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INOVAÇÃO
AIEA destaca o acelerador móvel de elétrons impulsionando a inovação no Brasil
Uma unidade móvel de acelerador de feixe de elétrons de última geração já está operacional e pronta para fornecer serviços in loco em caráter piloto no Brasil. Instalado em um caminhão, o acelerador de feixe de elétrons do IPEN/CNEN pode tratar efluentes industriais de fábricas e plantas petroquímicas, removendo substâncias químicas tóxicas e possibilitando a reutilização da água.
“Esta excelente iniciativa da AIEA e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) já está disponível para uso nas indústrias química e petroquímica do país, com o objetivo de demonstrar a eficácia da tecnologia de irradiação na preservação do meio ambiente. Oferecemos nosso total apoio e entusiasmo”, afirmou Luciana Santos, Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.
Os sistemas de feixe de elétrons são um tipo de acelerador de partículas. Eles produzem radiação ionizante para modificar as propriedades físicas, químicas e biológicas dos materiais. Os feixes de elétrons são comumente usados na indústria, medicina e pesquisa científica. Juntamente com a irradiação gama e de raios X, os feixes de elétrons são amplamente utilizados para esterilizar produtos médicos, garantir a segurança de alimentos e preservar artefatos culturais. Como os feixes de elétrons podem tornar os materiais mais duráveis em temperaturas extremas ou resistentes a produtos químicos, eles também são usados nas indústrias automotiva e aeroespacial. Há também um crescente interesse na aplicação de feixes de elétrons para o tratamento de águas residuais e lodo, e para a mitigação de gases de efeito estufa.
A unidade, equipada com um acelerador de elétrons industrial foi construída pelo Instituto de Pesquisas Nucleares e Energéticas (IPEN), que integra o CNEN, com o apoio do programa de cooperação técnica da AIEA , da Agência Brasileira de Inovação e Desenvolvimento Econômico (ABIE), do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq) e da Truckvan. O efluente flui diretamente pela unidade, onde é irradiado pelo acelerador de feixes de elétrons. Isso decompõe as toxinas e torna mais eficientes quaisquer tratamentos convencionais adicionais. Até 1000 metros cúbicos de efluente podem ser tratados por dia.
Colaboração com o Brasil
A unidade móvel é o resultado de mais de uma década de colaboração entre a AIEA e o Brasil em tecnologia de radiação. Em 2015, por meio de um projeto anterior de cooperação técnica, cientistas do IPEN/CNEN analisaram a melhor forma de remover substâncias químicas tóxicas de efluentes da produção têxtil nas instalações de irradiação por feixe de elétrons do IPEN, no Brasil. O programa de cooperação técnica da AIEA forneceu equipamentos, incluindo um espectrofotômetro ultravioleta-visível e um cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrômetro de massas, para auxiliar os cientistas na detecção de poluentes em amostras de água e na determinação da eficácia do tratamento por feixe de elétrons. Por meio do apoio ao tratamento de efluentes industriais, a AIEA ajuda os países a melhorar a qualidade da água e a proteger o meio ambiente para as futuras gerações.
“Esta unidade móvel demonstra o que uma parceria sustentada pode alcançar. Ao combinar a experiência nacional com o apoio da AIEA, estamos oferecendo uma solução prática que ajuda as indústrias a reduzir a poluição e proteger recursos hídricos vitais em todo o Brasil. Essa experiência impactante será compartilhada, por meio do programa de cooperação técnica da AIEA, na região da América Latina e do Caribe, bem como internacionalmente”, disse Raul Ramirez, chefe de seção do Departamento de Cooperação Técnica da AIEA.
Texto (adaptado) de Melissa Evans/AIEA
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