Desde o surgimento dos primeiros casos de aids em humanos até os dias atuais, neste ambiente, você é convidado(a) a fazer uma imersão na História da Resposta Brasileira à Aids. Você perceberá que “o tempo não para” e que muitos desafios foram e ainda precisam ser superados.
Primeiro laço da saúde
A epidemia da aids impactou fortemente a cultura, mudando o cenário artístico para sempre. Enquanto não havia tratamento, muitas pessoas estavam descobrindo seu diagnóstico, cuidando de si e de amigos e, ao mesmo tempo, temerosas pelo desfecho de um quadro incerto naquele momento. Foi nesse cenário, em Nova Iorque, que um grupo de artistas integrantes do Visual Aids Artists' Caucus se reuniu em 1991 para criar um símbolo fácil de reproduzir.
Um ícone que, por décadas, seria utilizado para gerar reflexões sobre a aids e que supera barreiras geográficas e de linguagem, o laço vermelho foi inspirado pelas fitas amarelas utilizadas para homenagear os soldados estadunidenses que serviram na Guerra do Golfo. Sangue, paixão, raiva e amor foram alguns dos motivos para a escolha da cor vermelha.
Em junho de 1991, a fita vermelha foi apresentada ao público durante o 45º Tony Awards, como uma maneira de alertar o mundo de que a epidemia estava afetando membros da comunidade artística. Na ocasião, o ator britânico Jeremy Irons foi uma das primeiras celebridades a aparecer com uma fita vermelha presa à lapela.
Em 1992, o símbolo chegou à Europa, sendo distribuídos mais de 100 mil exemplares durante o Tributo de Conscientização sobre a Aids em homenagem a Freddie Mercury, no estádio de Wembley, em Londres. O espetáculo foi televisionado para mais de um bilhão de pessoas em mais de 70 países.
Ao criar o “Projeto Fita Vermelha”, os integrantes do Visual Aids Artists' Caucus não registraram os direitos autorais da obra. O laço continua a ser utilizado até hoje como um símbolo de conscientização e não como uma ferramenta comercial. Neste Dezembro Vermelho, convidamos você a usar o laço vermelho e se tornar parte desse movimento histórico.
Linha do Tempo
Os principais fatos e marcos históricos da resposta brasileira à aids foram reunidos nesta linha do tempo. Além de gestores(as) e técnicos(as) do Dathi/SVSA/MS, diversos(as) representantes de organizações da sociedade civil contribuíram com as informações destacadas na linha. Que essa construção coletiva da trajetória da resposta brasileira à epidemia do HIV e da aids inspire a superar os desafios atuais e a propor novos horizontes.
Campanhas de Comunicação Contra a Aids ao Longo do Tempo
Histórica e tradicionalmente, o Ministério da Saúde realiza campanhas midiáticas com o objetivo de informar sobre cuidados em saúde relacionados à aids e prevenir novas infecções. Nos anos 1980, as campanhas priorizaram uma abordagem alarmista, centrada em cuidados sobre a transmissão e a prevenção da aids, tendo enfocado determinados grupos sociais de maneira estigmatizante, especialmente homens gays e pessoas vivendo com HIV.
Na década de 1990, o discurso estigmatizante persistiu, com destaque para representações moralizantes sobre as mulheres, até a inflexão de 1994, quando emergiram referências aos direitos humanos e à cidadania. Entre 2000 e 2010, consolidou-se o enfoque na universalização do acesso à saúde, destacando-se a distribuição de preservativos e antirretrovirais para o tratamento do HIV. Também se verifica a presença hegemônica de figuras masculinas nas peças, em alinhamento ao perfil epidemiológico da infecção e da doença no Brasil.
No período de 2011 a 2025, ampliaram-se as representações de populações-chave e prioritárias — como juventudes, pessoas negras, gays e travestis — e ganharam destaque as novas tecnologias de prevenção, como as profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP), o tratamento como prevenção (TasP) e a prevenção combinada.
Ao longo desses 40 anos, a sociedade civil teve um papel fundamental, por meio de ações de participação e controle social para que as campanhas estivessem alinhadas não apenas às tecnologias biomédicas de saúde, mas também aos direitos humanos e sociais básicos.
O que vi na História da Aids no Brasil
Esta mostra virtual reúne relatos curtos, em vídeo, de até três minutos, enviados por pessoas que vivenciaram, de diferentes formas, a história da resposta brasileira à aids. São memórias pessoais que registram experiências de vida, lutas, aprendizados e transformações sociais ao longo de quatro décadas.
O objetivo desses relatos é preservar e compartilhar histórias individuais que, juntas, compõem a memória coletiva da resposta nacional ao HIV e à aids. Cada depoimento valoriza a diversidade de vozes que marcaram essa trajetória — pessoas vivendo com HIV, familiares, profissionais de saúde, ativistas, gestores(as), pesquisadores(as), cidadãos e cidadãs que se engajaram na construção de políticas públicas e ações comunitárias.
Mais do que testemunhos pessoais, os relatos aqui apresentados são uma expressão da força da participação social e da importância do controle social como pilares da resposta brasileira. Ao reunir essas narrativas, a exposição busca reafirmar que a resposta à aids foi e continua sendo construída com a contribuição de muitas mãos, vozes e histórias.
A história Cantada da Aids no Brasil
A década de 1980 foi marcada pelo surgimento da epidemia de aids e pelo auge do pop rock brasileiro. O samba também fez contribuições ao tema nesse período. Não por acaso, diversos artistas, bandas e até escolas de samba abordaram a temática em suas canções e enredos. Convidamos você a conhecer “A História Cantada da Aids” e as possíveis relações síncronas entre cultura e epidemia.
Parte-se do pressuposto de que as músicas possuem potencialidades de interpretação e reflexão social, pois, ao mesmo tempo em que expressam sentimentos individuais, revelam e problematizam questões coletivas, culturais e históricas da resposta brasileira à aids.
Tira-Dúvidas sobre HIV e da Aids
Em um mundo onde a informação sobre saúde muitas vezes se perde em mitos e contradições, apresentamos o nosso tira-dúvidas interativo sobre HIV e aids, uma ferramenta de conhecimento pensada para você.
Nossa missão é simples: garantir que você tenha acesso a dados atualizados e cientificamente validados.
Aqui, você pode fazer perguntas e receber respostas instantâneas e confiáveis sobre HIV e aids.
O medo do julgamento e a vergonha frequentemente impedem as pessoas de fazer perguntas essenciais sobre sua saúde. Por aqui, você encontra um ambiente de neutralidade, com total discrição e sigilo.
Essa democratização do conhecimento é um passo fundamental para que você possa tomar decisões informadas sobre sua saúde e desmistificar o HIV e a aids. Ao facilitar o acesso à informação correta e sem preconceitos, ajudamos a construir uma sociedade mais empática e livre de estigmas.
Pergunte. O conhecimento transforma e salva vidas.