Jardim Botânico do Rio de Janeiro participa do Projeto Pró-Espécies

Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o projeto entregará, em sua primeira etapa, três Planos de Ação Nacional para Conservação, ainda em 2019.

O Brasil tem hoje 3.286 espécies reconhecidas oficialmente como ameaçadas de extinção, sendo 2.113 da flora e 1.173 da fauna. Para fazer frente ao desafio de evitar o desaparecimento dessas espécies - atendendo à Meta 12 da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), foi criado o Projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção - Pró-Espécies: todos contra a extinção.

O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) é um dos parceiros do projeto, de que também participam o ICMBio, o Ibama e órgãos estaduais de meio ambiente. O Pró-Espécies tem financiamento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF - Global Environment Facility Trust) e coordenação do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies (DESP/SBio/MMA). A implementação está a cargo do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a agência executora é o WWF-Brasil.

Por meio do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), o JBRJ atua no Componente 1 do projeto, voltado à incorporação da conservação de espécies ameaçadas em políticas setoriais. O CNCFlora/JBRJ é responsável pela avaliação do risco de extinção das espécies da flora e vem trabalhando junto ao ICMBio para apoiar os estados na elaboração de Planos de Ação Nacional (PAN) para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Com o Pró-Espécies, os PANs, que antes eram feitos separadamente para flora e fauna, passaram a integrar os dois grupos. A metodologia de elaboração também foi unificada.

Além de conciliarem ações de conservação da fauna e flora, os novos PANs estão centrados nas espécies categorizadas como CR lacuna, isto é, que estão “Criticamente em perigo” de extinção e não estão contempladas em nenhuma estratégia de conservação. A abordagem dos PANs é territorial, abrangendo um total de 9 milhões de hectares em pelo menos 12 áreas-chave selecionadas para implementação de ações de conservação para as espécies ameaçadas de extinção.

Estas áreas-chaves estão distribuídas nos territórios de 13 estados do Brasil (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES) que se tornaram parceiros do Pró-Espécies e se comprometeram a elaborar seus PANs. A equipe do CNCFlora está compartilhando com os órgãos estaduais de meio ambiente o conhecimento e a experiência adquiridos na elaboração de PANs anteriores ao projeto, como o PAN da Serra do Espinhaço Meridional e o de Grão Mogol e Francisco Sá (MG). O primeiro curso de elaboração de PANs com os representantes dos estados foi realizado em junho de 2019, em Brasília.

Curso "Construindo Planos de Ação Territoriais para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção", em Brasília

O Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Planalto Sul, que engloba territórios em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, será um dos primeiros resultados do projeto, já em 2019. Também estão incluídos nesta primeira etapa o PAN Endêmicas do Rio de Janeiro e um voltado para a conservação de peixes Rivulideos. O Pró-Espécies prevê a entrega de um total de 12 PANs ao Brasil envolvendo 290 espécies CR lacuna.

Oficina em Santa Catarina

Acesse mais informações sobre o projeto no sítio eletrônico do MMA .

Foto da home: Hysterionica pinnatisecta , espécie Criticamente em perigo (CR) do Planalto Sul, fotografada por Gustavo Heiden.