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Presidente da Funasa defende prioridade da saúde sobre economia no saneamento
Presidente da Funasa, Alexandre Motta, presidente da AESabesp, Agostinho Geraldes (D), e professor Luiz Alberto Rocha, da UFPA (E), com a jornalista Patrícia Costa, em talk show sobre saneamento e COP 30, na Fenasan 2025.
O presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Alexandre Motta, destacou na terça-feira (21/10) que o saneamento deve ser tratado como política pública de saúde e não apenas como uma questão econômica. A declaração foi feita durante a abertura do 36º Encontro Técnico AESabesp e da Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan 2025), em São Paulo, o maior evento do setor nas Américas. "O saneamento vai custar o que tiver que custar para de fato se ter universalização, independente dos interesses econômicos que existirem", apontou.
Na defesa dos investimentos no setor para que todos tenham acesso ao saneamento básico, Motta recorreu a um exemplo histórico. "Quando os Estados Unidos quiseram chegar até a Lua, eles não mediram esforços nem custos para alcançar o objetivo. O saneamento no Brasil também vai custar o que tiver que custar para garantir que todos tenham acesso", afirmou.
Segundo ele, o Estado brasileiro precisa fortalecer o papel do saneamento como ação essencial de saúde pública, especialmente voltada às populações mais vulneráveis. "O olhar que eu trago é o olhar do Ministério da Saúde, do ministro Alexandre Padilha: o saneamento é uma ação de saúde. E o Estado precisa fomentar isso, principalmente onde estão os brasileiros mais vulneráveis", salientou.
Outro caminho para o setor
Economista de formação, o presidente da Funasa ressaltou que a condução do setor não pode se basear apenas em cálculos fiscais. "O olhar econômico tem ditado as regras para onde o saneamento tem caminhado, e isso não está muito correto. Se pensarmos que até hoje milhões de brasileiros ainda não têm acesso a banheiros, é sinal de que precisamos de outro caminho", disse.
Em tom crítico, Motta reforçou que existem diferentes formas de pensar a economia, quando o assunto é saneamento e saúde pública. "Os meus colegas entendem que nem sempre estão corretos, e é importante deixar claro que existem economistas que pensam diferente daqueles que, às vezes, aparecem na televisão", enfatizou.
A Fenasan e o Encontro Técnico AESabesp reúnem, até o dia 23 de outubro, especialistas, gestores públicos, empresas e instituições de ensino em torno do debate sobre inovação, sustentabilidade e os desafios da universalização do saneamento no Brasil. A abertura foi um talk show sobre o saneamento no contexto das mudanças climáticas e a COP 30. Com moderação da jornalista Patrícia Costa, o evento também teve a participação do presidente da AESabesp, Agostinho de Jesus Gonçalves Geraldes, e do professor Luiz Alberto Rocha, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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