Notícias
RMB
CNEN, MCTI e INVAP discutem avanços do projeto RMB e apresentam os próximos passos para o início de 2026
A CNEN e a INVAP, empresa de tecnologia nuclear argentina, realizaram reuniões, nos dias 2 e 4 de dezembro, respectivamente em Brasília e no Rio de Janeiro, sobre a implementação do complexo tecnológico que abrigará o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), com todas as suas instalações laboratoriais, de infraestrutura operacional e de apoio logístico. A primeira reunião contou com a participação do MCTI, de representantes da embaixada da Argentina no país e do diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep, Carlos Alberto Aragão, virtualmente.

- Da esquerda para a direita, Carmela Mirabelli, assessora de assunto internacionais da Invap; Ricardo Leyser, da FGV; Carlos Matsumoto, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MCTI; Gabriela Borsato, coordenadora-geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN; Guillermo Daniel Raimondi, embaixador da Argentina no Brasil; Daniel Gomes de Almeida, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI; engenheiro Pablo Abbatte, gerente da área nuclear da Invap; Maite Unzaga, secretária da embaixada argentina; Raphael Padula, diretor do Departamento de Fundos e Investimentos MCTI; ministra Emilia Cortes, da embaixada argentina; Pedro Maffia, diretor de Gestão Institucional e presidente da CNEN substituto (Foto: Douglas Troufa/CNEN)
O empreendimento é um projeto prioritário para o desenvolvimento tecnológico do setor nuclear do Brasil e está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, o PAC, e com o aporte de recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). As tratativas e negociações entre a CNEN e a INVAP, para a celebração do Contrato de EPC (Engineering, Procurement, Construction Agreement) estão sendo aprimoradas. O projeto tem o apoio da Fundação Instituto de Administração (FIA) e vai contar com acompanhamento da Fundação Getúlio Vargas, sobre custos e valores praticados por fornecedores nacionais e internacionais, além de uma empresa de auditoria para todo o processo, garantindo transparência e eficiência.
Em 2025, o MCTI, a CNEN e instituições parceiras promoveram cerimônia de início das obras de infraestrutura do empreendimento RMB, em Iperó/SP, marcando a transição para a fase prática de implementação. A Tractebel foi a empresa contratada em fase anterior, tendo realizado um orçamento preliminar, denominado classe 3, com base em índices públicos. A FGV foi contratada para um orçamento classe 2, mais detalhado e preciso. “Estamos na fase de negociação. Haverá uma empresa brasileira de construção civil, para a execução da parte convencional da obra e a Invap irá coordenar a construção de tudo o que envolve a parte nuclear no complexo de prédios do RMB”, explica Gabriela Borsato, coordenadora-geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, destaca a importância desta fase de contratação de um consórcio que vai gerir a construção do RMB, na parte de engenharia e execução de obra. Precisamos, por exemplo, ter laboratórios de produção de radioisótopos antes de o reator estar funcionando. Esse laboratório vai receber os alvos para processamento”, explica.
A segunda reunião, de 4 de dezembro, foi mais técnica e contou com a participação virtual do líder do projeto RMB, José Augusto Perrotta, e da coordenadora técnica do RMB, Patrícia Pagetti. O presidente da CNEN Francisco Rondinelli Júnior, em missão na AIEA, em Viena, também participou virtualmente e manifestou toda a determinação da CNEN e o compromisso institucional com relação ao empreendimento.
“Estamos muito animados e determinados na execução desse projeto. O RMB será muito importante para a pesquisa no país, para o desenvolvimento econômico, para a indústria nuclear e, acima de tudo, fortalece a medicina nuclear, com reflexos importantes para toda a América Latina”, afirmou Pedro Maffia, diretor de Gestão Institucional e presidente da CNEN substituto.