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Funasa vai ampliar ações para formar profissionais e difundir conhecimento em saneamento
Alexandre Mota
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vai buscar formas de se transformar em um centro permanente de formação e qualificação voltado à sustentabilidade e à adaptação climática no setor de saneamento básico. A ideia foi defendida pelo presidente da entidade, Alexandre Motta, no encerramento do segundo dia de atividades da Casa do Saneamento da Funasa, em Belém do Pará, durante o painel "Capacitação e Fortalecimento Institucional para o Saneamento Básico Resiliente ao Clima".
Motta afirmou que o fortalecimento institucional do setor passa por um novo sentido de missão para a Funasa, aproveitando sua estrutura física e técnica para difundir conhecimento e formar profissionais em todo o país. "Nós vamos precisar de menos gente para a burocracia, mas nunca vamos deixar de precisar de gente para educar, formar, qualificar e operar o saneamento. Saneamento não se faz de modo virtual. Esses espaços físicos precisam ser ressignificados", destacou.
Segundo Motta, a Casa do Saneamento, inaugurada na terça-feira (30/9) na sede da Superintendência Estadual da Funasa no Pará, é o primeiro passo de um processo de transformação institucional. Ele reforçou que a Funasa busca novas parcerias com associações e entidades do setor, como a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e a Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), para ocupar seus espaços com atividades de ensino, capacitação e assistência técnica. O objetivo, segundo ele, é "formar, qualificar e difundir conhecimento estratégico para melhorar a vida das pessoas por meio do saneamento".
Participação popular
O moderador do painel, Carlos Henrique de Azevedo Moreira, diretor do Departamento de Saúde Ambiental da Funasa, ressaltou que a capacitação deve contemplar tanto a formação técnica quanto a educação comunitária, com atenção especial a comunidades pequenas, remotas e isoladas, que tenham carência de pessoal e dificuldades logísticas para atuação. "Precisa haver participação popular, engajamento. A participação não apenas na concepção e na implantação", pontuou Moreira.
O diretor-executivo da Aesbe, Sérgio Gonçalves, reforçou que a qualificação profissional é fundamental para a efetividade das políticas públicas. "Nós temos que ter equipamentos, mas no dia a dia da vida real, nada substitui a capacitação para quem está construindo, quem está operando, para que isso funcione, para que nós tenhamos uma operação de qualidade", salientou. "Não é só eficiência e eficácia. É efetividade."
Já o presidente da Assemae, Esmeraldo Pereira Santos, relatou os esforços para reativar a proposta de criação de uma escola de saneamento, em parceria com o Ministério da Educação, com foco em formação técnica de gestores e operadores.
O painel também teve uma sessão de perguntas e participação ativa do público. As discussões abordaram a importância da educação ambiental, da cooperação entre instituições e da integração de saberes técnicos e comunitários como fundamentos de um saneamento básico resiliente às mudanças do clima.
Veja a programação da Casa do Saneamento
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