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Estação Canoas da Trensurb recebe blitz pelo fim da violência contra as mulheres
Atividade de conscientização contou com distribuição de material gráfico informativo a usuários do metrô - Foto: Daia Roldão
No último sábado (6), Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Estação Canoas da Trensurb recebeu uma blitz de conscientização realizada pelo Comitê Gaúcho em Apoio ao HeForShe – iniciativa da qual a Trensurb é integrante. O Comitê atua no apoio local ao movimento global HeForShe, liderado pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas dedicada à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento de todas as mulheres e meninas. O programa busca envolver homens e meninos como agentes de transformação, mobilizando lideranças, empresas, universidades e governos em mais de 190 países.
A atividade integrou a agenda brasileira dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, campanha consolidada internacionalmente como 16 Dias de Ativismo, criada em 1991 e reconhecida pela ONU. No mundo, a mobilização ocorre entre 25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres – e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, as ações são ampliadas para 21 dias, começando em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, reconhecendo que mulheres negras enfrentam índices proporcionalmente maiores de violência. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 62% das vítimas de feminicídio em 2023 eram negras.
O diretor-presidente da Trensurb, Nazur Garcia, destacou que mais de 55% dos usuários do trem são mulheres, que também representam cerca de 30% do quadro funcional da empresa. “Nosso público é majoritariamente feminino. Por isso, entendemos que as estações são espaços privilegiados para ações de conscientização. Queremos mostrar que existem diversos canais de denúncia e que romper o ciclo de violência é possível quando a vítima tem apoio e informação”, afirmou.
O articulador nacional do HeForShe, Edegar Pretto, reforçou que o enfrentamento da violência exige não apenas políticas públicas, mas uma transformação cultural profunda. “É com os homens que precisamos conversar. Eles são os principais autores da violência e, portanto, parte essencial da solução. Somente com mudança de comportamento e de cultura conseguiremos enfrentar o machismo, o feminicídio e a violência doméstica”, avaliou.
No Brasil, uma mulher é vítima de violência física a cada quatro minutos, segundo dados recentes do Ministério da Justiça. Já o número de feminicídios cresceu 1,6% em 2023, mantendo o país em um dos índices mais altos do mundo. Ações como a realizada na Estação Canoas reforçam a necessidade de ampliar informação, incentivar denúncias – como pelo Ligue 180– e envolver toda a sociedade na prevenção.