Ao longo de quatro décadas, a resposta à aids no Brasil foi marcada por mobilização social e políticas públicas que trouxeram significativos avanços científicos, tecnológicos e sociais, considerando o direito à saúde definido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este espaço convida você a percorrer a trajetória epidemiológica dos casos de HIV e aids e das inovações biomédicas que transformaram o curso da epidemia.
Os painéis com as séries históricas apresentam um panorama dos casos no país e refletem a importância da vigilância em saúde na política brasileira de aids. Esses registros têm sido fundamentais para orientar decisões de gestão, planejar ações estratégicas e fortalecer o controle social, pilares essenciais de uma resposta sustentada e informada por evidências.
As tecnologias biomédicas de saúde implementadas gratuitamente nos serviços de saúde brasileiros ampliaram as possibilidades de diagnóstico precoce, tratamento oportuno e qualidade de vida das pessoas com infecção pelo HIV. Além disso, os avanços nas abordagens de prevenção proporcionaram autonomia para escolhas orientadas e adequadas às diversas necessidades e também condições de vida de populações-chave e prioritárias para o HIV.
Mais do que números e tecnologias, este espaço reafirma o compromisso coletivo com o direito à saúde integral, a transparência e o conhecimento como instrumentos de transformação e cidadania.
Dados Epidemiológicos
A disponibilização da série histórica de casos de HIV e aids no Brasil — incluindo dados sobre infecções e óbitos ao longo de quatro décadas — representa mais do que um exercício de transparência: é um compromisso com a vigilância em saúde e com o fortalecimento da resposta social à epidemia.
A vigilância em saúde, quando atuante e propositiva, permite que gestores, profissionais e a sociedade civil compreendam a dinâmica da epidemia ao longo do tempo e planejem políticas, programas e ações mais efetivas para o cuidado integral da população.
Conhecer o perfil das pessoas vivendo com HIV ou aids diagnosticadas é fundamental para identificar desigualdades que ainda acentuam a epidemia e orientar intervenções que promovam equidade. Ao tornar públicos esses dados, o Estado oferece à sociedade uma poderosa ferramenta de compreensão da epidemia no país e, em consequência, de controle social, advocacy e justiça.
Este espaço convida o público a refletir sobre o significado desses números: cada dado representa uma vida, uma história, e a possibilidade de transformar realidades. A compreensão coletiva dos dados é também um convite à ação — para que, juntos, possamos mudar os indicadores e avançar na construção de um futuro com maior qualidade de vida.
Desconstruindo o Estigma, Construindo Empatia
Este painel une interatividade, informação e sensibilização, de forma leve, mas reflexiva. O objetivo é promover uma experiência que estimule o conhecimento e a reflexão quanto aos principais achados da pesquisa Índice de Estigma e Discriminação, destacando como o preconceito e a discriminação ainda afetam a vida de pessoas vivendo com HIV ou aids ou de populações-chave e prioritárias para o vírus no Brasil. A atividade busca transformar números em empatia e consciência social por meio do pensamento crítico.
O Índice de Estigma no Brasil é uma ferramenta conduzida pelo Consórcio de Redes de Pessoas Vivendo com HIV ou aids, criada para medir e compreender como o estigma e a discriminação afetam a vida de quem vive com o vírus. Realizada pela primeira vez no país em 2019, a pesquisa utilizou a versão atualizada Índice de Estigma 2.0, que incorpora novas questões sobre populações específicas, questões climáticas e o impacto do estigma no acesso à saúde.
A iniciativa brasileira foi resultado de uma parceria entre Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+); Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP); Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA); Rede Nacional de Travestis e Transexuais Vivendo com HIV e aids (RNTTHP); Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero; Unaids Brasil; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com foco em sete cidades representativas da diversidade geográfica e epidemiológica do país: Manaus, Salvador, Recife, Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os dados obtidos são o ponto de partida para a ação. Eles ajudam a reconhecer desafios, inspirar mudanças e fortalecer políticas públicas que assegurem o direito de todas as pessoas viverem com dignidade, respeito e acesso integral à saúde.
Convidamos você a refletir sobre esses resultados e a se engajar na construção de um Brasil livre de estigma e discriminação.
PrEP e PEP
Os painéis com dados sobre a dispensação e o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) e da profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV, desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, reúnem e divulgam informações detalhadas sobre a oferta e a utilização dessas tecnologias em todo o país. Esses instrumentos fortalecem a vigilância em saúde e ampliam a transparência das ações de prevenção, permitindo acompanhar a efetividade das políticas públicas e a orientar novos investimentos.
A PrEP e a PEP integram a estratégia de Prevenção Combinada e constituem importantes indicadores de saúde pública. Ao disponibilizar esses dados de forma aberta, o Ministério da Saúde estimula o uso das informações por pesquisadores(as), gestores(as), profissionais de saúde e pela sociedade civil organizada — promovendo o controle social.
Os painéis também trazem um olhar sobre os determinantes sociais da saúde, apresentando o perfil das pessoas que utilizam as profilaxias segundo variáveis como sexo, raça-cor, faixa etária e escolaridade. No caso da PEP, destacam-se ainda informações sobre contextos sociais de vulnerabilidade, como uso de álcool e outras drogas ou situações de troca de sexo por dinheiro, abrigo, objetos de valor ou serviços.
Este espaço convida o público a explorar os dados, compreender os desafios e refletir sobre o papel de cada pessoa na transformação desses indicadores. Conhecer a realidade é o primeiro passo para mudá-la — e fortalecer, juntos, uma resposta mais justa, inclusiva e informada por evidências.
Tira-Dúvidas sobre PrEP e PEP
A prevenção ao HIV é um compromisso compartilhado entre o poder público e a sociedade. Entre as estratégias que fortalecem essa resposta estão a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP) — tecnologias seguras, eficazes e ofertadas gratuitamente pelo SUS.
Essas ferramentas fazem parte da estratégia de Prevenção Combinada, que integra diferentes ações de cuidado, autonomia e autocuidado, promovendo uma resposta mais ampla, humana e informada pela ciência.
Neste espaço, convidamos você a conhecer mais sobre essas formas de prevenção, tirar dúvidas e entender como cada pessoa pode ser protagonista na construção de uma sociedade informada e sem estigmas ou preconceitos.
Pergunte, informe-se, compartilhe. Prevenir é também um ato de cidadania.
Biblioteca da Aids
Convidamos você a conhecer a Biblioteca da Aids, um ambiente pensado para ser mais que parte de um acervo, mas também um refúgio de conhecimento e acolhimento.
Projetado estrategicamente para ser tranquilo e confortável, nosso espaço é um incentivo para que você interaja de forma mais profunda e humana com os temas HIV e aids.
Aqui você encontrará muito mais do que apenas materiais técnicos. Dispomos de publicações diversas, em particular resultados de pesquisas científicas e diversos gêneros escritos por pessoas vivendo com HIV ou aids, como romances e biografias. É uma oportunidade única de acessar o conhecimento de forma integral – tanto pelo rigor científico quanto pela força das narrativas pessoais.
Venha interagir, aprender e se inspirar. O conhecimento transforma, e a sua presença enriquece este espaço de diálogo e compreensão.
De tijolo em tijolo construímos o caminho
Cada conquista nesses 40 anos da resposta brasileira à aids foi construída por muitas mãos — pessoas vivendo com HIV ou aids, profissionais de saúde, ativistas, pesquisadores, artistas, comunicadores e tantas pessoas que, com coragem e solidariedade, transformaram dor em ação e preconceito em garantia de direitos.
Esses nomes formam o alicerce de uma história coletiva, feita de empatia, compromisso e esperança. Cada “tijolo” aqui representa alguém que acreditou que era possível mudar o curso da epidemia — e mudou.
Mas essa construção continua. Ainda há caminhos a percorrer, barreiras a derrubar e novas vozes a somar.
Pegue um tijolo em branco, escreva o nome de alguém que, na sua opinião, faz ou fez parte dessa história — e ajude a ampliar esse caminho de reconhecimento e afeto.
Juntos e juntas, seguimos fortalecendo o que o Brasil tem de mais valioso na resposta à aids: a força das pessoas e a construção coletiva.
Quiz da prevenção
Embora as pessoas digam ter boas informações sobre o HIV e a aids, na prática muitas ideias falsas continuam circulando. Quarenta anos após os primeiros casos de HIV, infelizmente, o estigma e a discriminação permanecem na sociedade.
Os avanços científicos evidenciam que não há risco de transmissão sexual do HIV quando as pessoas fazem uso regular da terapia antirretroviral, mantendo carga viral indetectável. Apesar disso, os equívocos persistem. Pior: a falta de informação aumenta, especialmente entre os jovens, que estão particularmente expostos.
Este quiz foi proposto com o objetivo de desfazer mitos em torno do HIV e encorajar as pessoas a se informarem, fazerem o teste, se prevenirem e conhecerem os direitos das pessoas vivendo com HIV ou aids.