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HIV E AIDS
Brasil reforça protagonismo na diplomacia da saúde em painel sobre os 40 anos da resposta à aids
O Ministério da Saúde participou, nesta sexta-feira (5), no SESI Lab, em Brasília, do painel “Diplomacia da Vida: o Brasil como potência”, parte da programação da exposição “40 anos da resposta brasileira à aids”. O debate reuniu representantes do Ministério da Saúde, do Itamaraty, de organismos internacionais e da sociedade civil para discutir o papel do Brasil na arquitetura global da saúde, especialmente na agenda de HIV e aids e direitos humanos.
O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, moderou o painel e destacou a trajetória brasileira na construção de políticas baseadas na universalidade, equidade e defesa dos direitos humanos. “O Brasil escolheu caminhos próprios em momentos decisivos, sempre afirmando o acesso universal e a saúde como direito humano. Essa tradição nos consolidou como referência mundial”, afirmou.
Representando o Ministério das Relações Exteriores, Igor Barbosa, chefe da Divisão de Saúde Global/MRE, ressaltou que o protagonismo brasileiro é resultado direto do marco institucional garantido pela Constituição de 1988 e da atuação consistente do SUS. “A Constituição Cidadã e o SUS nos colocam em posição única no mundo. Onde vamos, falamos com orgulho de um sistema que integra acesso universal, não discriminação e justiça social — princípios que não são óbvios em muitos países”, afirmou. Ele também relembrou avanços promovidos por negociações internacionais lideradas pelo Brasil, como a Declaração de Doha, que assegurou o direito dos países de priorizar a saúde pública no acesso a medicamentos.
Marise Ribeiro, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde, destacou que a cooperação entre o Ministério da Saúde e o Itamaraty foi essencial para transformar a experiência brasileira em referência global. “A política nacional de HIV e aids projetou o Brasil internacionalmente e mostrou que era possível garantir acesso universal em um país em desenvolvimento. Isso só foi possível graças à ação conjunta da sociedade civil, da diplomacia e do Ministério da Saúde”, afirmou.
A diplomata também ressaltou áreas nas quais o Brasil pode retomar a liderança global, como doenças negligenciadas, tuberculose, arboviroses, malária e negociações de preços de medicamentos, inclusive para doenças crônicas. “Se o Brasil não assumir a dianteira, dificilmente outro país o fará. Temos capacidade produtiva, diplomática e moral para avançar na cooperação internacional e ampliar o acesso a tecnologias em saúde”, completou.
Ao encerrar o painel, Draurio Barreira reforçou a importância da retomada do papel ativo do Brasil nos fóruns internacionais. “O Brasil voltou ao cenário global para reafirmar que a saúde é um direito e que seguimos comprometidos com a defesa da vida e com a resposta ao HIV e à aids”, concluiu.
João Moraes
Ministério da Saúde