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Funasa reforça compromisso com saneamento básico e anuncia expansão de tecnologias para a Amazônia
Em entrevista para a Rede Amazônia, Alexandre Motta destacou visão estratégica da Funasa para saneamento na Região Norte
O presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Alexandre Motta, destacou nesta sexta-feira (21/11), em entrevista concedida à Rede de Notícias da Amazônia, que o saneamento básico segue como prioridade estratégica da instituição - especialmente diante dos desafios sociais e ambientais enfrentados pelo país e, em particular, pela região Norte.
Motta lembrou o Dia Mundial do Banheiro, celebrado na última quarta-feira (19/11), reforçando o papel do saneamento como base de dignidade, saúde e cidadania. Segundo ele, a falta de banheiro - ou de banheiro de qualidade - ainda atinge cerca de quatro milhões de brasileiros, número equivalente à soma das populações de Brasília e Florianópolis. "A gente precisa superar essa chaga social. A gente tem que ter condições, uma das dez maiores economias do mundo, de superar isso", enfatizou.
Segundo ele, a Funasa já financiou a construção de cerca de cinco mil banheiros no ano passado e avança com mais cinco mil unidades em 2025, em parceria com prefeituras de todo o país. Ele defendeu a ampliação dos recursos para que o Brasil alcance a meta de universalização do saneamento prevista para 2033.
Foco ampliado na Amazônia
Durante a entrevista, o presidente destacou que as secas severas de 2023 e 2024 na Região Amazônica reforçaram a urgência de ampliar a ação do Estado em saneamento rural e soluções adaptadas às características dos povos do campo, das florestas e das águas.
"O saneamento rural você precisa atacar quase que por bioma. Não é a mesma coisa fazer saneamento rural no Pampa Gaúcho, no Semiárido Nordestino e muito menos na Região Amazônica. Você precisa ter planos específicos. E a gente desenvolveu esses planos para todas as regiões brasileiras, inclusive para a Amazônia", explicou.
Ele lembrou ainda sua relação pessoal com a região, onde viveu e atuou como presidente da Companhia Docas do Pará. A experiência, segundo ele, reforçou o compromisso da Funasa em fortalecer o acesso à água potável e soluções adequadas aos modos de vida amazônicos.
Expansão da tecnologia Salta Z
Motta reforçou que a Funasa concluiu estudos detalhados no âmbito do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR), que estabelece diretrizes específicas para cada bioma do país, reconhecendo que as soluções urbanas não se aplicam integralmente às áreas rurais.
Na Amazônia, uma das principais iniciativas é o sistema Salta Z, uma miniestação de tratamento que garante água potável em comunidades ribeirinhas. "A gente tem centenas dessas Salta Z implantadas na Amazônia. Quando chega a Salta Z, é uma alegria, porque você garante água potável para todo mundo, para as crianças, que param de ter diarreia, param de ter doenças de veiculação hídrica. Isso é muito positivo para a saúde delas", afirmou.
A Funasa está finalizando o processo para aquisição de 2,6 mil novas unidades, das quais 1,6 mil serão instaladas no Pará e as demais, distribuídas entre os outros estados amazônicos. O presidente celebrou ainda o fato de que governos estaduais têm replicado a tecnologia, ampliando o acesso à água tratada.
Casa do Saneamento na COP30
Ao final da entrevista, Motta destacou a relevância da inserção do tema do saneamento na COP30, em Belém. A Casa do Saneamento, instalada na Superintendência Estadual da Fundação, tornou-se um espaço permanente de articulação entre governos, empresas públicas, setor privado e sociedade civil.
"As últimas COP têm discutido muito segurança hídrica - como é que a gente garante a quantidade mínima de água de boa qualidade para todo mundo. Mas não tem um debate muito claro sobre qual é o papel do saneamento nessa garantia de segurança hídrica. E a gente defende que esse papel é muito grande e muito importante", salientou.
Segundo Motta, o trabalho da Casa do Saneamento seguirá contribuindo para que o Brasil avance na formulação de políticas públicas, fortaleça a cooperação federativa e amplie soluções sustentáveis que garantam dignidade e saúde para todas as populações - em especial da Amazônia.
"Essa COP serviu para a gente fincar essa bandeira. E agora nós já estamos pensando na próxima COP e na Conferência Mundial da Água, que vai acontecer no fim do ano que vem, para a gente cada vez mais abrir espaço para a discussão do saneamento no Brasil e no mundo", finalizou.
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