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PNSR reforça integração entre campo, florestas e águas para universalizar saneamento
Alexandre Motta, Presidente da Funasa
O quinto painel da Casa do Saneamento, em Belém (PA), reforçou a importância do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR) como instrumento central para universalizar o acesso aos serviços básicos em comunidades do campo, das águas e das florestas. A discussão, que abriu as atividades desta quarta-feira (01/10), mostrou que a retomada do programa representa um passo decisivo para reduzir desigualdades e promover qualidade de vida a milhões de brasileiros fora dos centros urbanos.
Ao apresentar o PNSR, presidente da Funasa, Alexandre Motta, destacou que o programa busca garantir equidade, integralidade e sustentabilidade dos serviços de saneamento rural, articulando União, estados, municípios e sociedade civil. "Nós acreditamos que a definição sobre o que é urbano e o que é rural é decisiva para a gente definir a atuação efetiva e a alocação de recursos, a distribuição de recursos para essas áreas", afirmou.
Ele ressaltou a necessidade de fortalecer a formação técnica e a capacidade de gestão no setor. 'Se a gente não conseguir equacionar o déficit de conhecimento e de capacidade técnica de engenharia e, ao mesmo tempo, não equacionar o déficit de capacidade técnica de gestão, nós vamos morrer na praia, de um jeito ou de outro", alertou.
Aldeias e territórios
Os representantes da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Bruno Cantarella e Jéssica Aira, explicaram que está em elaboração o Programa Nacional de Saneamento Indígena, voltado para enfrentar as dificuldades específicas das aldeias. "Ele representa o grande potencial de revolucionar o saneamento indígena e por isso a gente precisa garantir esses recursos e logística para poder conseguir implementar as ações", afirmou Jéssica.
Do Fórum Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas, Rafael Guimarães apresentou o Projeto Socioambiental Cajati e Miracatu, do Vale do Ribeira (SP), e ressaltou que o sucesso das iniciativas depende do protagonismo local. "Educação ambiental transforma pessoas, pessoas transformam a realidade de seus territórios. Ouçam os territórios, ouçam as pessoas dos territórios", incentivou.
Integração
Para a moderadora do painel, Helena Magalhães, da Funasa de Pernambuco, o saneamento é parte essencial de um equilíbrio ambiental mais amplo. "É preciso entender que o planeta Terra está todo interligado, tudo está interligado. A saúde, o meio ambiente e o saneamento como parte desse contexto", afirmou.
A diretora da organização Mandí, Lígia Paz, reforçou a necessidade de uma visão integrada entre áreas urbanas e rurais. "Está tudo conectado. Se a qualidade da água é degradada em um rio urbano, isso vai afetar as populações rurais. Se a floresta for mantida em pé, nós também, em áreas urbanas, vamos sentir, seja na disponibilidade hídrica, seja na temperatura", alertou.
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