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GALILEU DESCOBRIU AS PRIMEIRAS LUAS DE JÚPITER HÁ 406 ANOS
Brasília, 8 de janeiro de 2016 – A descoberta dos quatro satélites do planeta Júpiter – Io, Europa, Ganímedes e Calisto – por Galileu Galilei completou 406 anos nesta quinta-feira (7). Esses são os primeiros do que viriam a ser 67 satélites de que se tem notícia do planeta.
Em um primeiro momento, o astrônomo italiano pensou ter visto três estrelas em torno de Júpiter. Após semanas de avaliação, um quarto corpo apareceu e a partir disso ele sugeriu a existência de quatro satélites na órbita do planeta. Com isso, esses corpos ganharam o nome de Luas de Galileu.
Galileu criou um sistema de nomenclatura dos satélites que utilizava números romanos. Dessa forma, as luas eram chamadas de Júpiter I, Júpiter II, Júpiter III e Júpiter IV. No ano de 1614, o astrônomo alemão Simon Marius publicou um artigo chamado Mundus Iovialis, no qual afirmava ter descoberto as quatro luas de Júpiter antes de Galileu.
A disputa continuou séculos depois e só foi resolvida em 2003, quando um tribunal da Holanda investigou todos os episódios e evidências dos dois astrônomos. As autoridades acreditam que provavelmente Marius descobriu os satélites primeiro, no entanto, começou a tomar notas sobre eles depois de Galileu – fato complicado pelo fato de o alemão usar o calendário juliano e o segundo usar o gregoriano, causando uma diferença de 13 dias entre os dois.
A partir do século 20 a nomenclatura sugerida por Marius para os quatro satélites passou a ser utilizada. Júpiter I, II, III e IV se tornaram Io,Europa, Ganímedes e Calisto, em homenagem às amantes do deus grego Zeus. As quatro luas são as maiores das 67 de Júpiter. Io tem diâmetro de 3643 quilômetros e uma massa de 8.93×1022 quilos.
Vulcanismo – O satélite é o que fica mais próximo ao planeta e tem uma atividade vulcânica que atinge temperaturas por volta dos 1700 ºC, bem maior do que as da Terra. Acredita-se que essa atividade seja relacionada às interações gravitacionais da lua com Júpiter e até mesmo Europa e Ganímedes.
A superfície de Io tem uma mistura de cores quentes, resultantes do enxofre e do dióxido de enxofre presentes no satélite e pelas temperaturas liberadas por sua atividade vulcânica.
Já a Europa, com 3122 quilômetros de diâmetro e 4.8×1022 quilos de massa, é a menor entre as luas galileanas. Sua superfície é congelada e composta por materiais mais escuros, dando aos astrônomos a impressão de que a crosta foi separada e depois preenchida. Acredita-se que abaixo do gelo existam oceanos de água líquida. Assim como a Terra, o satélite tem um núcleo composto por ferro e níquel que, por sua vez, é coberto por uma camada rochosa.
Ganímedes é a principal lua de Júpiter e é o maior satélite do Sistema Solar. Com 5262 quilômetros de diâmetro, o satélite chega a ser maior do que o planeta Mercúrio, que tem 4879 quilômetros na mesma medida. A superfície de Ganímedes é parecida com a da Terra: tem terra e água salgada – inclusive mais que o nosso planeta.
Usando o telescópio Hubble, cientistas da Agência espacial Norte-americana (Nasa) estudaram melhor a superfície do satélite, que tem um oceano com uma espessura de 100 quilômetros. Calisto é a lua galileana mais distante de Júpiter e tem 4,5 bilhões de anos, aproximadamente a mesma idade do planeta. Em função disso, estima-se que a superfície do satélite, que é cheia de crateras, seja uma das mais antigas do Sistema Solar.
Calisto é composto por gelo e rocha e, segundo a Nasa, seu núcleo provavelmente contém silicato (silício e oxigênio). Também é possível que o satélite tenha água líquida abaixo de sua superfície.
Fonte: Revista Galileu