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Trensurb presta esclarecimentos sobre operação de casa de bombas da bacia rodoferroviária, que segue sob controle da empresa
Casa de bombas foi destruída por enchente de maio de 2024 e encontra-se em processo de reconstrução integral, com previsão de conclusão até fevereiro - Foto: Ayslan Sylon/Trensurb
A Trensurb e a Prefeitura de Porto Alegre, através do DMAE, formalizaram, em 5 de novembro de 2025, um termo de cooperação operacional para a “conjugação de esforços para a manutenção das condições de operacionalidade da casa de bombas da bacia rodoferroviária, de propriedade da Trensurb, localizada na Rua Voluntários da Pátria”.
A responsabilidade pela operação e manutenção desses equipamentos continua sendo da Trensurb. A casa de bombas, situada sob a Ponte do Guaíba, é operada há 42 anos pela empresa, 24 horas por dia. A estrutura drena água ininterruptamente, mesmo em períodos sem chuva, devido às variações de nível do lençol freático. Isso ocorre pois o trecho da via férrea atendido pela casa de bombas encontra-se em cota inferior ao nível médio do Rio Jacuí, o que exige bombeamento permanente para drenagem da água infiltrada e garantia das condições operacionais da ferrovia. Trata-se, portanto, de uma instalação essencial à segurança e à regularidade da operação metroviária, cuja gestão sempre esteve sob responsabilidade da Trensurb.
Ressalta-se que a casa de bombas da Trensurb foi completamente destruída pela enchente de maio de 2024 devido ao rompimento da comporta 13 do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre, cuja manutenção é de responsabilidade da Prefeitura de Porto Alegre. Desde dezembro de 2024, a instalação encontra-se em processo de reconstrução integral, com previsão de conclusão até fevereiro, num investimento de R$ 3,9 milhões, recursos provenientes do governo federal.
A função original da casa de bombas é o esgotamento das águas da via férrea e da alça da Rua Voluntários da Pátria, em frente à Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Contudo, a partir de diversas ocorrências de alagamento da Voluntários, desde 2008, foram constatadas ligações irregulares de drenagem, que passaram a direcionar volumes significativos e não previstos de águas pluviais provenientes do entorno, sem que, até o momento, tenha havido intervenção estrutural do município para o devido redirecionamento dessas vazões.
Desde junho de 2025, período em que foram emitidos diversos alertas meteorológicos — alguns com volumes expressivos de precipitação —, não houve interrupção da operação do sistema metroviário, nem alagamento da alça de acesso da Avenida Sertório para a Rua Voluntários da Pátria, associada à área atendida pela casa de bombas da Trensurb. Eventuais alagamentos pontuais registrados em outros trechos da Voluntários da Pátria não possuem conexão hidráulica com a casa de bombas da Trensurb, estando relacionados a áreas cuja drenagem é de responsabilidade do DMAE.
Diante desse cenário, a Trensurb está contratando o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) para a realização de um estudo hidrológico completo da região, com o objetivo de identificar a origem das contribuições indevidas e propor soluções técnicas adequadas à Prefeitura de Porto Alegre. Cabe lembrar que os problemas relacionados a contribuições indevidas à casa de bombas remontam a períodos anteriores, inclusive à época em que a empresa Cettraliq, interditada pela Fepam em 2016, lançava efluentes irregulares na referida estrutura.
As obras da casa de bombas da Trensurb incluem a reconstrução predial acima da cota da enchente de maio de 2024, o desassoreamento do poço de contenção, a instalação de novas bombas entregues em junho e a implantação de uma subestação elétrica provisória, restabelecendo plenamente a capacidade operacional do sistema. Além disso, a nova casa de bombas da empresa contará com infraestrutura tecnológica moderna e robusta, incluindo nova subestação de média tensão, novos painéis de comando eletrônico, quatro novas bombas, duas bombas trituradoras de sólidos reformadas, três bombas reservas, dois geradores a diesel, além de sistemas de telemetria, sensores, monitoramento remoto e câmeras digitais, todos sob operação integral da Trensurb.
A cooperação entre Trensurb e DMAE mostrou-se técnica e operacionalmente eficaz, permitindo o uso compartilhado de equipamentos em situações críticas, apoio em eventos de chuva intensa e a identificação de fragilidades na rede de drenagem do entorno.