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ACORDO
Parceria fortalece pesquisa, tecnologia nuclear e traz avanços em benefício da população brasileira
A assinatura do acordo de aquisição de fontes de cobalto-60 entre o Conselho da Corporação de Isótopos e Radiação da China (Circ) e a CNEN foi realizada na sede da CNEN, no Rio de Janeiro, nesta sexta, 14 de novembro. Estiveram presentes o presidente da CNEN, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, a diretora do Ipen/CNEN, gestores da área de relações internacionais, planejamento e aplicações da tecnologia nuclear. A comitiva da CIRC também visitou o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/CNEN) e foi recebido na última quinta-feira (13), pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos.
O objetivo da parceria entre China e Brasil abrange ainda avanços na pesquisa e desenvolvimento de radiofármacos, escalonamento e modernização da produção industrial desses produtos, destinado ao tratamento e diagnóstico de diversas doenças, entre elas o câncer. As fontes de cobalto objeto do acordo celebrado se destinam ao uso no irradiador mutipropósito do Ipen/CNEN, em São Paulo, e ampliam a opção de fornecedores de fontes, atualmente disponibilizadas ao país por outros quatro países. A instalação permite a radioesterilização materiais médicos, conservar bens de valor histórico e cultural, reduzir a carga microbiana em tecidos biológicos, irradiar gemas aumentando seu valor de mercado, entre outros usos de grande relevância e impacto social.
Inovação e atendimento a demandas sociais
Para o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, esse acordo é uma inovação no modelo brasileiro. "Estamos focados na pesquisa, desenvolvimento e inovação, com produtos e serviços que vão atender cada vez mais a sociedade. Hoje a CNEN vê um crescimento do setor de medicina nuclear e essa parceria vem somar esforços para melhorarmos o atendimento, em termos de fornecimento, de qualidade, ampliando o acesso público à saúde. Ampliamos a perspectiva de pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos, observando o sistema SUS e ao mesmo tempo trabalhando com a demanda de mercado".
Para o presidente da Circ, Xiao Yafei, já foram conseguidos marcos importantes. A parceria irá avançar ao longo de 2026 e uma equipe especializada está trabalhando em diversos aspectos - técnicos, comerciais e jurídicos - , para viabilizar sua ampliação.
A diretora do Ipen/CNEN, Isolda Costa, comemorou o envolvimento e o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação desde o início do projeto e à parceria Brasil China, que traz avanços importantes em termos de fornecimento, acesso à população. "Nós queremos alta tecnologia para o nosso país e, ao mesmo tempo, ao criarmos novos mecanismos de atuação, conseguirmos aperfeiçoar modelos de gestão", destacou.
Ampliação de possibilidades
Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento CNEN, destaca o trabalho da autarquia na área de cooperação internacional. Acrescenta que as fontes de cobalto-60, objeto do acordo firmado na ocasião, são apenas uma das múltiplas possibilidades da parceria. Foram assinados alguns memoramos de entendimento com a Circ, na área de radioisótopos e radiofármacos e na área de aplicações industriais (armazenamento de rejeitos radioativos e reatores nucleares de pesquisa), em recente missão à China.
“Esperamos que o trabalho conjunto se desdobre em outras possibilidades, até mesmo em equipamentos estratégicos hospitalares mais acessíveis; então, vislumbramos não apenas o fortalecimento da medicina nuclear mas também a possibilidade de outros materiais na área de indústria. A empresa dispõe, por exemplo, de irídio-192 e selênio-75 para radiografia industrial, equipamentos para diagnóstico e terapias. São diversos produtos para o fortalecimento da medicina nuclear, da radioterapia, que vão beneficiar a população brasileira como um todo”, concluiu Calvo