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Trensurb promove seminário sobre prevenção e detecção precoce do câncer de próstata
Médico do trabalho Renato Rodrigues e urologista e andrologista Sérgio Augusto Gomes falaram aos metroviários sobre importância de hábitos saudáveis e da detecção precoce do câncer de próstata - Foto: Alan Santana/Trensurb
O auditório da Trensurb sediou, na tarde de segunda-feira (17), o seminário “Novembro Azul: A Importância da Detecção Precoce do Câncer de Próstata”. O evento, direcionado aos metroviários, foi promovido pelo Setor de Responsabilidade Social da empresa e por seu Núcleo de Apoio à Diversidade, com o objetivo de fomentar um diálogo aberto sobre prevenção e diagnóstico de um dos tipos de câncer mais comuns entre homens. Foram convidados a participar do evento o médico do trabalho da Trensurb, Renato Souza Rodrigues, e o médico urologista e andrologista Sérgio Augusto Portugal Gomes.
Renato abriu o seminário apresentando dados da Sociedade Brasileira de Urologia, que apontam um aumento de 21% nos casos de câncer de próstata na última década. A partir dessa contextualização, levantou uma questão central: a divergência entre recomendações de diferentes órgãos de saúde sobre quando os homens devem iniciar a avaliação preventiva da próstata, especialmente por meio do exame antígeno prostático específico (PSA).
Segundo ele, enquanto entidades como a Organização Mundial da Saúde desaconselham o rastreamento de homens assintomáticos, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia recomendam que a avaliação seja iniciada aos 50 anos – ou aos 45 anos no caso de homens negros, obesos ou com histórico familiar da doença. “Há especialistas contrários à realização de exames de rotina em homens sem sintomas, por possíveis riscos associados. Outros são favoráveis. Na Medicina do Trabalho, podemos oferecer o PSA no check-up dos funcionários, mas persiste a dúvida: devemos solicitar o exame para todos os homens a partir dos 50 anos?”, provocou.
A partir desse ponto, Sérgio defendeu a importância dos exames preventivos, independentemente de sintomas. “Com ou sem histórico familiar, é fundamental realizar exames preventivos a partir dos 45 ou 50 anos. Quem tem histórico pode começar aos 40. Embora seja raro surgirem casos tão cedo, não é impossível. Por isso, não considero adequado deixar essa decisão apenas a critério do paciente”, afirmou.
Ele reforçou que o diagnóstico não se baseia apenas no PSA. “Também é necessário realizar o toque retal para comparar os resultados. Em alguns casos, pode ser preciso solicitar exames complementares, como tomografia, cintilografia ou até biópsia. Quando o câncer é diagnosticado precocemente, as chances de cura são muito altas”, alertou.
Ao abordar prevenção, destacou hábitos saudáveis como fator fundamental para reduzir riscos, citando a prática regular de atividade física e a manutenção de uma boa alimentação. Por outro lado, desaconselhou o uso de hormônios injetáveis sem a prescrição médica, que podem provocar efeitos prejudiciais ao organismo. “Precisamos investir em qualidade de vida desde cedo, permitindo que o corpo funcione de forma natural”.
Encerrando sua participação, Sérgio apresentou de forma didática a anatomia do sistema reprodutor masculino, explicou como são realizados os exames e detalhou sinais que merecem atenção, diferenciando alterações naturais do envelhecimento de possíveis manifestações da doença. Ao final, abriu espaço para perguntas dos participantes, entre metroviários e metroviárias, incluindo mães interessadas em entender melhor os cuidados voltados aos homens e aos jovens.