Funasa promove a I Conferência Nacional de Mulheres no Saneamento e Saúde Ambiental no Amapá

Deborah Roberto (2a. esq.) e Girlene Chucre (em pé) participaram da mesa de abertura. Foto: Coesc/Funasa.

"Uma a cada quatro mulheres no país não têm acesso ao saneamento básico. Este dado é alarmante, pois ele ainda interfere em indicadores como saúde, educação e bem-estar dessa população", disse Deborah Roberto, diretora do Departamento de Saúde Ambiental (Desam) na "I Conferência Nacional de Mulheres no Saneamento e Saúde Ambiental - Lata D'Água na Cabeça, lá vai Maria".

O evento foi realizado na manhã desta terça feira, 17/12, no Museu Sacaca, na zona Sul de Macapá, capital do Amapá (AP), e foi promovido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da superintendência estadual no Amapá (Suest/AP), com apoio do Governo do Estado.

O encontro reúne mulheres e homens de todo o país para discutir um tema que ainda assola - e muito os brasileiros: a falta de acesso ao saneamento básico de ciclo secular - menina, mulher e idosa. Hoje, cerca de 27 milhões de mulheres vivem na precariedade sanitária. 

Segundo Deborah Roberto, esse número representa uma a cada quatro mulheres no país, o que interfere em indicadores como saúde, educação e bem-estar dessa população. "Não podemos ser livres enquanto temos mulheres com latas d'água na cabeça", disse.

Durante a abertura, a superintendente estadual da Funasa no Amapá Girlene Chucre frisou a importância do acesso ao saneamento básico pelas mulheres. "Precisamos de mais dignidade. Fazer política pública para o saneamento é uma tarefa difícil, mas não impossível. Temos muita carência na área. Por isso, a realização deste movimento. Queremos unir forças e mudar a vida de muitos brasileiros. Aqui no Amapá, por meio da Funasa, já conseguimos melhorar as estatísticas, e hoje, várias mulheres e famílias têm acesso a água para consumo humano devido a instalação da tecnologia da Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água para Consumo Humano (SALTA-z)", destacou.

Socorro Tavares, da comunidade Matão do Piassaca, do Amapá, esteve presente no evento e disse estar confiante na melhoria de qualidade de vida. "Estou aqui para unir forças. Temos muitas carências na nossa comunidade. A nossa água é de péssima qualidade. Várias vezes nossos filhos perdem aula, pois ficam doentes pela falta de acesso à água limpa. Hoje está sendo um dia especial, pois acredito na mudança e por isso estou aqui", ressaltou. Nos dois dias de evento vão ser realizadas diversas atividades, entre elas, palestras e mesas-redondas.

De Portugal, a representante da Internacional Federation Environmental Health, Susana Paixão, falou sobre a Saúde Ambiental, Sustentabilidade e Gênero. "Já temos acesso às pesquisas que revelam a incidência de forte migração dos habitantes para zonas urbanas. Se não estivermos preparados para receber esse grande volume de pessoas aos centros urbanos, teremos muitos problemas e o saneamento básico é um deles", alertou.

Representando o Ministério do Meio Ambiente, Tatiana Santana, falou sobre o protagonismo das mulheres no saneamento e na saúde. E, para apresentar um caso de sucesso, a palestrante Sara Duarte, da Universidade do Goiás, explicou sobre os caminhos e do Saneamento Rural, algumas experiencias no Goiás.

Compuseram a mesa de abertura Girlene Chucre, Deborah Roberto, a representante da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Sandra Rejane e, representando o governo do Amapá, a secretária Extraordinária de Políticas para Mulheres, Renata Apóstolo.

A Conferência, inédita no Brasil, foi apoiada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). O evento segue até a próxima quarta-feira, 18/12, no Monumento Marco Zero do Equador, a partir das 9h.

Servidores e colaboradores da Funasa participam do evento no Amapá (AP). Foto: Coesc/Funasa.