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Segurança e Saúde no Trabalho em Alagoas
No segundo dia de realização da II Jornada Alagoana de Segurança e Saúde do Trabalhador (21), Maceió, os temas abordados enriqueceram as discussões na área de SST e demonstraram a importância de se trazer para o estado de Alagoas, eventos que possam disseminar a prevenção e a criação da Fundacentro na região. Paulo Rogério de Oliveira, coordenador-geral de políticas de saúde do trabalhador da Secretaria de Políticas da Previdência Social do Ministério da Previdência Social (DF), iniciou o ciclo de palestras com o tema “O papel do nexo técnico epidemiológico previdenciário na gestão das ações de SST no trabalho”. Para ele, as empresas carecem de um diagnóstico de gestão, mais detalhado que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que possa mostrar exatamente quais fatores de risco são suficientes para que haja o nexo técnico epidemiológico. Sob o tema “Diretrizes de proteção radiológica em estabelecimentos de saúde”, o especialista em física médica em radiodiagnóstico, do Centro Regional de Ciências Nucleares (PE), Cláudio Menezes, observou que se faz necessário que as empresas públicas e privadas adotem, em nível nacional, a Portaria MS 453/98, a qual prevê uma série de ações conjuntas visando minimizar os riscos presentes na utilização de equipamentos de raios-x. O pesquisador da Fundacentro de Minas Gerais, Pedro Zuchi, apresentou o tema “Resultados preliminares da pesquisa sobre condições de trabalho no corte de cana em Minas Gerais”. Resultado de dissertação de mestrado, o trabalho aponta para as diferentes etapas do processo de corte de cana, as quais, segundo o palestrante, demandam posturas dos trabalhadores que vão além do limite. Dos trabalhadores entrevistados na pesquisa acadêmica, 57 por cento reclamaram de dores nos braços, coluna e pernas. “Precisamos apresentar outras alternativas de organização do trabalho e mostrar à sociedade que o trabalho por produção não é vantajoso”, registrou Zuchi. As atividades do dia foram encerradas com a apresentação do tecnologista da Fundacentro (BA), Armando Xavier Filho, com a palestra “A problemática do uso de agrotóxicos nas culturas de fumo e da cana de açúcar”. De acordo com os dados apontados pelo pesquisador, o Brasil é o segundo maior país consumidor de agrotóxicos do mundo, com uma média anual de 160 mil toneladas, tendo Alagoas como o estado da região Nordeste que mais utiliza produtos químicos. Somente em 2005, 4.5 bilhões de agrotóxicos foram comercializados no Brasil. Para Armando, existe uma problemática acerca dos maturadores (potencializadores), os quais não há estudos que comprovem o nível de toxicidade e os efeitos na saúde dos trabalhadores.