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Homenagem
CNPq se despede da historiadora e arqueóloga Niède Guidon
- Foto: Reprodução / Nossa Ciência
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) se despede da historiadora e arqueóloga Niède Guidon, que faleceu nesta madrugada, aos 92 anos.
No ano passado, o Conselho homenageou Guidon concedendo-lhe a maior honraria científica brasileira, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. A historiadora era também bolsista de Produtividade em Pesquisa Senior do CNPq.

- Presidente do CNPq, Ricardo Galvão, entrega diploma e medalha do Prêmio Álvaro Alberto a Niède Guidon
Graduada em História Natural pela Universidade de São Paulo (1959) e doutora em pré-história realizado na Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne (1975), Guidon foi Diretora Presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUHMDAM) entre 1986 a 2019 e era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Ao longo de sua carreira, identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas no Parque Nacional Serra de Capivara, no Piauí, tendo registrado mais de 35 mil imagens e publicado mais de 100 artigos, atuando ainda na formação de expressivo número de alunos de pós-graduação.
Responsável pela preservação, desenvolvimento e gestão daquele parque - contando com o apoio do CNPq ao longo dos últimos 50 anos - , bem como pela proteção da flora e fauna ameaçadas de extinção, Guidon criou no parque um centro cultural e museu, além da FUMDHAM, no município piauiense de São Raimundo Nonato. A pesquisadora reconhecia a importância da participação da comunidade local para o desenvolvimento social, razão pela qual criou núcleos de apoio comunitário que prestam serviços sociais e cuidados de saúde e educação às comunidades locais, bem como treinam pessoal local em ecologia, restauro e pré-história.
Multipremiada, Niède Guidon recebeu, em 2005, a Ordem do Mérito Científico, Grã-Cruz, do MCTI; o Green Prize, Paliber; e o Prêmio Príncipe Klaus, esse último concedido pelo governo holandês. Em 2013, recebeu o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Cultura. Em 2014, foi agraciada com o prêmio Cientista do Ano, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e com o Prêmio Chevalier de La Légion d'Honneur, do governo francês. Por sua defesa à sustentabilidade, a pesquisadora recebeu, ainda, homenagem em 2010, no 5º Fórum Mundial de Meio Ambiente.

- Diretoria do CNPq na entrega do Prêmio Álvaro Alberto a Niède Guidon
Em setembro de 2024, a Diretoria Executiva do CNPq, em comitiva liderada pelo presidente Ricardo Galvão, visitou a Serra da Capivara e entregou o Prêmio Álvaro Alberto em mãos a Guidón, que não havia podido comparecer à cerimônia de premiação em maio, no Rio de Janeiro, por limitações de saúde. "Mais do que uma grande cientista brasileira, ela é um farol para os jovens que se interessam pela ciência", afirmou, na ocasião, o presidente Ricardo Galvão.
Enlutado, o CNPq se solidariza aos familiares, amigos e admiradores da arqueóloga Niède Guidon.
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