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Saúde do Trabalhador
Dossiê 50 Anos da RBSO traz nota editorial e ensaios sobre SST
Desde 1973, a Revista Brasileira de Saúde Ocupacional – RBSO publica artigos científicos essenciais para a disseminação do conhecimento e para o debate técnico-científico no campo da Saúde e Segurança no Trabalho – SST. A SST é fundamental para proteger os trabalhadores de riscos ocupacionais.
Em 2023, o Dossiê RBSO 50 Anos, lançado para celebrar o cinquentenário da revista, publicou diversos temas ligados à saúde do trabalhador e segurança no trabalho, que possam contribuir com às pesquisas e à promoção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis no contexto brasileiro.
50 Anos da RBSO
A nota editorial “Cinquentenário da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional: um marco para celebrar o passado e construir o futuro” descreve os principais aspectos que foram apresentados e debatidos no evento destinado ao aniversário da RBSO. Além da celebração, o encontro com a comunidade que se dedica à publicação científica em saúde dos trabalhadores foi importante para que pudessem refletir, discutir propostas e recomendações voltadas ao fortalecimento da revista e do campo.
“A presença e o envolvimento da equipe editorial, bem como dos convidados, foram fundamentais para o sucesso desse encontro, durante o qual a RBSO reafirmou o compromisso com a busca contínua por aprimoramento editorial, a partir das experiências e ideias debatidas”, informam.
Trabalho a céu aberto e Monitor IBUTG
“Considerando as mudanças climáticas e o impacto das temperaturas elevadas na saúde humana, especialmente devido ao aquecimento global, são relevantes as ações de prevenção ao calor voltadas aos trabalhadores que laboram a céu aberto”, é o que dizem os autores deste ensaio “Trabalho a céu aberto: passado, presente e futuro sobre exposição ocupacional ao calor”.
O ensaio apresenta as pesquisas recentes realizadas pela Fundacentro, as quais mostram que a sobrecarga térmica pode causar males à saúde dos trabalhadores que desenvolvem as suas atividades a céu aberto. “O trabalho a céu aberto é, em geral, caracterizado por atividades pesadas, que geram elevado calor metabólico”, ressaltam.
O Monitor IBUTG é apresentado como uma ferramenta tecnológica para acompanhar remotamente o calor no Brasil. Para os autores, é fundamental discutir temas emergentes que viabilizem a eliminação ou minimizem os efeitos do calor no trabalhador, bem como refletir sobre o futuro do trabalho a céu aberto, abordando entre outros aspectos, os cenários futuros de mudança climática.
Teletrabalho e pandemia de Covid-19
Como medida de segurança para conter a propagação de Covid-19, a adoção do teletrabalho ocorreu no mundo inteiro e quase nove milhões de trabalhadores tiveram suas atividades profissionais transferidas para o ambiente doméstico. A discussão do perfil dos trabalhadores, os impactos e consequências para saúde dos profissionais estão no ensaio “Teletrabalho e saúde no contexto da pandemia de COVID-19”.
Saúde e emancipação de trabalhadores escravizados
No ensaio “O desafio da atenção integral à saúde e da emancipação de trabalhadores escravizados”, o autor retrata as formas contemporâneas de trabalho escravo e suas consequências na saúde desses trabalhadores.
A falta de medidas jurídicas, econômicas e sociais deixou um legado de desigualdade, e a discussão sobre reparações continua sendo um tema relevante na sociedade brasileira contemporânea.
Traz a informação que desde a colonização até a atualidade, “as relações sociais e as riquezas geradas em todos os setores e ciclos econômicos da história nacional foram marcadas por algum tipo de escravização, decorrentes dos níveis de exploração na divisão internacional do trabalho nas diferentes fases do capitalismo, em diversas cadeias produtivas globais”.
A escravidão priva o trabalhador da liberdade e o expõe à quantidade de serviços cotidianos em condições exaustivas e degradantes para a dignidade humana. O autor aponta que “a defesa do direito à saúde desses trabalhadores implica no fortalecimento e ampliação da atenção aos vulneráveis e resgatados da escravidão”.
Informa ainda que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que existam 50 milhões de pessoas em situação de escravidão globalmente. “No Brasil, em 2023, foram encontrados 1.443 trabalhadores em condições análogas à de escravo e, desde 1995, 61.711 trabalhadores foram resgatados”.
Distúrbio da Voz
O ensaio “Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho: um olhar sobre o passado, o presente e o futuro” destaca que o distúrbio de voz ou disfonia refere-se a alterações na qualidade da voz, podendo apresentar diferentes tipos.
Já o Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho (DVRT) se relaciona às condições em que o ambiente de trabalho pode contribuir para problemas na voz, como rouquidão ou alterações vocais.
Nesse ensaio, é relatado que os professores enfrentam frequentemente o DVRT devido ao uso intensivo da voz em salas de aula. “Em 2018, o Ministério da Saúde (MS) publicou o Protocolo DVRT, visando orientar sua identificação e notificação, de modo a subsidiar ações de vigilância sobre seus determinantes”, informam as autoras.
O diagnóstico fonoaudiológico de uma alteração vocal baseia-se em diferentes classificações da disfonia. A mais utilizada recentemente estabelece a divisão em dois grandes grupos: disfonias orgânicas e comportamentais.
“As de natureza orgânica relacionam-se a alterações estruturais na laringe ou fora dela que impactam o funcionamento vocal, assim como comprometimentos de ordem neurológica. As disfonias comportamentais têm como determinantes os usos e modos utilizados pelos indivíduos para sua expressão vocal, bem como traços de personalidade que podem disparar ou agravar o quadro disfônico”.
Leia os materiais na íntegra acessando os links:
Trabalho a céu aberto: passado, presente e futuro sobre exposição ocupacional ao calor
Teletrabalho e saúde no contexto da pandemia de COVID-19
O desafio da atenção integral à saúde e da emancipação de trabalhadores escravizados
Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho: um olhar sobre o passado, o presente e o futuro
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