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DIÁLOGO
Bienal de SP: MinC reforça papel da cultura na agenda climática internacional
Foto: FCRB
O Ministério da Cultura (MinC) participou, no domingo (26), do encontro Diálogos do Balanço Ético Global (BEG), promovido em parceria com a Fundação Bienal de São Paulo. A atividade integrou a programação da Bienal e reuniu representantes de diferentes setores para refletir, de forma participativa e plural, sobre os caminhos éticos diante da crise climática e as contribuições do setor cultural nesse debate global. As reflexões e propostas apresentadas durante o encontro integrarão um documento coletivo de recomendações, que será encaminhado à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em novembro de 2025, em Belém (PA), consolidando a participação do campo cultural nas discussões sobre sustentabilidade.
Durante o encontro, Maguy Etlin, vice-presidente da Fundação Bienal e enviada especial da COP30, destacou o papel da arte e da cultura na sensibilização da sociedade para os desafios climáticos: “A arte e a cultura têm uma capacidade única de traduzir a complexidade da crise climática em experiência humana, de transformar dados em emoção e urgência em sensibilidade. Mas, mais do que isso, artistas e instituições culturais não são apenas comunicadores, mas agentes ativos na construção das transformações de que a sociedade precisa.”
O diálogo contou com a presença de Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), da diretora de artes visuais da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Sandra Benites, ambos representantes do Ministério da Cultura. A mediação foi conduzida por Antonio Lessa, Superintendente Executivo da Fundação Bienal de São Paulo.
Santini destacou o compromisso do MinC, sob a gestão da ministra Margareth Menezes, em integrar as políticas culturais à agenda climática. Segundo ele, iniciativas como a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, que destina cerca de R$ 3 bilhões anuais de forma descentralizada, alcançando comunidades indígenas, quilombolas e de terreiro, são estratégicas para fortalecer o setor e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
“A cultura tem um poder transformador: gera renda, emprego e oportunidades de maneira limpa e sustentável. São formas de viver e trabalhar que não agridem o meio ambiente e propõem uma convivência mais harmônica entre as pessoas, os territórios e a natureza”, afirmou
Em sua fala, Sandra Benites ressaltou a importância dos saberes ancestrais na construção de um modelo sustentável de futuro: “Quando a gente fala de povos tradicionais, a gente está falando de conhecimentos diversos e com metodologias diferentes, com formas diferentes de fazer as coisas (...). Essa nossa ciência ancestral pode e deve fazer parte das ações de sustentabilidade e do debate climático, porque nós sabemos, desde sempre, cuidar e preservar.”
A mesa contou ainda com a participação de Benjamin Seroussi, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, Chica Andrade, Dan Iochpe, Dione Assis, Juliana dos Santos, Luciana Saboia, Manauara Clandestina, Marina Daineze, Nádia Taquary, Tamara Klink, Thaynah Gutiérrez e Thiago Jesus. O evento, gratuito e aberto ao público, marcou mais uma ação conjunta do Ministério da Cultura e da Fundação Bienal de São Paulo na construção de pontes entre arte, sustentabilidade e políticas públicas, reafirmando o papel estratégico da cultura na agenda climática global.