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Funasa defende uso estratégico da água subterrânea para abastecimento no semiárido
Em painel no 2º Sanea Brasil, superintendente Helena Porto Lira destacou que os aquíferos representam a principal fonte de segurança hídrica nas áreas rurais
A superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Pernambuco, Helena Porto Lira, defendeu nesta quinta-feira (30/10) o papel estratégico da água subterrânea para o abastecimento de comunidades rurais no semiárido. Durante o painel "Água subterrânea para universalização do abastecimento em áreas rurais no semiárido: desafios e soluções", no 2º SANEA Brasil, ela apresentou dados e reflexões sobre o potencial dos aquíferos e os obstáculos à sua gestão sustentável.
Segundo Helena, cerca de 5,5 milhões de pessoas ¿ o equivalente a 47% da população total ¿ ainda vivem sem acesso adequado à água potável nas áreas rurais do semiárido e a água subterrânea é a principal alternativa para reverter esse quadro. "A água subterrânea é o maior manancial de água doce acessível e relativamente imune às flutuações anuais de precipitação. Ela constitui uma reserva confiável a longo prazo, essencial para a segurança hídrica das populações rurais", afirmou.
A apresentação destacou que, embora os aquíferos representem a principal alternativa para o semiárido, a exploração ainda enfrenta limitações técnicas e institucionais. "Nos aquíferos do embasamento cristalino, a água doce representa apenas entre 20% e 30% do total disponível, e muitos poços operam sem licenciamento, sem proteção sanitária ou tratamento adequado", alertou a superintendente.
Desafios e soluções
Entre os principais desafios, Helena Lira mencionou o agravamento da seca no semiárido, a baixa qualidade das águas subterrâneas e a carência de equipes técnicas locais. "Precisamos fortalecer a capacidade técnica dos municípios e integrar políticas públicas. É fundamental avançar em estudos hidrogeológicos e garantir a manutenção dos sistemas implantados", pontuou.
Como soluções, ela destacou a necessidade de ações permanentes para universalizar o acesso à água, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 6). Defendeu também, entre outras medidas, a ampliação do Programa Água Doce, o fortalecimento dos Planos Municipais de Saneamento e a criação de modelos sustentáveis de gestão, como o Programa Sustentar, da Funasa.
"A universalização do abastecimento rural depende da continuidade das políticas públicas, da valorização da água subterrânea e da integração entre instituições. Só assim poderemos garantir que a água chegue com qualidade a quem mais precisa", frisou a superintendente da Fundação.
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