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Tecnologia social que leva água potável a comunidades indígenas é destaque na Casa do Saneamento na COP 30
Casa do Saneamento exibe tecnologia social Y'Pytahak para saneamento em terra indígena, desenvlvido pela Ufra
Garantir água potável em comunidades ribeirinhas e indígenas da Amazônia, de forma ecológica, acessível e adaptada às mudanças climáticas. Esse é o objetivo do projeto "Y Pytahak - Saneamento em Terra Indígena", desenvolvido pela professora Vania Neu, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e apresentado na Casa do Saneamento, espaço da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) durante a COP 30, em Belém (PA).
A tecnologia social, certificada pela Fundação Banco do Brasil, foi criada há 15 anos e hoje se consolida como uma solução sustentável para o abastecimento de água em áreas de difícil acesso. O sistema capta a água da chuva, limpa impurezas, realiza a cloração e a filtração com carvão ativado, garantindo qualidade adequada para o consumo humano. "A água fica leve e sem sabor", explica a professora.
Já implantado em comunidades ribeirinhas como Ilha das Onças e Ilha do Combu, no Pará, o projeto chegou também a uma escola e às aldeias Tembé, em Santa Luzia do Pará, e se prepara para alcançar a terra Yanomami, em Ariabú, no Amazonas, no próximo ano. "Hoje, temos 257 pessoas beneficiadas diretamente. E nesse que vamos instalar em Ariabu, serão mais de 2 mil pessoas", destaca Vania Neu.

- Professora Vania Neu, que desenvolveu o projeto, destaca que sistema produz água de qualidade e sem sabor
Adaptação à realidade local
Cada sistema é dimensionado de acordo com a realidade local: de unidades familiares com 2 mil litros de armazenamento a mega estruturas coletivas como a que será implantada em Ariabú, que chega a 30 mil litros. O custo médio de implantação é de cerca de R$ 12 mil por unidade, com operação simples e manutenção feita pelos próprios Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan), capacitados para o manejo e limpeza periódica das cisternas.
As comunidades indígenas participam de todas as etapas, desde o planejamento até o design das estruturas. "O nome 'Y Pytahak' - que significa "água duradoura" em tupi-guarani - e os grafismos nas caixas d'água foram escolhidos pelos próprios indígenas", ressalta a pesquisadora.
A Casa do Saneamento, criada pela Funasa para destacar o tema do saneamento na COP 30, apresenta o protótipo do sistema como exemplo de inovação de baixo custo e alto impacto ambiental e social. A iniciativa foi indicada pelo Ministério do Meio Ambiente e do Clima (MMA), após o êxito da implantação na aldeia Herekohaw e em uma escola indígena, em Santa Luzia (PA).
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