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Ministério da Saúde inicia oficinas estaduais sobre diretrizes nacionais de diagnóstico e monitoramento de ISTs
O Ministério da Saúde deu início às oficinas estaduais para compartilhar as diretrizes nacionais de diagnóstico e monitoramento das infecções por HIV, hepatites virais, sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A primeira edição ocorreu no Distrito Federal, e o objetivo é realizar em todos os estados até o fim do próximo ano.
A atividade é uma iniciativa da equipe de diagnóstico do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (Dathi/SVSA/MS). Em 2024, os profissionais do Dathi já haviam realizado uma oficina nacional sobre essas diretrizes, para formação de referências técnicas em diagnóstico estaduais/das capitais. Agora a novidade é o formato da qualificação, que visa formar, no mínimo, 50 multiplicadores por unidade federativa para apoiar as pessoas que são referências técnicas – formadas na Oficina Nacional – na comunicação com os profissionais da ponta para garantir a qualidade do diagnóstico e do monitoramento das ISTs.
Para o diretor do Dathi/SVSA/MS, Draurio Barreira, a qualificação dos profissionais é uma estratégia que irá facilitar na redução da transmissão dessas infecções. “Nossa proposta é amplificar as informações sobre as diretrizes para qualificar os profissionais em ações mais eficazes na prevenção e no diagnóstico de casos sintomáticos e assintomáticos e na realização de intervenções para reduzir a transmissão”.
As oficinas estão sendo realizadas em parceria com as coordenações distrital, estaduais e das capitais de HIV, aids, hepatites virais e demais ISTs.
Ministério da Saúde
Dathi presta solidariedade a amigos(as) e familiares da ativista Anna Maria Schmitt
É com pesar que o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (Dathi/SVSA) do Ministério da Saúde, manifesta sua solidariedade a familiares, amigos(as) e companheiros(as) de militância de Anna Maria Gomes Haensel Schmitt, que faleceu ontem (28) em Florianópolis/SC.
Integrante da Aliança Independente de Grupos de Apoio das Hepatites Virais (Aiga), Anna foi pioneira na militância e articulação social para a resposta às hepatites virais desde que descobriu o diagnóstico de hepatite C.
Participante da Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais em HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cams), ela foi incansável na busca de acesso e melhoria de qualidade de vida para as pessoas com hepatites virais.
Anna Schmitt deixa um legado que continuará inspirando a defesa dos direitos humanos, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do direito à saúde para todas as pessoas.
Nossas condolências aos familiares e amigos.
Sífilis tem cura: Ministério da Saúde lança campanha nacional e país registra queda de casos
O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (16), a Campanha Nacional de Enfrentamento à Sífilis, com o tema “Sífilis tem cura – Faça o teste, trate-se e previna-se”. A mobilização reforça a importância da prevenção, testagem, diagnóstico e tratamento, todos disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Junto à campanha, foi divulgado o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025, que aponta redução dos casos em todo o país. Nos últimos três anos, o Brasil registrou 2.093 casos a menos de sífilis congênita. O boletim também indica estabilidade nas taxas de detecção de sífilis adquirida e em gestantes, sinalizando um controle progressivo da infecção em nível nacional.
Em 2024, foram notificados 256 mil casos de sífilis adquirida, 89 mil em gestantes e 24 mil casos de sífilis congênita, com 183 óbitos. Apesar dos números expressivos, os dados mostram avanços significativos, resultado do trabalho integrado entre vigilância, atenção primária, maternidades, estados e municípios, além da mobilização da sociedade civil, profissionais de saúde e comunidade científica.
“A sífilis é uma infecção prevenível, tratável e curável. O desafio é garantir o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, especialmente entre gestantes durante o pré-natal. Os dados mostram que estamos avançando e que o trabalho conjunto está salvando vidas”, destaca Pâmela Cristina Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde.
A campanha tem como público principal jovens de 15 a 30 anos, gestantes e suas parcerias sexuais, e utiliza linguagem leve e acessível para incentivar o autocuidado e a prevenção. A iniciativa acontece em um momento estratégico, marcando o Outubro Verde, mês dedicado à mobilização nacional pela prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis.
Durante todo o mês, o Ministério promove webinários abertos ao público, sempre às quartas-feiras, a partir das 10h30, abordando temas como diagnóstico, manejo clínico, prevenção e vigilância. Todas as transmissões ficam disponíveis para acesso.
Ações de controle já adotadas no Brasil
Para ampliar o diagnóstico, o Ministério da Saúde expandiu o acesso ao Teste Rápido Combo HIV/Sífilis, que identifica simultaneamente as duas infecções. Em 2025, a oferta aumentou em mais de 40%, totalizando 6,5 milhões de unidades, com investimento de R$ 9,2 milhões. O exame é simples, rápido e gratuito, e permite o início imediato do tratamento — essencial para interromper a transmissão, inclusive durante a gestação.
Outras iniciativas, como o Programa Brasil Saudável e o Pacto Nacional pela Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis, Hepatite B e Doença de Chagas, reforçam o compromisso do país em eliminar a sífilis congênita até 2030.
Por meio da Certificação da Eliminação e do Selo de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis, já foram reconhecidos 71 municípios, sendo 13 com selo bronze, 45 com selo prata, 10 com selo ouro e 3 com a certificação de eliminação da sífilis congênita.
Acesse o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025
João Moraes
Ministério da Saúde
Mais um estado formaliza a união entre governo e sociedade civil pela eliminação da tuberculose
A tuberculose (TB) é uma doença que possui forte associação com questões sociais, em especial, aquelas relacionadas às más condições de renda, moradia e alimentação, o que justifica as recomendações internacionais por uma abordagem de trabalho multissetorial. Esta articulação entre os diferentes setores, incluindo representantes da sociedade civil, é a premissa que rege os 17 Comitês Estaduais que, por sua vez, integram a Rede Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose. Nesse sentido, na última segunda-feira, 30, foi publicada a portaria Nº 9.378/2023 da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) que instituiu mais um Comitê Estadual.
Assim, o Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose em Alagoas é uma instância colegiada, de caráter consultivo e educativo, representando um importante instrumento de acompanhamento e avaliação permanente das políticas de atenção à saúde. E terá, entre suas funções, o objetivo de identificar os determinantes da transmissão da tuberculose e da coinfecção TB/HIV; de propor sugestões efetivas que visem à melhoria da qualidade da vigilância, assistência e gestão no estado; e de auxiliar no monitoramento das ações de prevenção e controle da doença.
Originalmente, os comitês foram criados em dez regiões metropolitanas como uma proposta inovadora para o acompanhamento de um projeto do Ministério da Saúde para o fortalecimento da Estratégia de Tratamento Diretamente Supervisionado (Dots) em municípios que concentravam 45% do total de casos de tuberculose no país, em 2007. Com o tempo, a atuação foi se expandindo para nível estadual.
Construídos de forma voluntária e colaborativa como um espaço democrático de articulação entre sociedade civil organizada, trabalhadores e gestores de diferentes segmentos, membros da academia e de conselhos, os Comitês Estaduais buscam contribuir para as políticas públicas do controle da tuberculose no país, dando visibilidade à doença, assim como planejando e executando ações integradas que respondam aos desafios identificados nos estados. Com a comprovação de seu potencial no cumprimento das diretrizes do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública - exemplificados no desenvolvimento de atividades com públicos que o setor saúde tem dificuldade de acesso, na ampliação das atividades ofertadas à comunidade, ou na maior integralidade das ações -, o Ministério da Saúde tem incentivado sua expansão para outros estados.
Mais informações sobre a Rede Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose e os respectivos Comitês Estaduais em https://www.redebrasileiradecomites.com/.
Ministério da Saúde qualifica profissionais na realização de exames de carga viral
Na quinta-feira (10), o Ministério da Saúde promoveu webinário visando qualificar os(as) profissionais que realizam exames de quantificação da carga viral do HIV, das hepatites B e C e detecção de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae (CT/NG) – respectivamente clamídia e gonococo – em boas práticas de biologia molecular.
O evento foi promovido pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde e contou com palestras de diversas profissionais do tema. Os testes de carga viral de HIV, hepatites B e C e Biologia Molecular para detecção de CT/NG são ofertadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o encontro, a especialista em aplicações de campo da empresa americana Cepheid, Nayra Soares do Amaral, abordou a importância das boas práticas na metodologia point-of-care, metodologia esta que permite a realização de exames de biologia molecular rápida por meio da obtenção de resultados em curto prazo, reduzindo o tempo de decisões clínicas. Por sua vez, a assessora científica da Roche, Rafaela Andrade, palestrou sobre as boas práticas em metodologias automatizadas e de alto rendimento.
A representante da coordenação de atendimento do Laboratório Central da Bahia, Jussara Silveira, compartilhou a experiência da instituição nos cuidados na fase pré-analítica com a gestão de rede convencional e rápida. Já a tecnologista em Saúde Pública no serviço de Diagnóstico Molecular e Citometria do Instituto Nacional de Infectologia Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, Simone Silva, relatou a rotina de boas práticas de um laboratório de biologia molecular.
Para o diretor do Dathi/MS, Draurio Barreira, essa iniciativa visa assegurar a qualidade do atendimento e dos resultados clínicos, de forma a ter análises mais precisas para o diagnóstico e cuidado oportuno das pessoas vivendo com essas infecções. “A qualificação contínua dos profissionais permite que estejam atualizados quanto às tecnologias disponíveis. Isso é vital para alcançarmos as metas de eliminação das hepatites e da aids enquanto problemas de saúde pública”.
O webinário contou com moderação das consultoras técnicas do Dathi/MS Amanda Morais e Fernanda Conte. A equipe de diagnóstico do Departamento monitora as Redes Laboratoriais e Serviços de Saúde, que requerem o acompanhamento para garantia da qualidade dos exames.
Ministério da Saúde
Ministério da Saúde vai investir R$27 milhões em teste rápido que detecta sífilis e HIV
Um teste rápido com capacidade para identificar, ao mesmo tempo, as infecções por sífilis e HIV será ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde vai investir R$27 milhões na aquisição da nova tecnologia, inédita no SUS, também chamada de duo teste, resultando em quatro milhões de unidades. A expectativa é que a distribuição para os estados ocorra ainda em 2023. A iniciativa vai possibilitar um tratamento mais ágil para a população e é mais um passo do governo federal para atender à meta de eliminar ou controlar, até 2030, 14 doenças com elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade social, como é o caso do HIV e da sífilis.
A infecção por sífilis tem cura, com diagnóstico e tratamento oferecidos gratuitamente pela rede pública de saúde. Mesmo assim, mais de 213 mil brasileiros foram identificados com a infecção em 2022, a partir da contaminação por relação sexual sem o uso de camisinha. O dado representa uma taxa de detecção de 99,2 casos por 100 mil habitantes e é 23% maior que a registrada em 2021, que obteve taxa de 80,7 casos. As informações constam no Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (20), em razão do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.
A publicação revela, ainda, aumento no diagnóstico de sífilis em gestantes, que passou de 28,1 casos, em 2021, para 32,4 casos a cada mil nascidos vivos no ano passado. Já a taxa de incidência da sífilis congênita, que é transmitida durante a gestação, se manteve estável em 2022, em relação a 2021, com o alcance de aproximadamente dez casos por mil nascidos vivos. No entanto, na comparação com 2019, ano pré-pandemia, o crescimento foi de 16% em 2022.
O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, explica que a implementação do novo teste é um investimento do governo federal para fortalecer o rastreio e ampliar o acesso da população ao tratamento. “A oferta do duo teste vai ampliar principalmente a testagem de sífilis, que acontecerá de maneira simultânea ao HIV, uma vez que se percebe uma maior testagem de HIV por testes rápidos em comparação ao de sífilis em alguns cenários. Além disso, deve agilizar o trabalho das equipes de saúde na ponta, pois, com um único teste, será possível realizar dois exames e iniciar o tratamento único e simultâneo”, explica.
Inicialmente, o duo teste será direcionado para o rastreio da sífilis em mulheres grávidas, trabalhadoras do sexo e homens que fazem sexo com homens. As demais pessoas serão testadas com a tecnologia que já é ofertada atualmente. Entre as vantagens do novo teste, estão a simplificação do processo de execução, que exige apenas um reagente, e a redução do espaço necessário para armazenamento nos postos de atendimento. Assim como o rastreio que já é feito, a leitura de resultado do duo teste será de até 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. A eficácia do duo teste foi confirmada pelo Instituto Evandro Chagas antes da compra por parte do Ministério da Saúde. A análise demonstrou parâmetros de desempenho e eficácia correspondentes aos alcançados pela testagem de referência.
Entre os indicadores de desempenho da atenção primária, a porta de entrada do SUS, onde a população acessa o teste rápido, está a testagem por HIV e sífilis. Entre janeiro e outubro de 2022, o Ministério da Saúde registrou 62% das gestantes com teste realizado durante o pré-natal, número que subiu para 73% no mesmo período deste ano. Para aumentar ainda mais o diagnóstico, a pasta vai reforçar a qualificação dos profissionais de saúde para prevenção e cuidado de doenças de transmissão vertical (HIV, sífilis, hepatites virais, toxoplasmose e outros) a partir de 2024.
Comitê Interministerial para Eliminação de Doenças Determinadas Socialmente
De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação de doenças que acometem, de forma mais intensa, as populações de maior vulnerabilidade social. O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) foi instalado em junho deste ano. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo irá funcionar até janeiro de 2030.
Dados da pasta apontam que, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. O plano de trabalho inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades – como malária, esquistossomose, doença de Chagas e hepatites virais - além da transmissão vertical de sífilis, hepatite B, HIV e HTLV. Essa estratégia está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidades (ONU).
Especificamente sobre a sífilis, o objetivo é eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública. A sífilis congênita é consequência da transmissão da sífilis durante a gestação e/ou parto. Já sobre o HIV, a meta é ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, destas, 95% em tratamento e 95% com carga viral controlada.
A instalação do Ciedds parte da premissa que garantir o acesso apenas ao tratamento em saúde não é suficiente para atingir essas metas. É preciso propor políticas públicas intersetoriais que sejam voltadas para a equidade em saúde e para a redução das desigualdades sociais, fator diretamente ligado às causas do problema.
Certificação pela eliminação da transmissão vertical de sífilis e/ou HIV
O Processo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis é uma prioridade nacional que visa reconhecer e difundir boas práticas no Brasil. Também possibilita a obtenção de Selos de Boas Práticas (bronze, prata e ouro) para estados e municípios com mais de 100 mil habitantes que tenham alcançado indicadores e metas de impacto e processo próximos da eliminação, bem como o cumprimento de prerrogativas mínimas nos quatro eixos: vigilância; capacidade diagnóstica; programas e serviços; e direitos humanos e participação da comunidade.
Em 2022, foram certificados 43 municípios com alcance de eliminação ou selos de boas práticas, sendo 17 certificações duplas (HIV e sífilis) e cinco certificações para sífilis. Este ano, foram recebidas mais de 90 solicitações de certificação. O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis adianta que o número de certificações para sífilis vai superar as do ano passado. A cerimônia de certificação está prevista para o mês de dezembro.
Técnicos brasileiros vão às Filipinas para estudar a implementação de novo medicamento para a tuberculose
Recentemente, consultores técnicos do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), compuseram uma delegação enviada à Manila, nas Filipinas, com o objetivo de participar da qualificação para a implementação do esquema de tratamento para tuberculose resistente com o medicamento pretomanida.
A equipe composta por técnicos da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi) e médicos da rede de tuberculose resistente do Brasil participou do curso por meio do PeerLINC Knowledge HUB, uma parceria das organizações TB Alliance e Tropical Disease Foundation (TDF) que fornece treinamento e suporte técnico global para a implementação de tratamentos inovadores e eficazes para tuberculose.
Durante cinco dias, os técnicos brasileiros puderam trocar experiências com os profissionais de saúde filipinos a respeito do novo medicamento para a tuberculose. A pretomanida é administrada via oral, com menos efeitos colaterais, facilitando a adesão e exigindo menos visitas de acompanhamento.
A coordenadora-geral da CGTM, Fernanda Dockhorn, aponta que as expectativas para a implementação do medicamento no Brasil são altas. “Estudos indicam que, com o uso da pretomanida, com a diminuição do tempo de tratamento de dezoito para seis meses, há a diminuição de custos para o sistema e maiores taxas de sucesso e cura da tuberculose resistente”, afirma. “Assim, estamos dando um passo muito importante na eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil”.
A implementação do medicamento também permite o uso de dois esquemas encurtados – o BPaL (bedaquilina, pretomanida e linezolida) e o BPaLM (bedaquilina, pretomanida, linezolida e moxifloxacino).
Além da qualificação sobre os novos esquemas de tratamento, a visita às Filipinas trouxe a oportunidade de a delegação brasileira conhecer experiências exitosas no uso do medicamento em esquemas de tratamento encurtado, os dados locais sobre o resultado do tratamento, realizar visitas ao laboratório de referência nacional, entre outras.
“Aprofundar a nossa colaboração em saúde com os demais países significa enriquecer nossas discussões e ações em território nacional”, afirma Fernanda Dockhorn. “Essas são parcerias valiosas para o intercâmbio de conhecimentos e boas práticas que podem ser adotadas nas nossas estratégias de eliminação de infecções e doenças”.
Junio Silva
Ministério da Saúde
Especialistas franceses e brasileiros trocam experiências sobre a eliminação de ISTs durante o III Seminário de Enfermagem
Técnicos do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) e profissionais de enfermagem franceses participaram de mesas de conversa e apresentações durante o III Seminário de Enfermagem: A enfermagem e a proposta do Brasil Saudável – Unir para Cuidar, nessa quarta-feira (18), em Recife (PE).
A manhã do evento, que ocorreu em paralelo ao 26º Congresso dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), foi marcada pela troca de experiências entre Brasil e França na atuação de enfermeiros(as) na eliminação de doenças e infecções de determinação social.
Um dos destaques das apresentações foi a experiência da iniciativa Poppy, um centro de acolhimento móvel para trabalhadoras sexuais na cidade de Bordeaux, na França, que realiza testagens rápidas para doenças e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de ações de vacinação e distribuição de preservativos. Apenas em 2023, profissionais de enfermagem distribuíram mais de 4 mil preservativos no projeto.
O caso da unidade móvel de testagem de hepatites virais da cidade francesa de Perpignan também foi tema do Seminário. A iniciativa leva o diagnóstico e a prescrição de medicamentos a pessoas em situação de vulnerabilidade, ampliando o alcance da estratégia de eliminação da infecção.
O Dathi foi representado por técnicos das Coordenações-Gerais de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (CGIST), das Hepatites Virais (CGHV) e de HIV/Aids (CGHA). Durante as palestras, os técnicos apresentaram as estratégias nacionais para o cuidado da Enfermagem às pessoas com corrimento uretral e para a implementação da experiência de países como França e Austrália na eliminação das hepatites virais.
O coordenador-geral da CGHV, Mário Gonzalez, reforça que o intercâmbio de experiências entre os países é estratégico para o Sistema Único de Saúde. “Levar o cuidado às populações-chave no Brasil por meio da Enfermagem é criar oportunidades para a prevenção, diagnóstico e tratamento dessas ISTs”, enfatiza. “As contribuições que essa troca de conhecimento traz à nossa estratégia nacional são de extrema importância”.
Junio Silva
Ministério da Saúde
Profissionais do Dathi realizam distribuição de materiais informativos na abertura do 26º CBCENF.jpeg
III Seminário de Enfermagem chega ao fim com destaque ao protagonismo dos profissionais da Atenção Primária à Saúde
A terceira edição do Seminário de Enfermagem, realizado em Recife/PE, chegou ao seu último dia com palestras a respeito do papel da Enfermagem na eliminação de doenças e infecções como problemas de saúde pública no Brasil.
O evento é uma parceria do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e ocorre durante o 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF).
Pesquisadores, representantes de movimentos sociais e técnicos do Dathi reforçaram em suas palestras o protagonismo dos profissionais da Enfermagem em ações voltadas a eliminação de infecções e doenças por meio da oferta de profilaxias, cuidados a gestantes e a integração de ações junto à sociedade civil organizada.
A professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP), Lucieli Dias Pedreschi Chaves, foi uma das palestrantes e destacou as potencialidades da união desses esforços. “O cuidado à população deve ser oportunizado a cada ida à Unidade Básica de Saúde, a cada encontro”, aponta. “É necessário considerar que pessoas em situação de vulnerabilidade necessitam de estratégias diferenciadas para atendê-las”.
Técnicos da Coordenação-Geral de Vigilância de HIV e Aids (CGHA) do Dathi reforçaram as ferramentas que podem ser utilizadas por enfermeiros(as) para levar à população a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento de doenças e infecções como o HIV, a tuberculose, a hepatite B e a sífilis congênita.
Na ocasião foi lançado o curso, “Profilaxia Pré-Exposição de Risco à Infecção Pelo HIV (PrEP) Oral”. Produzido pelo DATHI em parceria com o Campus Virtual Fiocruz, ENSP, OPAS e apoio do escritório do CDC no Brasil, o curso tem o objetivo de qualificar profissionais de saúde para atender à população em situação de maior vulnerabilidade ao HIV ou em risco de exposição ao vírus.
A professora titular da EERP/USP, Elucir Gir, apontou que os profissionais de enfermagem possuem competências para cuidar e fazer a gestão dos cuidados relacionadas às doenças de determinação social. “Esses profissionais precisam estar sensibilizados para essa atuação, desde a prevenção ao controle de cura”, diz. “Também devemos pensar em como é a qualidade do ensino sobre infecções sexualmente transmissíveis durante a formação desses profissionais”.
O III Seminário foi finalizado com elogios do primeiro-secretário do Cofen, Vencelau Jackson Pantoja, que afirmou que a parceria do Conselho com o Dathi fortalece a atuação do Sistema Único de Saúde. O diretor do Dathi, Draurio Barreira, elogiou a participação dos técnicos do Departamento no evento.
“Os debates levantados durante o Seminário e as apresentações feitas por nossas áreas técnicas mostram que estamos no caminho certo da nossa estratégia para a eliminação desses agravos até 2030 e que as diretrizes do Programa Brasil Saudável norteiam nossas ações”, declara.
Junio Silva
Ministério da Saúde
Evento marca os dez anos da Rede Brasileira de Comitês Tuberculose
A ampliação de unidades em todo o país e o fortalecimento da sociedade civil com a participação de novos integrantes foram destaques da abertura da Assembleia de 10 anos da Rede Brasileira de Comitês Tuberculose na quinta-feira (30), que contou com a participação de membros e parceiros da Rede, profissionais de saúde e da assistência social, gestores, pesquisadores e sociedade em geral.
A Rede Brasileira de Comitês Tuberculose foi criada a partir da continuidade de um projeto financiado pelo Fundo Global, entre os anos de 2007 e 2012, em parceria com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), atual Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CGDR/DCCI).
“Vamos angariar mais membros, engajar mais atores e ampliar as açõescontra a tuberculose no Brasil”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, que participou à distância. Atualmente, a Rede conta com representação em 13 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A região centro-oeste é a única sem nenhum comitê instalado.
“Precisamos montar mais comitês pois a tuberculose é uma importante causa de mortes no país. Temos que verificar a questão social que envolve o tratamento dessa doença e para isso é preciso atuar em conjunto com os movimentos sociais com quem eu gosto de trabalhar”, afirmou o diretor do DCCI, Gerson Pereira.
Arnaldo Medeiros lembrou, ainda, que o Brasil é líder mundial no combate à tuberculose “por ter um Sistema Único de Saúde que oferece o rastreamento, diagnóstico e tratamento da tuberculose a toda população, além de ofertar os medicamentos sem custo direto”. O secretário da SVS também citou a participação do Brasil, em maio, na 35ª Reunião do Conselho de Parceria Stop TB, em Genebra, na Suíça, que busca eliminar a tuberculose como problema de saúde pública. “O nosso país tem uma resposta robusta para retomar o caminho rumo ao alcance das metas pactuadas para a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública até 2035”.
A coordenadora substituta da CGDR, Patricia Bartholomay, destacou que a partir do Fundo Global, dois pontos foram fundamentais para a atenção à tuberculose no Brasil. “Houve o fortalecimento das ações da sociedade civil e as atividades de avaliação que nos mostraram onde temos que melhorar e buscar nos aperfeiçoar”, disse.
Também participaram da mesa de abertura do evento Neusa Heinzelmann, do Segmento da Sociedade Civil da Rede Brasileira de Comitês da Tuberculose, e Ludmila Tavares, do Segmento da Gestão da Rede.
Durante a programação foram apresentados o site, o vídeo institucional e a publicação que registra a criação da Rede e sua organização atual. O material contém orientações para a criação de novos Comitês Estaduais e experiências dos coletivos existentes, demonstrando como os Comitês podem contribuir para o enfrentamento da TB nos seus estados. Ao final do evento foi feita homenagem aos membros que viabilizaram a criação da Rede e lembrados os integrantes já falecidos.
Números – Em 2021, foram notificados 68.271 casos novos de tuberculose no Brasil, com redução do coeficiente de incidência de 32,6 casos para 100 mil habitantes, no mesmo ano, em relação a 2019 (37,1). Em 2021, ainda, houve aumento de 12,9% da realização de exames para diagnóstico da tuberculose em comparação com o ano de 2020, e mais de 420 mil cartuchos de teste rápido molecular, utilizados para o diagnóstico da doença, foram distribuídos pelo Ministério da Saúde.
PCDT atualizado da Transmissão Vertical para HIV, sífilis e hepatites virais está disponível
Já está disponível para consulta a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais (PCDT-TV 2022), que traz orientações sobre o manejo das mulheres quanto às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O documento também trata das questões relacionadas à prevenção, ao diagnóstico e tratamento das IST, especialmente da sífilis, das hepatites virais B e C e da infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas.
Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) são documentos oficiais do Sistema Único de Saúde (SUS) para estabelecer os critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e posologias recomendadas e o acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Dentre as atualizações do PCDT-TV está a mudança na recomendação do esquema preferencial de terapia antirretroviral em gestantes vivendo com HIV em início de tratamento. Outra alteração refere-se à mudança na classificação dos estágios da sífilis e intervalo de aplicação de doses de penicilina em gestante no tratamento da sífilis. Já na prevenção de transmissão vertical das hepatites virais, a mudança está na recomendação de rastreio para hepatite C durante o pré-natal e na recomendação sobre o momento do uso da terapia profilática para hepatite B (HBV).
Acesse o PCDT.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
Luta contra Hepatites Virais: Ministério da Saúde lança campanha de conscientização e novo boletim epidemiológico
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado nesta quinta-feira (28), o Ministério da Saúde lançou, em Brasília/DF, a campanha nacional de prevenção e conscientização contra a doença e atualizou os dados na nova edição do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022.
O boletim, que consolida as notificações das hepatites A, B, C e D, tem o objetivo de contribuir para as tomadas de decisões e definições de estratégias de enfrentamento em todo o País.
De 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D. Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). Em todos os casos, as notificações de casos representaram queda nos últimos anos. A Hepatite A, por exemplo, apresentou redução de 95,6% entre 2011 e 2021.
Existem maneiras efetivas de diagnosticar precocemente e tratar com antivirais, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Hepatite C é causa de hepatocarcinoma, de necessidade transplante e é causa de óbitos. Por meio do SUS, é possível reduzir esse importante problema de saúde pública", afirmou.
As hepatites B e C são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer). Dessa forma, a carga de doenças resultante das hepatites virais representa uma questão importante para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A maioria dos casos não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio mais avançado, o que pode levar décadas para acontecer. O SUS disponibiliza amplamente os testes rápidos para hepatite B, que, por meio de uma gota de sangue, conseguem identificar a presença da infecção. Ainda não há medicamentos capazes de curar a infecção pelo vírus da hepatite B, mas os fármacos atualmente disponíveis corroboram para o controle da carga viral e da evolução da doença.
Durante o evento, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, lembrou que o Brasil é signatário da estratégia global para a eliminação das hepatites virais como um problema de saúde pública até 2030. "Ao longo de 20 anos, vários desafios foram superados, especialmente acerca das tecnologias, tanto para o diagnóstico, como fortalecimento da rede de assistência e dos fármacos, que possibilitam maior qualidade de vida aos pacientes", explicou.
Como prevenir hepatite B ou C
• Não compartilhar com outras pessoas objetos perfurocortantes (seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas etc.);
• Não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança;
• Não compartilhar escovas de dentes ou lâminas de barbear/depilar, que são materiais de uso individual;
• Ao colocar piercing, realizar tatuagem ou utilizar serviços como barbearias, manicures/pedicures e podólogos, certificar-se de que os materiais sejam descartáveis e sejam esterilizados adequadamente;
• Usar camisinha nas relações sexuais, a fim de evitar a transmissão por via sexual e, no caso de gestação, evitar a transmissão da doença para o feto.
A hepatite C tem maior taxa de detecção em indivíduos acima dos 40 anos de idade, ou que apresentem fatores de risco, como:
• Ter sido submetido a procedimento de hemodiálise;
• Ter diabetes ou hipertensão;
• Ter realizado procedimentos invasivos (estéticos ou cirúrgicos) sem os devidos cuidados de biossegurança;
• Ter realizado transfusões sanguíneas antes de 1993;
• Compartilhar objetos para o uso de drogas;
• Estar privado de liberdade, dentre outros.
Vacinas disponíveis no SUS
A melhor estratégia de prevenção da hepatite A e B é a vacina – as doses estão disponíveis nas salas de vacinação de todo país. Elas são altamente eficazes, e devem ser realizadas com esquema completo para ter a máxima eficiência. Saiba o esquema recomendado pelo Calendário Nacional de Vacinação:
CRIANÇAS
• Hepatite B recombinante: 1 dose ao nascer
• DTP + Hib + HB (penta - entre outras doenças, protege contra a Hepatite B) / 3 doses recomendadas: 1ª aos 2 meses; 2ª aos 4 meses; 3ª aos 6 meses
• Hepatite A (HA): 1 dose recomendada aos 15 meses
ADOLESCENTES, ADULTOS E GESTANTES
• Hepatite B: 3 doses recomendadas (iniciar ou completar o esquema de acordo com a situação vacinal). Intervalo recomendado: 2ª dose deve ser aplicada 1 mês após a 1ª dose e a 3ª dose deve ser aplicada 6 meses após a 1ª dose.
A promoção do diagnóstico é uma das estratégias de prevenção para evitar a transmissão da infecção, neste sentido, é importante intensificar o diagnóstico de todas as pessoas acima de 20 anos, assim como no caso de teste negativo para hepatite B, realizar a vacinação. As vacinas seguem disponíveis no SUS para atualização da carteirinha mesmo na vida adulta.
Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura. Os medicamentos disponibilizados no SUS conferem a cura em mais de 95% dos casos, com tratamentos que duram, em média, 12 semanas e estão disponíveis para qualquer pessoa com a infecção pelo vírus.
Link dos materiais de campanha aqui:
https://www.gov.br/saude/pt-br/campanhas-da-saude/2022./hepatites
Ministério da Saúde seleciona servidores para estagiar na França
O Ministério da Saúde torna público o resultado preliminar do edital de seleção para bolsas de estágios de curta duração na França. A iniciativa faz parte do Programa de Cooperação Técnica Brasil-França que, este ano, oferta três vagas para projetos nas áreas temáticas de Prevenção Combinada, Vigilância e Assistência, Economia da Saúde e Laboratório.
Os projetos classificados foram:
- Implementação de programas de prevenção combinada do HIV para populações-chave: melhores práticas e estratégias utilizadas na França;
- Elastrografia hepática: entendendo suas indicações, sua aplicação na prática clínica e no acompanhamento das complicações hepáticas nos portadores de hepatites B e C crônicas e coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Como aplicar esses conhecimentos na realidade brasileira;
- Ferramentas de tradução do conhecimento como indutoras da incorporação de tecnologias para o enfrentamento ao HIV/aids na Atenção Primária à Saúde.
Os candidatos podem apresentar recurso sobre o resultado preliminar de hoje (8) até o dia 12 de maio por meio do endereço eletrônico cooperacao.br-fr@aids.gov.br. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, responderá aos questionamentos até o dia 17 do mesmo mês.
Os autores dos projetos classificados receberão bolsas no valor de 1.704 euros por mês para cobrir despesas com hospedagem, transporte local e alimentação do Ministério das Relações Exteriores da França. O Ministério da Saúde do Brasil, por meio do Dathi, cobrirá despesas com passagens aéreas de ida e volta.
Ministério da Saúde divulga resultado final de seleção de bolsistas para estágio na França
Vive la science! O Ministério da Saúde divulgou o resultado final da seleção de servidores para bolsas de estágios de curta duração na França. A iniciativa faz parte do Programa de Cooperação Técnica Brasil-França que, este ano, ofertou três vagas para projetos nas áreas temáticas de Prevenção Combinada, Vigilância e Assistência, Economia da Saúde e Laboratório.
Os autores dos projetos classificados receberão bolsas no valor de 1.704 euros por mês para cobrir despesas com hospedagem, transporte local e alimentação do Ministério das Relações Exteriores da França. O Ministério da Saúde do Brasil, por meio do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), cobrirá despesas com passagens aéreas de ida e volta.
Os projetos aprovados foram:
- Implementação de programas de prevenção combinada do HIV para populações-chave: melhores práticas e estratégias utilizadas na França;
- Elastrografia hepática: entendendo suas indicações, sua aplicação na prática clínica e no acompanhamento das complicações hepáticas nos portadores de hepatites B e C crônicas e coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Como aplicar esses conhecimentos na realidade brasileira;
- Ferramentas de tradução do conhecimento como indutoras da incorporação de tecnologias para o enfrentamento ao HIV/aids na Atenção Primária à Saúde.
Relação entre aids avançada e mpox é tema de encontro nacional em São Paulo
Representantes de coordenações estaduais e municipais, profissionais de saúde, especialistas e representantes da sociedade civil se reuniram nesta segunda-feira (24), em São Paulo, para dialogar a respeito de ações para o controle da mpox no Brasil. A atividade ocorreu no primeiro dia do 1º Encontro Nacional para o Fortalecimento da Resposta à epidemia de mpox e aids avançada.
O evento é uma realização do Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS) – em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas Brasil). O sanitarista e consultor técnico do Dathi, Matheus Spinelli, apresentou atualizações do cenário epidemiológico da mpox no país. Os dados apontam que, desde 2022, foram registrados 13.770 casos da doença que afeta majoritariamente pessoas do sexo masculino (91,8%), sendo 76, 6% na faixa etária de 19 a 39 anos.
Durante a abertura, o diretor do Dathi/MS, Draurio Barreira, explicou que, em comparação a outros países economicamente similares, o Brasil registrou um número menor de óbitos. No entanto, ele ressaltou que dos 16 casos, 15 foram em pessoas vivendo com aids avançada, por isso a necessidade de conciliar as estratégias sobre resposta a ambas as doenças. “Estamos conseguindo cumprir as metas de expansão de prevenção e diagnóstico do HIV que estabelecemos no início da gestão. No ano passado, alcançamos a meta de diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV e de ampliar a oferta de PrEP [profilaxia pré-exposição ao HIV]”, destacou.
A presidente da International Aids Society (IAS) e renomada pesquisadora brasileira, Beatriz Grinsztejn, elogiou o trabalho brasileiro na resposta ao HIV frente ao panorama internacional. “Temos que comemorar a soberania do governo brasileiro e a existência do SUS [Sistema Único de Saúde], que possui autonomia para a realização de tratamento de pessoas vivendo com HIV”. Grinsztejn ressaltou, ainda, a importância da recente incorporação do fostensavir para o cuidado de pessoas com multirresistência aos antirretrovirais já existentes no SUS.
Representando a sociedade civil, Sylvia Loyola explicou que, apesar dos avanços, o diagnóstico precoce permanece um desafio. “A aids avançada é um reflexo das desigualdades sociais existentes no Brasil”, afirmou. Ela também alertou para a necessidade de valorização da sociedade civil na elaboração de estratégias e para o alcance de populações mais vulnerabilizadas ao HIV e à mpox.
Sistema de monitoramento de pessoas vivendo com HIV ou aids
Também durante o evento foi realizada a oficina de multiplicadores estaduais do Simc, o Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV e Aids. O objetivo foi mostrar e incentivar gestores presentes sobre a ferramenta que permite identificar as pessoas que vivem com HIV, mas não iniciaram o tratamento, possibilitando a busca ativa aos serviços de saúde.
A realização do tratamento adequado é crucial para a qualidade de vida e para evitar que pessoas vivendo com infecção pelo HIV desenvolvam a aids. Essa também é uma importante estratégia para o controle da mpox, uma vez que pessoas com aids avançada estão mais vulnerabilizadas à doença.
Lorany Silva
Ministério da Saúde
Conitec aprova incorporação de medicamentos contra infecção oportunista em pessoas vivendo com HIV ou aids
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou, por unanimidade, a incorporação de dois medicamentos para o tratamento do citomegalovírus – infecção oportunista que pode afetar a saúde e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV ou aids. A inclusão dos remédios ganciclovir e valganciclovir foi solicitada pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi).
A infecção por citomegalovírus atinge, principalmente, a retina e o aparelho digestivo, podendo também afetar os pulmões, fígado, vias biliares e o sistema nervoso central. Embora o ganciclovir seja um antiviral utilizado há muito tempo, ainda não fazia parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), instrumento orientador do uso de medicamentos e insumos no SUS.
Já o valganciclovir constitui um importante avanço no tratamento e profilaxia secundária da retinite por citomegalovírus, pois é possível fazer uso oral. Assim, a pessoa vivendo com HIV ou aids pode ser tratada em seu próprio domicílio, sem necessidade de internação hospitalar para a realização de medicamento intravenoso. Além disso, a medicação pode melhorar a adesão à profilaxia secundária, evitando a reincidência da doença, e reduz o risco de efeitos adversos relacionados à punção venosa.
Para o coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids do Dathi (CGHA/Dathi), Artur Kalichman, essa é uma importante estratégia para a melhoria na qualidade de vida da população que vive com HIV ou aids. “O compromisso da atual gestão é se apropriar das ferramentas adequadas para garantir que as pessoas com HIV possam viver mais, e viver de forma saudável”.
Lorany Silva e Ádria Albarado
Ministério da Saúde
05.10.23 - Diagnostico, tratamento e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis são debatidos em congresso.jpeg
MS comemora 20 anos de parceria entre CDC e Fiocruz
Desde que o Brasil passou a distribuir a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), em 2018, cerca de 134 mil pessoas já tiveram acesso à medicação. Nos últimos 12 meses, esse número é de quase 95 mil. Esses dados foram apresentados pela analista de políticas sociais do Ministério da Saúde, Tatianna Alencar, em evento recente de comemoração dos 20 anos da cooperação internacional entre a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC), em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).
Segundo a embaixada dos Estados Unidos no Brasil, ao longo dessas duas décadas, foram investidos mais de 37 milhões de dólares em programas para a redução de doenças no Brasil, dos quais mais da metade em resposta ao HIV e à aids, sendo os recursos provenientes do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da Aids (Pepfar). A cooperação também investiu em abordagens inovadoras, prevenção e cuidados voltados para tuberculose (TB), malária, vírus da Zika e outras doenças transmitidas por vetores, além da covid-19.
No evento, o pesquisador científico Alexandre Grangeiro (FM/USP) afirmou que estamos diante de uma mudança comportamental, em que as novas gerações apresentam números de casos de HIV maiores que as anteriores. O pesquisador explicou, ainda, que o tempo oportuno para evitar o aumento das taxas de incidência de HIV e aids são os três primeiros anos da vida sexual. Em consonância com essas informações, Tatianna Alencar trouxe a importância da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de PrEP, em 2022, que ampliou a oferta da profilaxia para adolescentes a partir de 15 anos.
A profissional também ressaltou a necessidade de analisar o contexto social para oferecer um serviço constante e efetivo. “A descontinuidade tem raça, tem cor, tem escolaridade, tem orientação sexual. As inequidades também se mostram no acesso à PrEP; então, quando vemos as taxas, são as pessoas pretas e pardas, as mais novas e também as mulheres trans e mulheres cis as que menos permanecem em PrEP”, afirmou. Atualmente, os usuários de PrEP estão distribuídos em 1.932 munícipios brasileiros, dos quais apenas 112 possuem mais de 100 pessoas fazendo uso da profilaxia.
Ainda durante o painel, a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas, do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (CGTM/Dathi/SVSA/MS), Fernanda Dockhorn, alertou que, de todos os avanços ao longo dos anos, a área de coinfecção TB-HIV foi a que menos progrediu no Brasil. Em 2022, 24 pessoas morreram com tuberculose por dia, totalizando cerca de nove mil por ano. Destas, cinco foram a óbito diariamente pela coinfecção. “Infelizmente, as pessoas vivendo com HIV e aids não se beneficiam da maneira que deveriam das ações de cuidado da tuberculose. Quando a gente olha nos nossos bancos, apenas quatro mil pessoas vivendo com HIV e aids estão se prevenindo da TB”, lamentou Fernanda.
Avaliação e monitoramento
A consultora Ana Roberta Pascom, da área de monitoramento e avaliação do Dathi/SVSA/MS, apresentou um panorama histórico das contribuições do CDC no fomento ao ensino e à pesquisa nesse campo. Segundo ela, ações como a criação do Sistema de Monitoramento de Indicadores do Programa Nacional de DST e Aids (Monitoraids) e a oferta de oficinas de capacitação, mestrado profissional e curso na modalidade de Ensino a Distância (EaD), focos da parceria já no início do projeto, foram fundamentais para o desenvolvimento das estratégias de monitoramento e avaliação usadas atualmente no Departamento.
Para o consultor da Coordenação-Geral de Vigilância do HIV, da Aids e das Hepatites Virais (CGAHV/Dathi/SVSA/MS) do Dathi, Artur Kalichman, um grande desafio é utilizar os dados para formular conhecimentos estratégicos que sirvam de suporte tanto para o cuidado individual quanto para os serviços de saúde. “A gestão de cuidado não deve ser pensada apenas no nível federal, mas precisamos produzir e dar informações em nível estadual e municipal, principalmente porque muitas dessas bases de dados são federais. É como o imposto de renda: se o dinheiro chegar até aqui e não voltar como benefícios, políticas públicas, e não ajudar as pessoas, não adianta”, explicou.
Durante todo o evento, foram realizadas diversas menções e homenagens a Aristides Barbosa Júnior, um dos principais responsáveis pelo Acordo de Cooperação entre a ENSP/Fiocruz e o CDC, e parceiro de grande importância para a implementação de projetos inovadores na temática de HIV e aids no país.
06.10.23 - Ministério da Saúde promove a prevenção ao HIV e às ISTs de forma lúdica e divertida.jpeg
Mpox é tema de webinar com representantes do Ministério da Saúde e especialistas
Na última sexta-feira (2), assessores técnicos da Coordenação Geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais (CGAHV/Dathi/SVSA/MS) e especialistas da saúde se reuniram em evento para dialogar a respeito de recomendações técnicas e manejo clínico da Mpox, doença incorporada ao Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi).
O webinar Mpox: Atualizações e Recomendações para a Rede Assistencial contou com a participação das assessoras técnicas Maria Clara Gianna e Romina do Socorro Marques – responsáveis pela abertura e moderação, respectivamente – o infectologista do Hospital Universitário Oswald Cruz e da Universidade de Pernambuco/PE Demetrius Montenegro, e a oftalmologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/SP) Luciana Finamor.
A doença, que ganhou destaque após o aumento de casos em 2022, é causada pelo vírus mpox, pertencente à família do vírus causador da varíola. Os sintomas geralmente envolvem lesões na pele, podendo aparecer nas mãos, rosto, boca ou região genital. Febre, dores musculares, gânglios linfáticos inchados são alguns dos outros sintomas comuns.
Ao iniciar a apresentação, Maria Clara apontou que o Brasil não se encontra atualmente em um cenário de surto de Mpox, porém o Ministério da Saúde está atento à situação da doença em território nacional. Sobre a incorporação da doença ao Dathi, a assessora destaca que a totalidade de óbitos (16) que ocorreram em pacientes com Mpox até 30 de janeiro, acometeu pessoas imunossuprimidas, parte delas entre Pessoas Vivendo com o HIV (PVHA), o que justifica a articulação das ações do Departamento na resposta a ambos os vírus.
O infectologista Demetrius Montenegro lembrou o histórico da Mpox, desde sua descoberta na África Ocidental e Central durante a segunda metade do século XX até os casos de infecção epidêmica em 2022. Ao destacar as diferenças entre os casos de infecção endêmica – ou seja, com incidência em um espaço limitado – em regiões isoladas da África e a situação enfrentada recentemente em grandes áreas urbanas, o infectologista destacou que ainda há muitas perguntas sem resposta sobre a doença (como evolução de mutações virais, todas as formas de transmissão e tratamento).
Em meio às orientações de diagnóstico e tratamento, Demetrius lembro que há uma “via de mão dupla” entre a prevenção do HIV e demais ISTs e da Mpox. Como estratégia em serviços de Saúde na rede, o mesmo reforçou a importância do momento de atendimento de um paciente com suspeita de infecção por Mpox como uma oportunidade de incentivo aos métodos de prevenção de outras ISTs, como a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), como estratégia de Prevenção Combinada às ISTs.
O combate aos estigmas e ao preconceito também foi destaque durante a apresentação do infectologista. Segundo Demetrius, os profissionais de saúde têm o papel de desmitificar as infecções sexualmente transmissíveis, pois esses estigmas criam barreiras para o acesso da população aos serviços de saúde.
Já a oftalmologista Luciana Finamor destacou a conexão entre a oftalmologia e a pesquisa de doenças infecciosas, citando casos em que pacientes com Mpox apresentaram lesões oculares como sintomas que precediam, inclusive, as lesões na pele características da doença.
Luciana explica que o olho é um órgão com imunoprivilégio, o que permite que agentes infecciosos estabeleçam latência nos tecidos oculares, transformando-os em reservatórios potenciais para infecções latentes. Órgãos com essas características não são facilmente acessados pelo sistema imunológico, tornando-se esconderijos para alguns vírus.
A especialista destaca a vigilância epidemiológica e a cultura viral como fortes aliados no controle da Mpox e demais doenças infecciosas. Assim como Demetrius, Luciana Finamor trouxe recomendações para o diagnóstico de pacientes e chamou a atenção para a importância das notificações em âmbito municipal, estadual e federal; assim como o reconhecimento dos sinais de gravidade clínica para o manejo adequado dos casos.
Para informações/solicitações das coordenações/gestões estaduais e municipais de IST/HIV, as equipes Assistenciais e de Vigilância Epidemiológica estaduais, o Dathi reforça o seguinte e-mail de contato: mpox@aids.gov.br
Julho
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Outubro
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