Câncer de Boca
O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (localizados na mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e/ou assoalho da boca) e está entre as principais causas de óbito por neoplasias. Representa uma causa importante de morbimortalidade, uma vez que mais de 50% dos casos é diagnosticado em estágios avançados da doença.
Essa é uma doença que pode ser prevenida de forma simples, desde que seja dada ênfase à promoção à saúde, ao aumento do acesso aos serviços de saúde e ao diagnóstico precoce (A Saúde Bucal no Sistema Único de Saúde, 2018).
Seguem os fatores de risco:
- Fatores culturais e socioeconômicos.
- Tabagismo (uso de cachimbos, hábitos de mascar fumo, entre outros).
- Etilismo.
- Exposição à radiação solar.
- Deficiência imunológica (adquirida ou congênita).
- Uso crônico de álcool e tabaco, associados, potencializa o risco de aparecimento do câncer de boca.
A OMS relaciona o câncer de boca ao tabagismo associado ao etilismo como um dos principais fatores para o aparecimento do câncer de boca, pois o consumo combinado de tabaco e álcool é um potencializador para o aparecimento desse tipo de câncer.
Segundo os dados do Inca, estimam-se, para 2020, 15.190 novos casos, sendo 11.180 homens e 4.010 mulheres. A observância dos dados é primordial para os municípios se planejarem e estimularem ações de prevenção ao câncer de boca. Para o diagnóstico precoce, orienta-se que o usuário procure atendimento odontológico ou médico, caso verifique alguma anormalidade na cavidade oral.
O Inca/MS deixou de preconizar o autoexame e o rastreamento após a avaliação de diversos estudos e pesquisas recentes que demonstram não haver evidências científicas de que as medidas tenham conseguido reduzir o número de novos casos ou baixar a taxa de mortalidade pela doença.
Segundo o Inca, o diagnóstico do câncer de cavidade oral faz-se normalmente com o exame clínico (visual), mas a confirmação depende da biópsia. Esse procedimento, na grande maioria das vezes, pode ser feito de forma ambulatorial, com anestesia local, por um profissional treinado. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão do tumor.
Ações do Ministério da Saúde
Nesse sentido, com o intuito de se estruturar uma linha de cuidado do câncer de boca nos estados e municípios, o Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizam um projeto que visa desenvolver um conjunto de ações que viabilizem a construção da Rede de Diagnóstico e Tratamento do câncer de boca, cabeça e pescoço e demais cânceres que têm repercussão na cavidade oral, articulando os diversos pontos da rede de atenção. A ferramenta utilizada para essa articulação é um o aplicativo móvel “TeleEstomato” que permite interação síncrona e assíncrona, propiciando aos profissionais teleinterconsultas, telerastreios, telediagnósticos e teleducação.
A qualificação das equipes de saúde bucal sobre diagnóstico de câncer de boca, bem como estratégias de comunicação para a população são importantes. A oferta da especialidade obrigatória de diagnóstico nos Centros de Especialidades Odontológicas também representa uma ação que visa aumentar a probabilidade do diagnóstico precoce bem com as ações na Atenção Primária.