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Evento no Observatório Nacional celebra realizações de 2025 e planeja o futuro
O Observatório Nacional (ON/MCTI), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, promoveu, em 5 de dezembro, o evento interno “O Ano de 2025 no Observatório Nacional”, reunindo servidores, colaboradores, bolsistas e alunos para discutir as principais atividades, conquistas e desafios enfrentados ao longo do ano.
O encontro, realizado em clima de confraternização entre os participantes, marcou um momento de reflexão sobre os avanços da instituição e apontou perspectivas promissoras para o próximo ano.
O evento foi conduzido pelo diretor do ON, Dr. Jailson Souza de Alcaniz. Logo na abertura, ele deu as boas-vindas a dois novos servidores do ON: o Analista em Ciência e Tecnologia Dr. Diogo Pereira, que ficará lotado na Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP); e o tecnologista Dr. Idrissa Deme, alocado na Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira (DISHO).

- O diretor Jailson Souza de Alcaniz recebe os novos servidores Diogo Pereira (ao lado dele) e Idrissa Deme
O diretor comemorou que, em 2025, o ON recebeu 21 novos tecnologistas e cinco novos Analistas em Ciência e Tecnologia, todos aprovados por concursos. “E recentemente recebemos um ofício do MCTI aprovando mais cinco vagas, três para pesquisadores e duas para tecnologistas”, anunciou.

- O diretor do ON, Jailson Souza de Alcaniz, conduz evento de encerramento de 2025.
Durante o evento, o diretor prestou homenagem ao colaborador Antônio Carlos de Souza Miranda, que trabalha no Serviço de Apoio Logístico (SELOG): “Há serviços cuja dificuldade de fazer não vemos porque são muito bem-feitos. O Antônio está por trás de várias coisas aqui no campus do ON. Você faz parte dessa engrenagem aqui do ON”.

- Colaborador Antônio Carlos de Souza Miranda recebe homenagem
O Dr. Jailson também homenageou a equipe responsável pela execução das despesas do ON. Foram premiados por seus incessantes esforços na realização das contratações e aquisições do ON os funcionários Ludmila Melo, Renan Bacha, Linda Pereira, Rayan Huapaya e Camila do Vale. Esta última, em comprovação ao trabalho incessante dos premiados, não estava presente na cerimônia porque concluía mais uma licitação do ON. Por isso, foi devidamente representada por Linda e Rayan, que trabalham com ela no Serviço de Material e Patrimônio (SEMAP). Já Ludmila e Renan são do SELOG.

- Diretor do ON exalta trabalho de Ludmila Melo, Renan Bacha, Linda Pereira, Rayan Huapaya e Camila do Vale, representada pelos colegas
Antes de dar a palavra aos gestores de cada área do ON, o Dr. Jailson também exaltou o trabalho do Serviço de Recursos Humanos (SERHU), principalmente pelo rápido processo de posse dos novos servidores. Por isso, a colaboradora Micilda Machado recebeu uma homenagem em nome do chefe do SERHU, José de Arimatéia I. da Silva, e de suas colegas Vinólia Barbalho do Nascimento e Lindalva Monteiro.

O evento contou com apresentações dos gestores das Divisões e Coordenações do ON, abordando temas como tecnologia da informação, serviços da hora legal brasileira, geofísica, astronomia e astrofísica, programas de pós-graduação e popularização da ciência. Cada apresentação reforçou o compromisso da instituição com a excelência científica e tecnológica, além de enfatizar a importância da colaboração de toda a comunidade do ON para o sucesso coletivo.
• Administrativo
O gestor da Coordenação de Administração (COADM), Luiz Carlos Pereira, apresentou os avanços e desafios enfrentados na área administrativa em 2025.

- O gestor da Coordenação de Administração (COADM), Luiz Carlos Pereira
Entre as conquistas de 2025, mencionou: a reforma da Casa Rosa; o início do pregão para a reforma do prédio que abrigava o restaurante do ON, para abrigar um espaço para a realização de eventos; a chegada dos novos Analistas em Ciência e Tecnologia; a regularidade da manutenção das atividades, apesar das restrições orçamentárias; o recebimento de três veículos em bom estado por meio de doação; apoio à reforma do auditório Yeda Ferraz; e a instalação do gerador do Centro de Processamento de Dados do Observatório Nacional (CPDON).
Para os desafios de 2026, o servidor ressaltou o Plano Geral de Contratações (PGC) para 2027. “Nada mais pode ser comprado ou contratado se não estiver planejado. É a lei. E para o PGC funcionar é preciso ter a cooperação das demais áreas para a elaboração de documentos administrativos”.
O PGC é um instrumento obrigatório de planejamento anual, determinado pela adoção da Lei 14.133, que rege as contratações e aquisições públicas. Embora desafiadora, a implementação dessa nova legislação representou uma evolução importante, permitindo uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis.
• Tecnologia da Informação
O Dr. Jorge Eduardo Mansur, gestor da Divisão de Tecnologia da Informação (DITIN), apresentou um panorama das ações e avanços da área em 2025, destacando o crescimento do Centro de Processamento de Dados do Observatório Nacional (CPDON). O CPDON consolidou-se como uma referência na comunidade científica, destacando-se pela alta disponibilidade de seus serviços e pela robusta infraestrutura projetada para o processamento e armazenamento de grandes volumes de dados.

“O CPDON está cada vez mais conquistando seu espaço e relevância no cenário regional, nacional e acadêmico. Hoje o CPDON é considerado um dos grandes data centers da área acadêmica e científica. Por causa dessa visibilidade e disponibilidade de entrega e serviços, estamos recebendo o Museu Nacional e outras parcerias”, afirmou o Dr. Jorge Eduardo Mansur.
“Uma das conquistas desse ano foi a aquisição de mais um gerador. Temos hoje umas entradas de energia elétrica e dois geradores, com redundância de no breaks, baterias e sistema de climatização”, afirmou.
Essa excelência operacional tem contribuído significativamente para o avanço das pesquisas científicas, oferecendo suporte confiável e eficiente às demandas de alto desempenho computacional.
Entre os resultados do ano, Mansur apontou o aumento no número de atendimentos a usuários, que passou de 1.147 em 2024 para 1265 até agora neste ano, além do reforço na infraestrutura lógica para aprimorar a segurança. Como um dos projetos de destaque, o gestor mencionou o chatbot Aurora, desenvolvido com inteligência artificial pela DITIN; e apontou como uma das metas para o ano o fortalecimento do Laboratório de Inteligência Artificial do ON.
• Metrologia de Tempo e Frequência
O Dr. Ricardo José de Carvalho, gestor da Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira (DISHO), apresentou as principais conquistas e avanços na área de Metrologia de Tempo e Frequência em 2025.

- O gestor da Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira (DISHO), Dr. Ricardo José de Carvalho
Entre os destaques, o Dr. Ricardo lembrou que em 2025 o ON/DISHO completou 21 anos de reconhecimento pelo Sistema Interamericano de Metrologia (SIM) como Instituto designado pelo Inmetro, com a responsabilidade da padronização primária da grandeza tempo e frequência no Brasil. Em 2025, o ON prestou 18 serviços de calibração.
Outro ponto que o gestor destacou é que ele está participando, como representante do ON, de um grupo de trabalho com a Presidência da República para a possibilidade de implementar uma versão brasileira do GPS.
Outra vitória que o gestor destacou foi que o Sistema Integrado de Gestão da Qualidade do Observatório Nacional (SIGQON) passou por auditoria interna em agosto, conduzida por auditores especialistas. Implantado em 1º de junho de 2021, o SIGQON abrange os sistemas de gestão da qualidade do Laboratório Primário de Tempo e Frequência (LPTF), da DISHO, do Laboratório de Gravimetria (LabGrav) e da Coordenação de Geofísica (COGEO).
Destacou também a implantação de uma nova Raiz do Tempo em Fortaleza, Ceará na Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará - ETICE, resultado da parceria entre o ON e o NIC.br. O data center da ETICE é o segundo maior ponto de troca de tráfego de dados do Brasil e com a instalação foi reduzida a dependência externa de sistemas de disseminação do tempo, resultando no fortalecimento da infraestrutura digital brasileira.
Para 2026, o gestor apontou como desafios recuperar a Raiz do Tempo no Supremo Tribunal Federal (STF) e implantar uma em Manaus uma raiz do tempo; a compra de novos relógios atômico; a troca do banco de baterias; atualizar os receptores GNSS utilizados para a rastreabilidade da Hora Legal Brasileira (HLB); e implantar novo serviço de Disseminação de Tempo e Frequência para a operadora de telefonia Claro.
• Geofísica
Na apresentação durante o evento, o Dr. Fábio Pinto Vieira ressaltou o carácter multidisciplinar da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional (COGEO), da qual é gestor: “A COGEO tem como missão planejar, integrar e fortalecer as atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e infraestrutura geofísica do ON, atuando na produção de conhecimento científico, na formação de recursos humanos especializados e na oferta de serviços estratégicos ao país”.

Como grande vitória de 2025, o Dr. Fábio ressaltou que equipe da COGEO fechou o ano com 36 servidores, uma alta de quase 30% ante os 28 do ano anterior. “Esse reforço representa um aumento importante na nossa capacidade de atuação. A COGEO segue avançando para fortalecer a geofísica brasileira como referência nacional e internacional”, declarou.
Para o Dr. Fábio, outra conquista em 2025, não só da COGEO, mas de todos os geofísicos do Brasil, foi a regulamentação da profissão de geofísico no Brasil, pela Lei nº 15.074, de 26 de dezembro de 2024.
Como as principais entregas da COGEO em 2025, o Dr. Fábio destacou a expansão offshore da Rede Sismográfica Brasileira, com a instalação de sismômetros e sismógrafos flutuantes no Atlântico; novos projetos estratégicos, como as iniciativas em hidrogênio natural e recursos energéticos emergentes; e o marco científico em Fernando de Noronha, com a definição do local para primeira estação automática;
Outro destaque que o Dr. Fábio comemorou a foi a realização do Primeiro Ciclo de Cursos Especiais da COGEO, em novembro. O evento, organizado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Geofísica e apoiado pelo ON, reuniu 43 participantes, entre estudantes, professores e profissionais da área.
Como dos desafios para 2026, o Dr. Fábio destacou a necessidade crítica de expandir o corpo técnico especializado para atender demandas crescentes de operação, desenvolvimento e pesquisa; o acesso a estações remotas, como o Observatório Magnético de Tatuoca e plataformas offshore; e o equilíbrio entre atividades de campo, operações em laboratório e entregas institucionais.
Já quanto às metas para 2026, a COGEO quer ampliar a sua liderança em geofísica; intensificar a cooperação institucional; modernizar e expandir aas redes geofísicas de monitoramento; e fortalecer a sua infraestrutura científica nacional.
• Pós-graduação do ON
O programa de Pós-Graduação do ON foi instituído em 1973, inicialmente tendo como áreas de concentração Geofísica, Astronomia e Astrofísica.
Em 1999, houve a separação em dois programas de pós-graduação distintos: o programa de Pós-graduação em Geofísica (PPGG-ON) e o Programa de Pós-graduação em Astronomia (PPGA-ON).
Ao longo desses quase 52 anos, já foram formados 172 mestres e 147 doutores, muitos deles ocupando cargos de destaque na iniciativa privada e em instituições de pesquisa de renome nacional e internacional, inclusive no próprio ON. Em 2025, o programa de Astronomia teve 12 defesas de mestrado e quatro de doutorado, enquanto o de geofísica teve respectivamente três e uma.
O chefe da divisão de Pós-Graduação do ON, Dr. Jorge Márcio Ferreira Carvano, ressaltou no evento que uma das conquistas de 2025 foi a elaboração de um acordo com o LICOM/UERJ para a oferta de disciplinas de inglês instrumental no ON. A ideia é ofertar Inglês Instrumental Básico e Inglês Instrumental Avançado, seguido de exame de proficiência para medir o aprendizado.

- O chefe da divisão de Pós-Graduação do ON, Dr. Jorge Márcio Ferreira Carvano
No programa de Geofísica, o Dr. Carvano citou como destaques no ano o aumento no número de professores, o restabelecimento do Ciclo de Seminário e a realização do Primeiro Ciclo de Cursos Especiais. No entanto, o grande orgulho para o ON foi o título de Melhor Dissertação de Mestrado em Geofísica que o trabalho da aluna Jennifer Ribeiro Silvério da Conceição recebeu em premiação da Sociedade Brasileira de Geofísica, referente ao biênio 2023-2025.
Na parte de Astronomia, o Dr. Carvano exaltou a menção honrosa que a XLVIII Reunião da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) concedeu em 1º de outubro uma menção honrosa à tese do Dr. Chrystian Pereira, egresso do ON. Este ano, a Astronomia realizou a 27ª edição do CCE e já confirmou quatro convidados para a edição de 2026.
Como um dos desafios para 2026, o Dr. Carvano cita a necessidade de adequação da Pós-graduação do ON aos critérios de avaliação do Quadrienal 2025-2029 da CAPES. Outro desafio da divisão é a reforma e ampliação da casa de hóspedes, onde os alunos do ON ficam por até três meses, caso não sejam do Rio. Por fim, o Dr. Carvano explicou que a Pós-graduação tem como meta aumentar sua internacionalização, para além do programa CAPES-Global.
• Astronomia e Astrofísica
A Dra. Simone Daflon, gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAST), apresentou um panorama dos avanços e realizações em 2025, ressaltando a publicação de 140 artigos publicados em revistas com referee. Também exaltou a organização de diversos eventos de destaque, como os 21 seminários da COAST; a comemoração dos 100 anos da visita de Einstein ao Brasil; a Escola de Inverno; a Escola Itinerante, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (IFG), e a sexta reunião anual da colaboração Viscacha. A COAST também teve participação significativa em outros eventos, como a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) a Jornada de Iniciação Científica e a Jornada PCI.

- A gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAST), Dra. Simone Daflon
Uma grande conquista da COAST em 2025 foi um aumento da equipe, com a chegada de oito pesquisadores e um tecnologista por meio de concurso público, além de mais dois pesquisadores que chegarão em breve. Com isso, a equipe da COAST conta atualmente com 21 pesquisadores, três tecnologistas, um técnico e 15 pós-doutores de diferentes agências de fomento do Brasil, além de alunos de pós-graduação e iniciação científica.
No que diz respeito aos projetos, a Dra. Simone destacou que o IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra no ON) manteve as atividades de observações e está para receber uma nova estação meteorológica, que substituirá uma que estava defasada. Esse projeto é realizado no Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), que em 2026 fará 15 anos, cuja comemoração é um dos grandes projetos da COAST para 2026. A gestora também exaltou a participação do OASI em eventos importantes, como a 9ª Semana de Popularização da Ciência no Semiárido Brasileiro e a própria SNCT.
A Dra. Simone também ressaltou a continuidade das observações dos levantamentos fotométricos J-PAS, J-PLUS, S-PLUS, além da organização do 20º encontro anual da colaboração XX S-PLUS, que foi realizado de 18 a 20 agosto no ON. Também exaltou como conquista em 2025 o início das operações do projeto OCEANS (Overcoming challenges in the evolution and nature of massive stars), que reúne 15 instituições do mundo para estudar a evolução de estrelas massivas em sistemas binários.
Para 2026, a COAST tem como metas, por exemplo, a execução dos projetos aprovados pela FINEP, sendo um deles dedicado à reforma do pavilhão da centenária Luneta 46. Os planos para 2026 também incluem a continuação de exploração dos dados dos levantamentos fotométricos multibanda J-PAS/J-PLUS/S-PLUS e a realização de eventos como os seminários semanais, o Ciclo de Cursos Especiais, a Escola de Inverno e a Escola Itinerante.
• Divulgação e Popularização da Ciência
A Dra. Josina Nascimento, gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP), apresentou os resultados expressivos alcançados em 2025. Entre os destaques está o rico acervo da biblioteca do ON, que conta com 70.000 exemplares, 400 periódicos, 2.000 obras raras, cerca de 600 fotografias e 300 negativos em vidro. As atividades realizadas pela biblioteca, aberta em 1826, incluíram preservação, gestão de acervo, doação, atendimento ao público e eventos.

No campo das redes sociais, os números foram igualmente expressivos, um alcance total de 1.198.245 e um engajamento de 57.165 nas plataformas Instagram, Facebook, YouTube e LinkedIn. No YouTube do ON, a Dra. Josina foi mediadora de uma série de “lives” para abordar assuntos de grande repercussão, como foi o cometa 3i/Atlas.
A DICOP também realizou diversas transmissões ao vivo do programa "Céu em sua casa: observação remota", publicou 221 notícias no site do ON e contabilizou um recorde de 1.647 inserções na mídia, com uma média mensal de 137 por mês. O programa "Ciência no Rádio", em parceria com a rádio MEC, completou dez anos em 2025, quando teve 44 episódios, somando 454 desde sua criação. Além disso, o Observatório Nacional manteve o envio semanal de newsletters.
A divisão também se destacou na organização e participação em eventos de popularização da ciência, como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (em Brasília, com um público de 100 mil pessoas), a SBPC em Recife (35 mil pessoas), e o Festival da Ciência no Rio de Janeiro, com 2 mil pessoas.
Para 2026, a DICOP tem como metas o lançamento do podcast PodObservar, que já teve vários episódios gravados, um serviço de divulgação focado na pós-graduação do ON e o aumento das parcerias institucionais.