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Funasa atua auxiliando em situações de emergências climáticas em apoio à vigilância em saúde ambiental
Servidores e colaboradores da Funasa atuam auxiliando em situações de desastres e emergências ambientais, tais como a ocorrida no Rio Grande do Sul. Foto: Laudemiro Bezerra/MS.
No decorrer dos meses de maio a julho, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) esteve presente no Rio Grande do Sul (RS), integrando o Centro de Operações de Emergência (COE), instituído pelo Ministério da Saúde (MS), na qualidade de órgão parceiro, auxiliando as populações atingidas pelo desastre ambiental causado pelas enchentes ocorridas naquele estado. Na ocasião, atuou apoiando a vigilância em saúde ambiental, com ações de educação em saúde e análises de amostras de água, coletadas para identificação do padrão de potabilidade recomendado pela pasta da Saúde, onde equipes de profissionais, trabalhando em Unidades Móveis para Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano (UMCQA), recebiam material oriundo de cidades de quatro regionais de saúde, para avaliação e diagnóstico.
As atividades iniciaram com a instalação e parqueamento das UMCQA em Barra do Ribeiro (compreendendo os municípios da 1ª Regional da Saúde), Nova Prata (compreendendo os municípios da 5ª Regional da Saúde), Taquara (compreendendo os municípios da 1ª Regional da Saúde) e Encantado (compreendendo os municípios da 16ª Regional da Saúde). E, após traçar as etapas da ação conjunta e definição de pontos de coleta de amostra de água, foram iniciadas as atividades pelos técnicos dos municípios da região e análises dos parâmetros básicos e complementares pela Funasa.
Durante os trabalhos, as amostras de água bruta e de água tratada foram avaliadas seguindo parâmetros instituídos na Portaria GM/MS nº 888/2021 que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, o que resultou em mais de 1.000 (mil) testes concluídos. Os resultados seguiram sete parâmetros técnicos para assegurar a qualidade da água e ficaram prontos em 24 horas, com foco em locais de interesse como abrigos, escolas e unidades de saúde. Alguns dos municípios atendidos foram Porto alegre, Nova Prata, Barra do Ribeiro, Canoas, Taquara, Encantado, Restinga Seca, Nonoai e Tentente Portela (áreas indígenas).
A UMCQA é um furgão adaptado para funcionar como laboratório de campo para a realização de análises em amostras de água. Este laboratório, em função da facilidade de deslocamento e presteza na emissão de laudos, tem condições de agilizar as intervenções e ações corretivas necessárias para a melhoria da qualidade da água, principalmente em situações emergenciais que demandam respostas e intervenções imediatas. Está estruturado para realizar coletas, preservação, acondicionamento e transporte de amostras de água para diversas análises. A unidade tem capacidade para realizar análises microbiológicas, análises físico-químicas de substâncias químicas que representam riscos à saúde, bem como aquelas análises que determinam o padrão de aceitabilidade em água para consumo humano.

- UMCQA da Funasa atuando como laboratório de campo para a realização de análises em amostras de água no Rio Grande do Sul.
Para o superintendente estadual substituto da Funasa no Rio Grande do Sul (Suest/RS), Antonio Carlos Boszko, a Funasa abraçou sua missão e teve uma atuação importante no RS. "Com 478 municípios do RS afetados de alguma forma pela enchente, isolando cidades, causando destruição, com vidas e histórias de vidas perdidas e a suspensão de serviços essenciais, tais como água potável para consumo humano, a Funasa, em uma grande mobilização nacional de técnicos, laboratórios móveis e veículos, realizou análises da qualidade da água e prestou orientações aos municípios. Com a finalidade de auxiliar os serviços municipais no reestabelecimento do fornecimento de água potável, apoiada por ações de educação em saúde para pessoas abrigadas, trabalhou com acolhimento e orientações em sanitização dos ambientes pós enchente, bem como ações para redução dos impactos ambientais e epidemiológicos. Assim, a Funasa se fez presente nos munícipios gaúchos, promovendo a saúde pública e a inclusão social", disse Boszko.
Já para a chefe da Divisão de Saúde Ambiental (Disam) da Superintendência Estadual da Funasa na Paraíba (Suest/PB) e coordenadora da força tarefa da Fundação no RS, Roseane Batista da Cunha, a união de todos, com a participação da Funasa, da Força Nacional do SUS e demais instâncias do estado e dos municípios foi primordial para o reestabelecimento dos serviços essenciais. "Para a realização dessa ação, tivemos que reunir profissionais da área de vários estados do Brasil, como também uma grande logística, para que a Funasa estivesse presente no território, em articulação com o Comando Militar do Sul. Além de ações de análise de amostras de água, também atuamos forte na educação em saúde ambiental, em parceria com as vigilâncias estadual e municipais, UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para Infância) e ADRA (Agencia Adventista de Recursos Assistenciais - SUL), com atividades voltadas para os eixos de formação de multiplicadores, espaço seguro e monitores de WATER, SANITATION AND HYGIENE - WASH, em abrigos e comunidades vulneráveis", disse Roseane.
Atuação contínua da Funasa em situações de desastres
Não obstante o encerramento da atuação institucional emergencial no RS, a Funasa continuará cumprindo sua missão institucional de promover a saúde pública e a inclusão social, por meio de ações de saneamento e saúde ambiental em situações de desastres, uma vez que agora também passou a fazer parte da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, criada 1º de agosto, sob coordenação da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), do Ministério da Saúde. O mecanismo é uma ferramenta de gestão para planejar respostas às emergências como secas prolongadas, escassez de água, queimadas e outras ocorrências relacionadas pela mudança do clima.
Já na primeira reunião de alinhamento da Sala em Brasília (DF), o presidente da Funasa, Alexandre Motta, esteve presente, representando a vinculada do Ministério da Saúde. Para ele, "diante da crise climática que assola o mundo, o saneamento básico tornou-se uma questão existencial de sobrevivência, o que aumenta a responsabilidade da Funasa, que trabalha com ações de abastecimento de água, esgotamento sanitário e educação em saúde para a maioria dos pequenos municípios brasileiros". Assim, colocou a instituição e a toda sua expertise à disposição para atuar em conjunto com o ministério e os demais parceiros institucionais participantes da iniciativa.
A sala irá monitorar situações emergenciais relacionadas às secas prolongadas e inundações, queimadas, aumento de temperaturas e ondas de calor no Brasil.

- Alexandre Motta, presidente da Funasa (2º na mesa, à esquerda), participa da reunião de alinhamento da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde. Foto: Alfredo Guerra/Funasa.