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DESAMIANTAGEM
Fundacentro entrevista pesquisadora italiana sobre desamiantagem
O Programa Fundacentro Entrevista divulga o vídeo no YouTube com a entrevista conduzida pelo tecnologista da instituição, Ricardo Lorenzi, realizado com a engenheira química do Instituto de Estudo e Prevenção Oncológica de Florença – Itália, Alessia Angelini.
A instituição tem participado de debates e discussões sobre a proibição do uso do amianto no Brasil e a desamiantagem. Um dos destaques é o projeto da Fundacentro de Santa Catarina “Desenvolvimento de estratégias para difusão de informações para remoção segura dos materiais contendo amianto de instalações prediais”.
Os especialistas da Fundacentro, Valéria Ramos Soares Pinto, Artur Carlos da Silva Moreira, Ricardo Luiz Lorenzi, José Renato Alves Schmidt, Gustavo Sartori Pottker, Leila Posenato Garcia e Elizabeth da Silva Figueiredo fazem parte da equipe do projeto de desamiantagem em Florianópolis/SC.
No Brasil, ainda há muitos desafios a serem enfrentados em relação à desamiantagem, especialmente em edificações antigas que contêm amianto em sua estrutura. O evento teve como intuito conhecer a experiência em desamiantagem na Itália, suas etapas e atual estado de implantação.
Além disso, os aspectos positivos da experiência italiana e as dificuldades encontradas naquele país serão aportes para identificar as melhores estratégias de implementação da desamiantagem que possam ser aplicadas no Brasil.
Os pesquisadores informam que é necessária a remoção planejada e criteriosa da substância de seu local de instalação, incluindo a descontaminação das fibras de amianto nas vestimentas de trabalho e dos equipamentos, como máquinas e ferramentas manuais, transporte seguro dos resíduos e destinação adequada.
“A visita da pesquisadora Alessia é uma oportunidade de ampliar os nossos estudos, pesquisas e a troca de experiência no que se refere à implementação de medidas que visam proteger a saúde dos trabalhadores e da população”, ressaltam.
A desamiantagem na Itália segue regulamentos rigorosos e diretrizes estabelecidas pelo governo para garantir a proteção da saúde pública e a segurança dos trabalhadores envolvidos no processo.
Proibição na Itália e no Brasil
A proibição completa do uso do amianto na Itália foi efetivada em 1992 com a Lei nº 257. Essa lei estabeleceu um cronograma para a remoção gradual e gestão segura da substância em edifícios e estruturas (desamiantagem).
No Brasil, o amianto é debatido há muitos anos. O Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017, decidiu pela proibição do uso do amianto do tipo crisotila. De acordo com especialistas, é a variedade mais comum encontrada no país. A decisão considerou que a substância causa danos à saúde e que não há níveis seguros de exposição.
Em 2019, em Santa Catarina foi promulgada a Lei nº 10.607, dispõe sobre a proibição do uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou outros minerais que tenham fibras de amianto na sua composição.
Nesse sentido, os especialistas da instituição destacam que é necessário investir em capacitação de profissionais, fiscalização e conscientização sobre os riscos do amianto para a saúde pública. A destinação correta dos resíduos também é uma preocupação, pois devem ser acondicionados e descartados de forma adequada.
Estudos da pesquisadora
Alessia tem trabalhos disponíveis para leitura. A exposição de trabalhadores de Toscana expostos ao amianto: “Repertorio dele esposizioni occupazionali ad amianto com particolare riferimento ai lavoratori toscani”, juntamente com Elisabetta Chellini.
Angelini também participou do estudo sobre a exposição cumulativa ao amianto de 21 coortes de trabalhadores de fábricas de cimento-amianto, na Itália “Cumulative asbestos exposure and mortality from asbestos related diseases in a pooled analysis of 21 asbestos cement cohorts in Italy”.
De acordo com Lorenzi, a engenheira analisou a mortalidade por doenças relacionadas ao amianto, incidentes em trabalhadores daquele país ao longo de mais de quatro décadas de seguimento. O estudo envolveu 13.076 trabalhadores do setor fabril do cimento-amianto italiano.
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