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Câmara aprova renovação de incentivos para modernização de salas de cinema
Foto: Maksuel Martins
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (28), o Projeto de Lei 363/25, que estabelece novos critérios para o repasse de recursos da Lei Aldir Blanc a estados e municípios. O texto, que agora segue para o Senado, incorpora a Medida Provisória 1280/24, prorrogando até 31 de dezembro de 2029 o Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine). Essa medida assegura a continuidade da política de desoneração de tributos federais para a construção e modernização de salas de cinema em todo o país — uma iniciativa fundamental para democratizar o acesso à cultura e reduzir desigualdades regionais.
“Para além da consolidação da Política Nacional Aldir Blanc, a prorrogação do Recine até 2029 demonstra o compromisso do Ministério da Cultura com a modernização do parque exibidor nacional e com o fortalecimento da cadeia produtiva do audiovisual. Uma medida essencial que garante não apenas o acesso da população ao cinema, mas impulsiona a produção cultural nacional”, destacou o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares.
O texto aprovado também atualiza os limites dos incentivos previstos na Lei do Audiovisual (Lei Nº 8.685/1993), defasados desde 2006. Cada projeto poderá captar até R$ 21 milhões em recursos incentivados, ante o teto anterior de R$ 7 milhões. A mudança considera o IPCA acumulado e ainda acrescenta um reajuste real de 15%, promovendo uma atualização importante frente à evolução tecnológica e às novas demandas do setor.
Além do Recine, o projeto prorroga os Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcines), que conectam o mercado financeiro ao audiovisual, estimulando a produção, distribuição e exibição de obras brasileiras independentes e projetos de infraestrutura.
Com as novas regras, a concessão de benefícios da Lei do Audiovisual será limitada a R$ 300 milhões em 2025, com previsão de aumento para R$ 803 milhões em 2026 e R$ 849 milhões em 2027. A Agência Nacional do Cinema (Ancine) poderá estabelecer metas e indicadores para o acompanhamento da aplicação dos recursos.
Para a secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga, a prorrogação do Recine e a atualização dos limites da Lei do Audiovisual representam avanços concretos para a retomada e expansão do setor audiovisual no Brasil.
"É uma vitória da cultura nacional, que assegura não só a modernização das salas de cinema, mas também o fortalecimento de toda a cadeia produtiva do audiovisual. Essa política pública é estratégica para garantir que o cinema brasileiro chegue a todos os cantos do país, promovendo acesso, diversidade e inclusão cultural", disse.
A manutenção e a atualização desses instrumentos são vistas como essenciais para fortalecer a economia criativa, fomentar a diversidade cultural e estimular a recuperação do setor de exibição, fortemente impactado pela pandemia de Covid-19. A expectativa é que o parque exibidor brasileiro seja modernizado, ampliando o acesso ao cinema para públicos de todas as regiões do país.