência de rios e do caos urbano que gera nossas narrativas”, afirmou.
A programação de showcases musicais também apresentou um conjunto diversificado de projetos autorais da nova cena brasileira. O palco recebeu a artista Di Ferreira, que articula elementos da MPB com uma estética eletrônica. Seguiu-se o projeto Ilessi, voltado para uma sonoridade atmosférica e vocal. A noite contou ainda com a apresentação de Almério, cujo trabalho se estrutura em uma base de folk e canção. O bloco foi finalizado pelo grupo Lambada de Serpente, que propõe uma releitura de gêneros regionais com uma abordagem contemporânea.
Saiba mais sobre o MICBR+Ibero-América 2025 aqui.
MICBR+Ibero-América
A edição 2025 é uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secult Ceará, e da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor.
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