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Economia criativa em foco: MICBR discute dados, oportunidades e o papel do Brasil Criativo
Foto: Victor Vec/ MinC
A economia criativa brasileira vive um momento de expansão e reposicionamento estratégico, impulsionada pela força de seus territórios, pela diversidade cultural e pelo crescimento de cadeias produtivas que movimentam conhecimento, tecnologia, arte e inovação. No MICBR + Ibero-América 2025, essa agenda ganhou centralidade em painéis, oficinas, mentorias, rodadas de negócios e showscases.
As atividades formativas analisaram o presente e refletiram sobre o futuro do setor, oferecendo ao público um panorama qualificado sobre seus desafios, oportunidades e diretrizes. “A gente sabe que a cultura é imaterial, mas ela tem essa parte econômica que fundamenta e estrutura muitos argumentos. E é importante que as pessoas que pesquisam, os gestores, como um todo, saibam mensurar, pois a gente precisa saber para falar para a sociedade”, disse o economista Gabriel Povedo, de Sorocaba (SP).
O painel ‘Economia Criativa em dados: o retrato de um setor em movimento’ foi um dos mais concorridos do evento e teve lotação máxima na sala A2 do Porto Iracema das Artes. No local foram apresentados indicadores, tendências e análises que ajudam a dimensionar o impacto na economia nacional e orientar políticas públicas mais robustas e eficazes.
A coordenadora-geral de Informações e Indicadores Culturais da Subsecretaria de Gestão Estratégica (SGE) do Ministério da Cultura, Sofia Mettenheim, comentou sobre a importância da Pasta adotar o Padrão de Dados do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), assim como deve ser feito entre os gestores e agentes culturais.
“A gente fez, junto com a sociedade civil, um compromisso de constituir metas ousadas e de que a gente teria esses resultados como horizontes para a construção dos dados, das informações dos indicadores que precisaria”, afirmou Sofia Mettenheim.
Na condução da atividade, o diretor-geral de Cultura da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Raphael Callou, declarou que “aproveitando esse panorama de dados indicadores, a OEI tem trabalhado muito também na perspectiva de um estatuto ibero-americano dos artistas e trabalhadores da cultura dentro dessa perspectiva da cultura como direito”.
Potência criativa
No contexto dos encontros e atividades, o tema da economia criativa segue em foco, integrando o eixo de debates que fortalece o Brasil Criativo. Essa política estruturante do Ministério da Cultura busca ampliar o acesso à formação, profissionalização, financiamento e circulação de bens e serviços culturais em todo o país.
Com o tema ‘O que é o Brasil Criativo? Entendendo o potencial da economia criativa’, o painel reforçou a importância da economia criativa como vetor de desenvolvimento, inovação e geração de renda, especialmente em territórios periféricos e comunidades tradicionais.
Para a secretária de Economia Criativa do MinC, Cláudia Leitão, um fator essencial é a sociedade entender o que é o mercado dentro das indústrias criativas, entender o que são os segmentos culturais e criativos. “Nós precisamos estruturar, essa é uma tarefa da Política Nacional de Economia Criativa, a partir dos territórios, sejam eles físicos ou digitais, os ecossistemas culturais e criativos”.
Outro ponto de destaque no diálogo entre os convidados e participantes do MICBR + Ibero-América 2025 é o desafio de reposicionar a economia criativa como eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável, a diversidade cultural, a inovação e a inclusão produtiva, além de pensar o que será um Brasil Criativo a partir de uma visão de mercado.
“Não existe movimento turístico forte, se a gente negligenciar o potencial da cultura e o potencial da economia criativa. Porque para além de se hospedar bem, o que as pessoas hoje desejam dos seus roteiros, é viver uma relação turística que garanta uma experiência e um fortalecimento das memórias. É nesse sentido que a cultura e a economia criativa andam lado a lado com o movimento turístico”, apontou a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.
A integração entre diferentes temáticas e a importância da cooperação entre União, estados e municípios para a implementação da política Brasil Criativo também passou pela temática da economia dos museus.
“O museu é um equipamento que está enraizado no território brasileiro. No país, temos 4.500 museus e mais de 500 pontos de memória. A economia de museus atinge muitos trabalhadores do segundo equipamento mais presente na identidade brasileira, só atrás das bibliotecas”, esclareceu a presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro.
Ao reunir especialistas, gestoras, empreendedoras, pesquisadores e agentes culturais de diferentes regiões do Brasil, o MICBR + Ibero-América 2025 consolida-se como espaço de escuta, troca e construção coletiva de conhecimento. Com dados qualificados e políticas bem estruturadas é possível orientar caminhos e ampliar o potencial de um setor que já se firma como força vital da economia brasileira.
MICBR+Ibero-América
A edição 2025 aconteceu em Fortaleza de 3 a 7 de dezembro e foi uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado, por meio da Secult Ceará, e Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor.
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