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COP 30: Empresas brasileiras mostram soluções espaciais para enfrentar desafios climáticos na Amazônia
Mesa redonda “Space, Technology and Innovation: Space-Based Solutions for Environmental Monitoring”, moderada pela Coordenadora de Estudos Estratégicos e Novos Negócios, Leila Fonseca. Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI).
Nesta quinta-feira (13), representantes de empresas privadas mostraram como seus empreendimentos avançam no combate ao aquecimento global, durante a mesa redonda promovida pela Agência Espacial Brasileira (AEB), na Casa da Ciência MCTI, em Belém–PA. A atividade faz parte da programação da sede temporária da pasta do Governo do Brasil na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30).
Na mesa intitulada Espaço, Tecnologia e Inovação: Soluções Espaciais para Monitoramento Ambiental, os participantes destacaram o uso de imagens e dados de sensoriamento remoto para mensurar regeneração florestal, identificar riscos climáticos e melhorar a gestão de infraestruturas urbanas. Eles citaram exemplos de aplicações de inteligência artificial, drones e sistemas de observação da Terra voltados à redução de desastres e ao uso sustentável dos recursos naturais.
Representando a Bioflore, Heitor Filpi destacou que as tecnologias geoespaciais podem ampliar o valor econômico da biodiversidade ao rastrear cadeias produtivas e garantir transparência nos mercados sustentáveis. “Quando conseguimos medir e comprovar a origem, abrimos espaço para uma nova economia baseada na conservação”, disse.
Os expositores convidados também discutiram os desafios para ampliar a cooperação e o compartilhamento de informações entre instituições públicas e privadas. Para eles, a dificuldade de compartilhamento de dados entre instituições, a sobreposição de iniciativas e a falta de coordenação nacional são os maiores entraves à eficiência do monitoramento ambiental. “Todos estão dispostos a colaborar, desde que sejam protagonistas. O que falta é orquestração institucional, um centro único de dados acessível a todos”, observou o representante da Solved, César Diniz.
Também contribuíram para o debate Antônio Machado (AMS Kepler) e Rafael Mordente (Concert Space), que destacaram o uso de microssatélites e sensores para monitoramento e conectividade; e Sarita da Cunha Severien (Suzano), que apresentou a visão da indústria sobre circularidade e clima.

- Mesa redonda “Space, Technology and Innovation: Space-Based Solutions for Environmental Monitoring”. Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)
A coordenadora de Estudos Estratégicos e Novos Negócios da Agência Espacial Brasileira (AEB), Leila Fonseca, ficou responsável pela mediação da mesa e aproximou o setor espacial da agenda ambiental, reunindo experiências que vão de satélites a florestas restauradas. “Não é só foguete e satélite. O que importa são os benefícios sociais, econômicos e ambientais que a tecnologia gera”, concluiu. A AEB é uma autarquia pública vinculada ao MCTI.
Ela lembrou que o Brasil foi o primeiro país do mundo a liberar dados de satélite de forma aberta — prática depois adotada pelos Estados Unidos e pela Europa — e anunciou o vídeo institucional da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que utiliza recursos do MCTI, e da AEB sobre o desenvolvimento do veículo lançador nacional, símbolo da capacidade tecnológica brasileira.
Ao refletir sobre o histórico da cooperação espacial brasileira, Leila citou o programa com a China iniciado nos anos 1980 e comparou a evolução dos dois países nas últimas quatro décadas. “Falta ao Brasil a continuidade política e o altruísmo que permitiram à China avançar. Em 40 anos, eles transformaram o conhecimento em prosperidade; nós ainda estamos tentando institucionalizar a colaboração”, afirmou.
Reprodução: MCTI
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.