Grupo de Amigos da Ação Climática
O Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura (GAACBC) é uma coalizão internacional informal, composta por Estados e organizações internacionais, com o objetivo de integrar a cultura como eixo estratégico nas políticas globais de mudança do clima.
A co-presidência atual é exercida por Brasil e Emirados Árabes Unidos (2023–2026), responsáveis pela organização das atividades do grupo, articulação de agendas, convocação de reuniões e coordenação das comunicações.
O principal objetivo do grupo é garantir que a cultura seja reconhecida como um pilar fundamental nas ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, influenciando os processos decisórios no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A atuação do grupo se dá por meio de ações de mobilização política, engajamento com negociadores climáticos e participação em eventos estratégicos, como as Conferências das Partes (COPs) da UNFCCC. Entre as metas está a criação de um Programa de Trabalho (Work Programme) sobre Cultura e Clima no âmbito da UNFCCC.
O GAACBC defende o reconhecimento do patrimônio cultural, das indústrias criativas e dos conhecimentos tradicionais e indígenas como ferramentas essenciais para a construção de resiliência, sustentabilidade e identidade em contextos de crise climática. Com o apoio da UNESCO como principal parceiro de conhecimento (Lead Knowledge Partner), a iniciativa representa um esforço articulado para posicionar a cultura como dimensão indispensável na ação climática global.
O grupo se baseia em quatro princípios fundamentais:
- a importância das artes, patrimônio cultural e indústrias criativas na promoção do desenvolvimento sustentável e resiliente ao clima;
- a necessidade de cooperação internacional e multissetorial, incluindo ações em nível local e regional;
- o engajamento inclusivo de diversos atores da sociedade, desde instituições culturais e artistas até detentores de saberes tradicionais; e
- a proteção à liberdade de expressão e à diversidade das expressões culturais.
Entre suas áreas de atuação, destacam-se:
- Adoção de estratégias culturais para adaptação e mitigação climática, com programas baseados em contextos locais e centrados nas pessoas;
- Transição justa e verde para o setor cultural, incluindo turismo, produção e consumo sustentáveis;
Valorização de sistemas de conhecimento diversos, como as comunidades tradicionais e os Povos Indígenas, bem como comunidades vulneráveis e marginalizadas;
Proteção do patrimônio cultural contra os impactos climáticos, em consonância com o Objetivo Global de Adaptação (GGA) aprovado na COP28.
Além disso, o grupo pretende promover a cultura como um objetivo autônomo na agenda global pós-2030, apoiar o compartilhamento de conhecimento e boas práticas, proteger sítios culturais ameaçados pelas mudanças climáticas e incentivar sua inclusão em planos climáticos nacionais e locais (NAPs e NDCs).
A página oficial do Grupo pode ser acessada aqui.