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Serviço Florestal Brasileiro capacita 24 profissionais em identificação de madeira
Foto: Ascom/SFB.
Entre os dias 2 e 6 de junho, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), por meio do Laboratório de Produtos Florestais (LPF), capacitou 24 profissionais que atuam no controle, fiscalização e combate ao tráfico e à exploração ilegal de produtos florestais em todo o País, em um curso sobre identificação de espécies de madeira — das mais comuns às mais visadas pela exploração ilegal, como o pau-brasil e o mogno.
O curso presencial de 28 horas, contou com aulas teóricas e práticas na sede do Serviço Florestal Brasileiro, em Brasília/DF. Entre os temas abordados estavam a anatomia da madeira e macroscopia e microscopia, além da apresentação de tecnologias modernas, como espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS), uso de isótopos estáveis, inteligência artificial aplicada à classificação de imagens, barcoding e quimiotipagem.
A engenheira florestal Adélia Gonçalves, da Secretaria de Meio Ambiente do Amapá, destacou que o curso traz ferramentas inovadoras, como o NIRS (do inglês Near Infrared Spectroscopy), que é a espectroscopia no infravermelho próximo. A tecnologia é rápida, não destrutiva, precisa, requer mínimo preparo da amostra e exibe o resultado da análise em tempo real.
“Hoje, a gente tira uma amostra e envia ao laboratório. O prazo para o resultado varia de uma semana a um mês, ou seja, um tempo grande para a identificação. Com essas tecnologias e processos, a gente vai conseguir fazer isso dentro do campo, gerando os relatórios in loco e finalizando o nosso trabalho”, pontuou Adélia Gonçalves.
As tecnologias também chamaram a atenção do engenheiro florestal George De Lamonica, da Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC, de Mato Grosso. “Já são muitas as ferramentas aplicadas tanto na parte de identificação, com o auxílio da inteligência artificial, espectrômetro de massa, e toda tecnologia que existe aqui no LPF. A gente está em busca de replicar para a nossa demanda no estado”, afirmou o participante.
O engenheiro florestal do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Henrique Moreira, se interessou pelo curso por atuar propriamente com as autuações relacionadas ao recorrente desmatamento ilegal no estado, principalmente na Mata Atlântica. “O curso foi muito interessante, tanto na parte de anatomia e identificação em campo, como o uso de tecnologias e bancos de dados. Elas são muito promissoras e vão facilitar muito o nosso trabalho”, comentou o engenheiro.
O coordenador-geral do LPF, Fernando Gouveia, acredita que o curso é um pontapé para a expansão do conhecimento entre os agentes que lidam diretamente com o tema: “minha expectativa é que esses profissionais possam não apenas aplicar os ensinamentos em seu trabalho diário, mas também atuarem como disseminadores de informações aos seus colegas de trabalho. Identificar madeira é tarefa difícil, mas, com dedicação, cada aluno que esteve aqui pode se tornar um especialista, e o que depender do LPF, estaremos aqui para ajudar".
Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 3247-9511