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Oficina de Trabalho na Sudene discute uso sustentável da biomassa florestal nativa
Fotos: Ascom (Sudene)
A apresentação do Professor Gregory Stone teve o objetivo de subsidiar os trabalhos a serem desenvolvidos para realizar um estudo sobre as potencialidades energéticas e ambientais (demanda e oferta), estrutura institucional, marco legal e os impactos socioeconômicos da utilização da biomassa florestal nativa nas Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), correlacionando esses dados com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Francisco Barreto Campello, diretor de Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), participou do evento e defendeu o uso de biomassa como fonte de energia renovável obtida de forma legal, planejada e sustentável.
O diretor explica que a participação de Gregory nesse trabalho é possibilitar a utilização do método Rasch para “ajudar a entender as dificuldades de compreensão de situações que nos parecem obvias, pois estudos anteriores já demonstraram a importância da biomassa florestal da matriz energética da Região Nordeste e ainda não há uma compreensão do papel dessa fonte primária de energia como uma fonte estratégica de energia renovável”. Segundo Gregory, o método Rasch conta com processos colaborativos, personalizados e inovadores, que proporcionam informações mais confiáveis que os métodos tradicionais, sendo, portanto, um aliado na mensuração de dados dos mais diversos estudos e pesquisas.
Barreto Campello explicou que a defesa do uso da biomassa se baseia em um trabalho de acompanhamento permanente do comportamento da vegetação nativa diante de uma série de intervenções, realizado por um grupo de pesquisadores ao longo de 30 anos e que demonstrou ser viável o manejo da caatinga de forma adequada, tornando possível a regeneração em um espaço de tempo favorável da vegetação a ser utilizada como fonte de energia. Ele enfatiza que a elaboração de políticas públicas e de ações estratégicas que fomentem o manejo florestal de forma sustentável é um caminho para o Brasil combater o desmatamento clandestino e aumentar o percentual de fontes energéticas renováveis - como a biomassa - na matriz energética, que foi um compromisso assumido pelo País durante a Conferência do Clima da ONU em Paris, realizado em dezembro de 2015.O diretor reforça que a partir desse tipo de ação estratégica a economia nordestina pode ter uma matriz energética renovável competitiva (baixo custo), com grande capacidade de inclusão social (geração de trabalho e renda) e focada na conservação das paisagens florestais e dos serviços ecossistêmicos.
Ainda segundo Francisco Barreto Campelo, para colocar essas ideias em prática é necessário evidenciar que a lenha a ser utilizada como fonte de energia pode ser obtida de forma legal e positiva para o meio ambiente. Ele propõe a parceria entre instituições de planejamento e envolvidas com as questões energéticas e ambientais, visando a elaboração de uma proposição que otimize o uso da biomassa florestal nativa.
Após as apresentações e os debates, foi realizada uma oficina técnica que contou com a participação de representantes da Sudene, MMA, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Associação Plantas do Nordeste (APNE) e Centro de Produção Industrial Sustentável (CEPIS), entre outras instituições. O encontro foi marcado por uma discussão sobre a identificação da questão central (pergunta base) a ser trabalhada; as expectativas a serem atendidas; e as informações/produtos necessários à elaboração do estudo.