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PROGRAMA OLHOS D’ÁGUA
Escolas Livres: Curso Sabores Afro será lançado no Dia de Iemanjá
Foto: Divulgação
O Instituto Pró-Cidadania (IPC), em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), realiza neste domingo (2) o pré-lançamento do curso Sabores Afro-Brasileiros, uma das principais iniciativas do projeto de formação cultural Arte e Cultura em Movimento. O ato marca ainda o Dia de Iemanjá, tradicional festejo cultural e religioso do país.
O projeto tem como objetivo capacitar jovens em diversas formas de arte e cultura, promovendo o desenvolvimento pessoal e contribuindo para a inserção no mercado de trabalho. O curso, ministrado pela renomada chef de cozinha Lourence Alves, doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ e professora na Universidade Federal da Bahia, destaca a rica herança culinária afro-brasileira.
Mais do que ensinar receitas, a formação explora as tradições religiosas de matrizes africanas que influenciaram diretamente a criação desses pratos, muitos deles originados em terreiros e que estão no cardápio do povo brasileiro. Ao promover esse conhecimento, o IPC - uma das 68 organizações que recebem fomento do MinC e compõem a política pública da Rede Escolas Livres em Formação de Arte e Cultura - reforça seu compromisso com a valorização da diversidade cultural e o combate à intolerância religiosa no Brasil.
Como forma de homenagear a data, o curso será lançado com uma receita especial: o mungunzá. Também conhecido como canjica em algumas regiões do país, o prato, doce ou salgado, carrega a força da ancestralidade afro-brasileira em seus ingredientes e modos de preparo. Em muitas tradições, ele transcende a função de alimento e se torna uma oferenda cheia de axé para Iemanjá.
O mungunzá (ou canjica) é ofertado devido ao simbolismo dos seus ingredientes e sua conexão com a Orixá. Feito com milho branco, sua cor representa pureza e paz, atributos ligados à força espiritual de Iemanjá, mãe de todos e protetora dos mares. O milho, por sua vez, simboliza fartura e nutrição, reforçando sua associação com a fertilidade e a abundância. Além disso, o preparo e a partilha do mungunzá refletem os valores de união e ancestralidade das religiões afro-brasileiras, sendo frequentemente ofertado nas praias ou rios como forma de agradecimento e pedido de proteção ao orixá das águas. “O curso Sabores Afro-Brasileiros é uma celebração das nossas raízes culinárias, valorizando os saberes e práticas que moldaram a cultura alimentar brasileira. Ele reafirma a importância da preservação e do protagonismo das matrizes africanas na gastronomia nacional”, ressalta Lourence Alves.
Escolas Livres
“Não há educação sem cultura. Ambas caminham em nossas vidas e devem andar juntas como políticas integradas. Dessa confluência, temos uma diversidade de espaços formativos que oferecem à sociedade civil atividades, por exemplo, em teatro, dança, circo, literatura, música, audiovisual, artesanato, culturas populares, afro-brasileiras e indígenas”, afirma o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba.
Há hoje 68 Escolas Livres em atuação e já é possível perceber o desenho de uma diversidade na partilha do saber, com vivências múltiplas e comunitárias, experiências vivas, calcadas nos territórios.
A diretora de Educação e Formação artística da Sefli, Mariangela Andrade, celebra a potência e a força dessas entidades que já estão realizando ações nas suas cidades. “A Rede Nacional de Escolas Livres tem 68 organizações da sociedade civil fomentando a produção do conhecimento e de práticas pedagógicas que são inclusivas e diversas, trabalhando com as infâncias, com as comunidades indígenas, quilombolas, periféricas, enfim, uma grande variedade de ações, públicos e de metodologias”.
Curso Sabores Afro-Brasileiros
Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Sanches, o curso "Sabores Afro-Brasileiros" busca resgatar e compartilhar essa conexão entre a gastronomia, a cultura e a espiritualidade, contribuindo para fortalecer as raízes africanas que moldaram a identidade brasileira. O curso estará disponível para todo o território nacional através do canal @oficial_ipc no YouTube, reafirmando o compromisso do Instituto Pró-Cidadania com a democratização do acesso ao conhecimento e a valorização da herança cultural afro-brasileira.
O projeto Arte e Cultura em Movimento é uma parceria do Instituto Pró-Cidadania (IPC) com o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Sefli, com o termo de fomento 949517/2023. Para mais informações sobre o curso e o projeto, acompanhe as redes sociais do MinC, e do IPC no Instagram.