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Fundacentro e UFBA celebram acordo para mapear adoecimento ocupacional
A Fundacentro e a Universidade Federal da Bahia celebraram acordo de cooperação técnica para executar o projeto de pesquisa e extensão Caminhos do Trabalho Brasil. O objetivo é mapear o adoecimento ocupacional no país e combater sua ocultação. O lançamento ocorreu em 3 de agosto na Faculdade de Direito da UFBA. Esse mapeamento se baseará no atendimento a trabalhadores vítimas de agravos e na análise de material primário e secundário de fontes públicas e privadas.
“O projeto conjugará o atendimento direto aos trabalhadores com investigação e produção acadêmica, de modo a reduzir a subnotificação dos agravos, facilitar a adimplência de direitos e combater a sonegação fiscal, tanto diretamente, quanto subsidiando a atuação de outras instituições, além de colaborar para a formação de profissionais com capacidade de atuação consistente no campo da saúde laboral”, aponta o plano de trabalho.
O acordo prevê que cabe à Fundacentro organizar e manter ambiente virtual para alimentação e armazenamento dos dados obtidos durante o projeto; permitir o acesso e a análise da base de dados pela UFBA; e colaborar com a expertise da instituição para dirimir dúvidas ou consolidar achados dos atendimentos.
Já a UFBA deve manter as atividades rotineiras da equipe vinculada à universidade (professores e alunos) para o normal funcionamento do projeto; e providenciar os procedimentos administrativos e operacionais para a realização das atividades no âmbito interno da instituição.
Os gestores do acordo, que tem duração de 24 meses a partir da publicação no Diário Oficial da União, são o assessor da Presidência da Fundacentro, Vitor Filgueiras, e o professor da Faculdade de Economia da UFBA, Nuno Sampaio.
Relatório
Um primeiro relatório foi elaborado pelo assessor Vitor Filgueiras, que apresenta informações obtidas a partir de 160 entrevistas e análise de documentação disponibilizada por entregadores e motoristas entre março de 2021 e junho de 2023.
Com média de idade de 32 anos, os entrevistados eram na maioria homens (96,9%), pretos ou pardos (93.2%), com ensino médio completo (72%) e trabalhando em Salvador/BA (81,8%). No trabalho, 66,1% dirigiam motocicletas, 25,2% carros e 8,7% bicicletas; 80,1% entregavam mercadorias e 19,9% transportavam pessoas.
Em toda a vida profissional, 52,3% dessas pessoas trabalharam para uma única “plataforma”, e 70,4% das pessoas trabalharam para um ou dois “apps”; e 58,9% relatam ter sofrido acidente de trânsito, assalto, tiro ou agressão enquanto trabalhavam. As ocorrências foram de 63,6% entre os motociclistas, 50% entre os ciclistas e 45,5% entre os que guiavam carro.
Acesse o Acordo de Cooperação Técnica
Leia o Relatório de Pesquisa Número 2 - Volume I - Levantamento sobre o Trabalho de Entregadores e Motoristas das autointituladas “plataformas digitais”.