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Lula e Silveira inauguram centro de tecnologia e inovação agroindustrial em Montes Claros, no Norte de Minas
Foto: Ricardo Botelho/MME
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou nesta sexta-feira (29/08), ao lado do presidente Lula, da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Renováveis, o Acelen Agripark, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. O espaço reúne pesquisa, inovação e tecnologia voltadas ao desenvolvimento da macaúba, matéria-prima inovadora na produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO).
Em seu discurso, o presidente Lula destacou o pioneirismo e a capacidade do Brasil na produção de biocombustíveis.
"O Brasil será campeão mundial na transição energética e nos combustíveis renováveis. Nós não vamos derrubar árvores para plantar Macaúba, nós temos mais de 40 milhões de hectares de terras degradadas que podemos recuperar produzindo outras coisas, que não aquilo que nos já plantamos. Por isso, o dia de hoje é muito especial para mim. É a concretização de um sonho”, disse o presidente.
A construção do Acelen Agripark contou com investimento de R$ 314 milhões, dos quais R$ 258 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, que prevê aportes iniciais de US$ 3 bilhões na implantação da primeira planta integrada. Esse conjunto inclui, além do Agripark, a construção de uma biorrefinaria na Bahia, o plantio de macaúba em áreas degradadas de Minas Gerais e da Bahia, entre outras infraestruturas. A expectativa é de que, a partir de 2028, sejam produzidos 1 bilhão de litros de SAF por ano. O projeto faz parte do Novo PAC do Governo Federal e tem previsão de gerar 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva.
O ministro Alexandre Silveira destacou a importância da inauguração do Centro, que será fundamental para a expansão da capacidade de produção dos biocombustíveis no Brasil e impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes. Esses, segundo ele, são alguns dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, desenvolvida pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024.
“Aqui está brotando o combustível do futuro. O óleo de macaúba vira o SAF, que substitui o querosene nos aviões e reduz significativamente a poluição do meio ambiente. Isso simboliza a união entre a tradição do cultivo de macaúba e o que há de mais avançado na tecnologia mundial em biocombustíveis. Além disso, representa a criação de oportunidades econômicas e sociais desde a semente até o produto. E, neste projeto, cerca de 20% das plantações de macaúba estão sendo destinadas à agricultura familiar. Isso é prova de que o biocombustível não concorre com a produção de alimentos. Pelo contrário!”, afirmou Silveira.
A Lei do Combustível do Futuro (14.993/24) é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos. A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2.
Alinhada às prioridades climáticas do país, o projeto da Acelen também consta na lista do Programa País do Brasil junto ao Fundo Verde do Clima, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda em 31 de julho de 2025. O espaço representa uma iniciativa para a produção de biocombustíveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético, que visa impulsionar a descarbonização da aviação e do setor de transportes pesados.
O projeto
O trabalho no Acelen Agripark será orientado pelo mapeamento de maciços com maior potencial de produção de óleo, formando o banco de germoplasma para seleção das melhores plantas, clonagem e melhoramento genético. O centro atuará no desenvolvimento de processos para ganhos de eficiência e produtividade, incluindo protocolos de germinação, produção de mudas, automação para redução de perdas e custos, cultivos experimentais voltados à adaptação da espécie e aumento do rendimento do óleo. Além disso, há a construção de planta piloto e unidades para extração, caracterização e processamento de óleo e coprodutos. Os avanços começam a gerar resultados: no início deste ano, a equipe agroindustrial da Acelen Renováveis realizou a primeira extração industrial de óleo de macaúba.
Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis, destacou a relevância do projeto. “Com o Acelen Agripark, inauguramos o maior centro mundial dedicado à macaúba, transformando essa planta em solução energética escalável“.
A macaúba é pesquisada e testada em pequena escala há mais de 70 anos, globalmente, e há cerca de 30 anos, no Brasil. Aqui no Acelen Agripark, integramos e potencializamos este conhecimento com tecnologia para garantir uma escala global. É um projeto que reúne instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades, centros de pesquisa e parceiros para soluções industriais, agroindustriais, rastreamento e certificação”, conclui.
Inclusão
Durante o evento, foi lançado o Programa Valoriza, que promoverá a inclusão produtiva no campo por meio de parcerias com produtores locais e agricultores familiares, passo essencial para um futuro mais limpo, justo e inclusivo. Maria Eunice Soares de Machado Costa, 60 anos, a Dona Nice, representará os agricultores de Montes Claros ao assinar a parceria com a Acelen Renováveis, ao lado do marido Juvenal Fonseca da Costa. Integrante da Copper Riachão desde 1992, quando começou a associação, ela se tornou referência, com o sobrinho Vlaney, no restabelecimento da cooperativa em 2021, após dois anos de paralisação devido à pandemia.
Com mais de 20 anos de dedicação ao cultivo da macaúba, Dona Nice diz ver nesse movimento a realização de um sonho de sua família, transmitido de geração em geração. Hoje, seus filhos e netos participam das atividades da Cooper Riachão, reforçando o legado familiar e o papel da agricultura como vetor de transformação regional.
Baseado em estudos técnico-econômicos e socioambientais conduzidos pela FGV Europe, o Programa Valoriza prevê, em sua primeira fase, o cultivo de 36 mil hectares — 20% da área total planejada, que é de 180 mil hectares. A estimativa é de 1 milhão de toneladas/ano de frutos frescos. Com previsão de plena implementação até 2026, esse deve se tornar um vetor de desenvolvimento regional, recuperando áreas degradadas, gerando renda e fortalecendo a agricultura familiar.
Assessoria Especial de Comunicação Social - MME
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