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COLABORAÇÃO INTERNACIONAL
Após 36 horas, CNEN conclui sua participação no exercício internacional para avaliar respostas a uma emergência nuclear
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), juntamente com 76 Estados-Membros e 11 organizações internacionais, concluiu, nesta quarta-feira, 25, um exercício internacional de emergência de dois dias que testou as respostas a um acidente simulado em uma usina nuclear na Romênia — o ConvEx-3 (2025). O Brasil esteve entre os países participantes, com destaque para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que integrou o esforço global tanto por meio de sua estrutura técnica quanto com presença direta no local da simulação.

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O cenário de acidente simulou uma liberação significativa de material radioativo na atmosfera. As consequências desse evento hipotético exigiram que os Estados e as organizações internacionais participantes do exercício abordassem questões como a rápida troca de informações, a avaliação da situação, as decisões sobre medidas de proteção e outras ações emergenciais, incluindo possível atendimento médico, a comunicação pública, a importação/exportação de mercadorias e a travessia de fronteiras.
Vários aspectos foram incorporados pela primeira vez no ConvEx-3: o reforço da colaboração regional para medidas de proteção harmonizadas entre fronteiras, integração de cenários envolvendo ameaças à segurança nuclear — incluindo proteção física e segurança cibernética — e uma abordagem de exercício mais integrada, com testes avançados de comunicação de crise por meio de um simulador ampliado de mídia social.
A participação no exercício reafirma o compromisso do Brasil com os organismos internacionais e os demais países membros da AIEA. Conforme os procedimentos estabelecidos, foram acionados centros responsáveis pela tomada de decisão em situações de emergência nuclear, como a Coordenação de Resposta a Acidente Nuclear (CORAN) da CNEN, e o Centro de Resposta a Emergência CARE da SecNSQ — ambos no Rio de Janeiro — além do Centro Nacional de Gerenciamento de Emergência Nuclear (CNAGEN), em Brasília.
Esses centros, entre outros, integram o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron). Ao longo do exercício, diversas ações foram conduzidas, como a análise de amostras enviadas da Romênia ao Brasil; a simulação do comportamento de pluma radioativa com uso de códigos computacionais; a mobilização de equipes especializadas e equipamentos para atuação em processos de monitoração radiológica no local; a oferta de atendimento médico a possíveis radioacidentados; e a atuação da equipe de comunicação social.
A especialista da CNEN, Nélbia da Silva Lapa, coordenadora de Reatores na Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS/CNEN), além de um representante da SecNSQ participaram como observadores no local do exercício, acompanhando de perto todo o processo de atuação e integração entre organizações nacionais e internacionais na resposta à crise de emergência nuclear simulada.
Alessandro Facure, titular da DRS/CNEN, afirma que a participação do Brasil no Exercício ConvEx-3 reforça o compromisso da CNEN com a pronta resposta a emergências nucleares e radiológicas, em consonância com os padrões internacionais estabelecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica.
"Para a CNEN, integrar esse esforço conjunto, ao lado da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (SecNSNQ) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, representa não apenas um exercício de articulação nacional, mas também um importante passo na consolidação das capacidades do país em proteção radiológica e segurança nuclear", acrescenta.
O mais complexo
Este exercício de larga escala é realizado a cada período de três a cinco anos com o objetivo de testar os mecanismos de resposta a emergências vigentes, em conformidade com as obrigações previstas na Convenção sobre Notificação Rápida de Acidentes Nucleares e na Convenção sobre Assistência em Caso de Acidente Nuclear ou Emergência Radiológica.
Baseado em um exercício nacional conduzido por um Estado-Membro, o Exercício de Nível 3 da Convenção (ConvEx-3) é o mais alto nível e complexo exercício de emergência promovido da AIEA. Ele foi concebido para avaliar a consistência das ações de preparação e resposta a emergências implementadas por Estados e organizações internacionais, a fim de identificar tanto boas práticas quanto aspectos que demandam reforço.

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Nas próximas semanas, a AIEA reunirá os comentários dos Estados-Membros participantes e das organizações internacionais envolvidas em um relatório que identificará boas práticas e áreas que exigem aprimoramento adicional, com vistas a fortalecer a preparação, tanto nacional quanto internacional, para responder a emergências nucleares e radiológicas de qualquer natureza.
A participação do Brasil em exercícios dessa magnitude contribui para o aprimoramento contínuo do preparo técnico e da capacidade de decisão dos profissionais envolvidos no planejamento, na preparação e na resposta a emergência nucleares e radiológicas.
Esse treinamento contínuo evidencia à sociedade brasileira o rigor e o comprometimento do setor nuclear em todas as suas ações, incluindo a responsabilidade de saber exatamente como agir — com competência e precisão — mesmo diante da remota possibilidade de um acidente real.
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Para mais informações, entre em contato com: drs@cnen.gov.br – Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear; nelbia.silva@cnen.gov.br – Ponto de Contato do ConvEx-3; ana-paula.artaxo@cnen.gov.br – Coordenadora da Comunicação Social da CNEN