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Plataformas Lattes e Carlos Chagas ganham backup de dados no CBPF
Plataformas Lattes e Carlos Chagas ganham backup de dados no CBPF - Foto: Núcleo de Comunicação do CBPF
As plataformas do CNPq agora contam com um backup completo alocado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que deixando a salvo os dados dos mais de 8 milhões de currículos Lattes e de todos os projetos de pesquisa da comunidade científica brasileira que estão na plataforma Carlos Chagas em caso de ataques cibernéticos, como o ocorrido em janeiro de 2023 e que provocou um “apagão” temporário dessas informações.
Os dados estão hospedados no Rio Science Datacenter (RSDC), centro de processamento, armazenamento e comunicação de dados científicos – uma parceria entre o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) – localizado na sede do CBPF, no Rio de Janeiro. Os backups são atualizados a cada 10 minutos e, a longo prazo, a expectativa é de reduzir esse tempo até alcançar o chamado "espelhamento", quando as duas bases serão atualizadas de forma praticamente simultânea.
A parceria entre CNPq e CBPF que viabiliza a ação - que deverá se estender a outras plataformas e bases de dados do CNPq - foi selada no dia 03/04, com a assinatura de acordo de cooperação técnico-científica pelo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, que é ex-diretor do CBPF, e pelo diretor do CBPF, Márcio Portes de Albuquerque. A gestão da parceria ficará a cargo da Diretoria de Análise de Resultados e Soluções Digitais (DASD) por parte do CNPq, e da Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico do CBPF.
"É algo muito importante para toda a comunidade científica brasileira. Nós vamos ter sempre a possibilidade de taer um backup dessas duas plataformas caso algum ataque cibernético. Isso é uma demonstração da cooperação entre unidades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação em benefício de toda a sociedade", afirma o presidente Ricardo Galvão.
Assista ao vídeo:
Avanço científico com segurança dos dados
A segurança e integridade dos dados em uma pesquisa científica são fundamentais para garantir resultados confiáveis e uma investigação com credibilidade. Quando os dados não são protegidos de maneira adequada, corre-se o risco de manipulação, extravio ou até mesmo vazamento de informações sensíveis, comprometendo o resultado.
Além disso, a preservação da integridade dos dados assegura que os resultados possam ser replicados e validados por outros pesquisadores, um princípio essencial para o avanço do conhecimento científico.
“Buscando este objetivo, foi criado um ambiente Disaster Recovery (recuperação de desastres, em tradução livre), com foco na criação de estratégias para proteger os dados e os serviços críticos contra falhas, desastres naturais, ataques cibernéticos ou outros eventos inesperados – garantindo que, no caso de um desastre, as operações possam ser rapidamente retomadas”, explicou Albuquerque, responsável pelo RSDC.

- Ricardo Galvão, presidente do CNPq, assinando o acordo de cooperação técnico-científica. Foto: Núcleo de Comunicação do CBPF
Conexão histórica
O CNPq e o CBPF compartilham uma trajetória marcada pelo compromisso com a ciência e o fortalecimento da pesquisa no Brasil. Em 1951, o Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, que também foi um dos fundadores do CBPF, liderou a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (atual CNPq). Neste mesmo ano, o Almirante se torna vice-presidente do Conselho do CBPF. Essa ligação, que desde o início contribuiu para a infraestrutura científica nacional, tinha um compromisso mútuo: enquanto o CBPF se fortalecia como um dos principais centros de pesquisa à época, o Conselho crescia como um catalizador focado em financiar e incentivar as ideias que iriam revolucionar o conhecimento.
Foi em 1975, diante das crises financeiras e da intervenção da Ditadura Militar que levou pesquisadores do CBPF à aposentadoria compulsória, o instituto foi incorporado formalmente ao CNPq. Esse feito consolidou os avanços da pesquisa e ampliou as possibilidades de inovação e colaboração em projetos estratégicos.
Hoje, com a nova cooperação assinada e em pleno funcionamento, CBPF e CNPq reafirmam a conexão que atravessa décadas e preservam o legado de impulsionar a pesquisa garantindo infraestrutura, inovação e segurança para toda a comunidade científica.
“O CBPF nasceu com o propósito de impulsionar a pesquisa avançada em física, enquanto o CNPq, criado dois anos depois, assumiu a missão mais ampla de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico em diversas áreas do conhecimento no Brasil. Ao longo de seus 76 anos, o CBPF integrou o CNPq por 24 deles. Este Acordo reafirma essa parceria histórica. E é simbólico que aconteça às vésperas dos 75 anos do CNPq, reforçando nosso compromisso comum com o avanço da ciência e tecnologia no país”, conclui o diretor do CBPF.

- O presidente Ricardo Galvão recebe do diretor do CBPF, Márcio Albuquerque, um busto do físico César Lattes confeccionado em impressão 3D no CBPF. Foto: Núcleo de Comunicação do CBPF
*Com a colaboração do Núcleo de Comunicação do CBPF.