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Em cerimônia de aniversário, CNEN lança sua nova logomarca
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) realizou na última sexta-feira, 10 de outubro, em sua sede, no Rio de Janeiro, uma solenidade para comemorar o seu aniversário de 69 anos de fundação. A autarquia aproveitou a ocasião festiva para apresentar à comunidade científica presente sua nova logomarca, que estará estampada nos prédios, portais de comunicação, documentos e demais impressões.
A atualização da identidade visual representa a modernização de uma instituição estratégica para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e traduz o compromisso da CNEN com a inovação, com a sustentabilidade e com o uso seguro e responsável da energia nuclear no Brasil contemporâneo, além de ser um primeiro elemento comemorativo da instituição para os 70 anos, a serem completados em 2026.

- Francisco Rondinelli Junior (Foto: Douglas Troufa/CNEN)

- Nova logomarca da CNEN
Palestras abordam a Rede de Fusão Nuclear e a Organização que garante a proteção contra testes nucleares
O evento contou com a realização da mesa-redonda intitulada “Rede de Fusão Nuclear: Desafios no Brasil”, que contou com as participações do Ricardo Magnus Osorio Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Nilson Dias Vieira, que atua no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), Maria Célia Ramos de Andrade, pesquisadora titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e colaboradora da CNEN no projeto de Implantação do Laboratório de Fusão Nuclear, em Iperó-SP, e Gustavo Paganini Canal, Professor Associado ao Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP.

- Mesa-redonda "Rede de Fusão Nuclear: Desafios no Brasil", com a presença de Nilson Dias Vieira, do Ipen/CNEN; Ricardo Magnus Osorio Galvão, do CNPq; Maria Célia Ramos de Andrade, do Inpe; Gustavo Paganini Canal, do Instituto de Física da USP (Foto: Douglas Troufa/CNEN)
A iniciativa de criação da Rede Nacional de Fusão Nuclear havia partido da CNEN, em 2006, com a participação de instituições científicas como o INPE, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e outras universidades, com o intuito de capacitar a comunidade científica brasileira para o estudo sobre fusão, com foco na obtenção de energia limpa, e facilitar a participação em projetos internacionais. Nessa mesa-redonda, os especialistas envolvidos destacaram a necessidade do Brasil de se modernizar e investir, de forma estratégica, na rede de fusão nuclear:
“Durante a sua longa história, a CNEN soube promover muitas iniciativas de aplicação da ciência nuclear em benefício da sociedade. Em particular, quero chamar a atenção para a contribuição excepcional da CNEN para consolidar no país a pesquisa em fusão nuclear controlada que será, possivelmente, a grande fonte de energia no futuro. Nesta ocasião de aniversário, estruturamos novamente a Rede Nacional de Fusão Nuclear, que terá uma importância enorme, e nós almejamos, em pouco tempo, criar o laboratório de fusão nuclear”, declarou Ricardo Galvão, que foi um dos precursores dessa rede no Brasil.
Na sequência dos trabalhos, houve a palestra institucional do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O pesquisador Carlos Frederico de Angelis apresentou como essa instituição executa a identificação de riscos de incidentes naturais em todo o território nacional. O Cemaden atuará na central de dados da unidade da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO), que será instalada no Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCR-NE), unidade da CNEN localizada no Recife, em Pernambuco.
A CTBTO, que foi assinada pelo Brasil e outros 186 estados-membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), opera um sistema de monitoramento internacional para detectar explosões nucleares em qualquer parte do mundo.
A palestra conduzida pelo pesquisador Paulo Ferreira, do Laboratório de Radônio do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/ANSN), onde já existe uma unidade dessa organização no Brasil, abordou como a CTBTO assegura o uso pacífico da tecnologia nuclear, junto à comunidade científica internacional, estados-membros e governos.

- À esquerda, Carlos Frederico de Angelis, do Cemaden. À direita, Paulo Ferreira, do IRD/ANSN (Foto: Douglas Troufa/CNEN)
Homenagens e Premiações
O evento também serviu de oportunidade para a CNEN prestar homenagem a duas importantes cientistas do setor nuclear que faleceram neste ano: a professora Helen Jamil Khoury, idealizadora do projeto de museus de ciências nucleares, e Constância Pagano Gonçalves da Silva, responsável por liderar a produção nacional de radioisótopos para uso médico. Seus respectivos filhos, Vivian Khoury e Sérgio Pagano Gonçalves, receberam as placas de homenagem às cientistas.

- Filha de Helen Khoury e filho de Constância Pagano recebem as homenagens, respectivamente dos diretores CNEN Pedro Maffia e Wilson Calvo (Foto: Douglas Troufa/CNEN)
A CNEN também celebrou a atuação de destaque de algumas áreas: o setor do Plano Médico, coordenado pela servidora Albanici Matias; o setor de orçamento, através da servidora Ângela Cristina Pessanha; e a área de computação, a qual o reconhecimento foi entregue ao servidor Emerson Antunes Coimbra, em função do trabalho do setor para reduzir os impactos do ataque cibernético contra os sistema do IPEN/CNEN, ocorrido em março deste ano.
Outros dois servidores receberam diplomas de reconhecimento pela trajetória e tempo de atuação na Comissão: Mara Lúcia de Lara Rocha, servidora da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), e Marcos Santos da Silveira, chefe da área de transportes do IPEN/CNEN. Também foi agraciado Antonio Pereira Santiago, fotógrafo do CDTN/CNEN, que estava a serviço e não pôde estar presente.
A cerimônia marcou ainda a entrega do Prêmio CNEN 2025 nas categorias iniciação científica, pós-graduação lato sensu, mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado. Esse é um reconhecimento às pesquisas e projetos inovadores desenvolvidos por jovens talentos na área nuclear, que estão em formação acadêmica na CNEN e nas unidades técnico-científicas.
“Essa premiação foi uma congregação de ideias, projetos estratégicos e de inovação, pois nossa intenção é de que esses futuros pesquisadores gerem conhecimento para o país, autonomia e soberania e incentivamos para que fiquem conosco para os próximo desafios que a sociedade brasileira precisa”, afirmou Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN.
Escrita por: José Lucas Brito

- (Foto: Douglas Troufa/CNEN)

- (Foto: Douglas Troufa/CNEN)

- (Foto: Douglas Troufa/CNEN)

- (Foto: Douglas Troufa/CNEN)