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CMSE destaca início das chuvas e reforça segurança eletroenergética no país
- Foto: Ricardo Botelho/MME
O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou, nesta quarta-feira (5/11), a 312ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) que destacou a manutenção da segurança no fornecimento de energia em todo o país e o início do período chuvoso, que contribui para a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Entre as deliberações, o colegiado decidiu por ações que visam aumentar a assertividade e a confiabilidade dos dados usados nos estudos energéticos e elétricos, e para incentivar a precisão da declaração de disponibilidade de usinas termelétricas merchant, que comercializam energia no Mercado de Curto Prazo (MCP) sem contratos de longo prazo.
“A atuação integrada das instituições do setor elétrico tem sido fundamental para garantir o bom funcionamento do sistema em todo o país. As medidas deliberadas aqui reforçam nosso compromisso com a transparência, a confiabilidade das informações e a eficiência na gestão do setor. Seguimos trabalhando para assegurar um fornecimento de energia estável para todos os consumidores brasileiros”, afirmou o secretário Nacional de Energia Elétrica, João Daniel Cascalho.
Durante a reunião, a Secretaria Nacional de Energia Elétrica (SNEE) apresentou o início dos preparativos que visam garantir a operação segura do sistema elétrico durante a Copa do Mundo Feminina de 2027, além do acompanhamento do desempenho da interligação de Feijó e Cruzeiro do Sul ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que reforça a integração elétrica da região Norte.
Apresentando os resultados positivos dos leilões realizados neste ano no âmbito do setor elétrico, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ressaltou que o Leilão de Suprimento aos Sistemas Isolados, realizado em setembro, deve mobilizar cerca de R$ 312 milhões em investimentos e levar energia a mais de 30 mil pessoas em comunidades remotas do Pará e do Amazonas. Já o Leilão de Transmissão, promovido em outubro, garantiu R$ 5,53 bilhões para novos empreendimentos de infraestrutura elétrica.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também destacou estudos que confirmam o pleno atendimento de energia no SIN até abril de 2026. Quanto ao atendimento de potência do SIN, em cenários de alta demanda e condições climáticas menos favoráveis, o ONS prevê o uso complementar de usinas termelétricas, além da operação otimizada das hidrelétricas do Rio São Francisco e do aproveitamento estratégico do reservatório da Usina de Itaipu.
Além disso, o Comitê ressaltou a realização do workshop “Avaliação das Responsabilidades Relacionadas aos Condicionantes Operativos do SIN e Proposição de Aprimoramentos”, promovido pela SNEE no âmbito do Plano de Recuperação dos Reservatórios de Regularização de Usinas Hidrelétricas do País (PRR). O evento reuniu representantes do setor elétrico e de recursos hídricos em um debate voltado à melhoria da governança e à atualização dos instrumentos regulatórios e operacionais que orientam o uso dos reservatórios.
Informações Técnicas:
Condições hidrometeorológicas: o avanço de frentes frias pelo interior do país na segunda quinzena de outubro favoreceu a ocorrência de precipitação nas bacias hidrográficas das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A precipitação foi superior à média mensal nas bacias dos rios Paranapanema, Madeira, na incremental da usina hidrelétrica de Itaipu e no trecho baixo do Tapajós. Nas demais bacias hidrográficas do SIN a precipitação foi inferior à média.
Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), no decorrer de outubro, foram verificados valores abaixo da média histórica para todos os subsistemas do SIN. Considerando a ENA agregada do SIN, foi verificado valor de 66% da Média de Longo Termo (MLT). Para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, foram verificados 59%, 88%, 36% e 52% da MLT, respectivamente.
Com relação à previsão meteorológica, o tema foi apresentado na reunião pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a convite do CMSE. Os destaques da previsão indicam, para as próximas duas semanas, a continuidade do mecanismo atmosférico típico de início de estação chuvosa, com chuvas em torno da média nas bacias do Sudeste e Centro-Oeste. Na bacia do Madeira, a previsão é de chuvas abaixo da média. Na região Sul, um intenso ciclone deve gerar chuvas entre a média e acima da média nas bacias do Uruguai e Jacuí nessa primeira semana do horizonte, enquanto na segunda semana as chuvas nessas bacias devem ficar abaixo da média.
Energia armazenada: ao final de outubro, foram verificados armazenamentos equivalentes de 44%, 91%, 49% e 75% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. No SIN, o armazenamento foi de aproximadamente 50%.
Previsão hidroenergética para novembro de 2025:

Expansão da geração e transmissão: a expansão verificada em outubro de 2025 foi de 644 megawatts (MW) de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 47,6 km de linhas de transmissão e 800 MVA de capacidade de transformação, totalizando no ano de 2025, até setembro, 6.565 MW de geração, 3.672 km de linhas e 8.587 MVA de capacidade de transformação. Foi destacado o início da operação comercial de parte das usinas que integram o Complexo Solar Boa Sorte, em Minas Gerais. Em outubro, o Complexo agregou 485 MW de capacidade instalada ao SIN.
Destaques da Regulação: Entre os destaques do Leilão dos Sistemas Isolados está a contratação do primeiro projeto híbrido do setor associado a baterias (BESS). Em Jacareacanga (PA), serão instalados 30 megawatts (MW) de armazenamento em baterias e 18 MW de geração solar — solução equivalente à maior bateria já existente no Brasil, localizada em Registro (SP).
Sobre o Leilão de Transmissão, foi destaque que seis investidores arremataram os sete lotes que tratam de construção e manutenção de 1.081 quilômetros (km) em linhas de transmissão e seccionamentos e de 2.000 megawatts (MW) em capacidade de transformação, além de sete compensações síncronas. Com o deságio obtido, a economia para os consumidores durante a vigência dos contratos somará R$ 11,5 bilhões.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE desta quarta-feira (05/11), bem como as demais deliberações do Colegiado, serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
*Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
Assessoria Especial de Comunicação Social - MME
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