Lupi prestigia evento em homenagem às vítimas de acidentes do trabalho

Minha vida, meu trabalho, meu trabalho seguro – gestão de risco do ambiente do trabalho, sob esse slogan aconteceu, no dia 28 de abril de 2008, no auditório do Centro Técnico Nacional da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Pinheiros, São Paulo, evento em homenagem às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho. São milhões de acidentes, lesões e doenças relacionadas ao trabalho que acontecem a cada ano, afetando trabalhadores, empresas, a economia e o meio ambiente. Com o objetivo de discutir o envolvimento da sociedade, juntamente com o governo, trabalhadores, empresários e os sindicatos, é fundamental a sensibilização de todos na promoção de uma cultura de prevenção para reduzir de maneira significativa as doenças e as lesões no local de trabalho. A mesa de abertura foi composta pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o Representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Zuher Handar, a Superintendente da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo, Lucíola Rodrigues Jaime, o Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Roberto Della Manna, o Presidente do Instituto Nacional de Promoção Social (IPROS), Arnaldo Roberto de Souza Benedetti, o Presidente do Instituto Nacional de Saúde do Trabalho – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Siderlei de Oliveira, o Representante da União Geral dos Trabalhadores – (UGT), Adir de Souza, o Representante da Força Sindical, Armando Henrique (SINTESP), o Representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Pérsio Dutra e a Diretora de Segurança e Saúde do Trabalho, Maria Monte. Após a abertura oficial do evento, as autoridades que compuseram a mesa assinaram o Protocolo de Intenções entre o Ministério do Trabalho e Emprego, a Fundacentro e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Regional de São Paulo, objetivando o oferecimento de suporte à Formação e Oportunidades de Crescimento dos Aprendizes no Campo da Segurança e Saúde do Trabalho. Em seguida, como ato em homenagem àqueles que faleceram e foram acidentados no local de trabalho foi realizada a Cerimônia da vela e incenso para irradiar entendimento e dimensões escondidas da vida e trabalho. Como parte do Dia Internacional em Homenagem às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ressaltou a importância do evento como uma forma de marcar, politicamente, as prioridades do governo. O ministro apresentou alguns dados de 2006, quando 1339 trabalhadores morreram por causa de acidentes de trabalho, e outros 1634 ficaram inválidos por causas relacionadas também aos acidentes de trabalho, ressaltando ainda que esses números provavelmente são muito maiores, já que foram considerados apenas os trabalhadores no mercado formal. Lupi fez elogios à Fundacentro, por ele considerada o órgão mais importante e estratégico, por sua atuação na área da SST, pela qualificação de seus profissionais e seu reconhecimento internacional. Ele ainda afirmou a importância da instituição de ministrar cursos voltados para o jovem aprendiz e de conscientizá-los dos riscos a que estão sujeitos em suas funções laborais. O presidente da Fundacentro, dr. Jurandir Bóia Rocha, ressaltou a importância do 28 de abril, data de relevância nacional e mundial, por permitir o encontro de todos os parceiros na luta pela Segurança e Saúde do Trabalhador. Lembrou de algumas medidas importantes na área, como a adoção da Convenção Coletiva de Prensas Injetoras, que resultou, no período de 1995 a 2007, numa queda de 70 por cento dos acidentes envolvendo essas máquinas. Outra Convenção Coletiva de extrema relevância é a que trata dos Motoqueiros Profissionais, englobando os motoboys, categoria que cresce a cada dia. Estima-se que no Brasil, sejam gastos cerca de R$32 bilhões por ano com acidentes de trabalho, além das inúmeras mutilações e transtornos econômicos, psicológicos e sociais a que os trabalhadores ficam vulneráveis. Esse é um valor que representa para o PIB brasileiro, cerca de 4 por cento. Os acidentes de trabalho não são um privilégio do Brasil. No mundo, anualmente, entre 1,9 e 2,3 milhões de trabalhadores perdem sua vida enquanto trabalham, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). São 6.000 mortes diárias - três a cada minuto, em razão de acidentes de trabalho. Para Zuher Handar, consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a data de 28 de abril, além de relembrar os trabalhadores acidentados, é fundamental a reflexão para elaborar e colocar em prática a prevenção ao combate aos acidentes do trabalho. A OIT prioriza o trabalho decente e sem risco. O trabalhador necessita de um ambiente saudável e com condições satisfatórias de trabalho e um outro fator também importante é a formalização. O trabalho formal possibilita a garantia de segurança e saúde. Foi registrado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) um crescimento de 134 por cento de acidentes, sendo que as Lesões por Esforços ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) teve um aumento representativo. Dos registros de acidentes de trabalho nos serviços de saúde do INSS, apenas 5 por cento são notificados e 90 por cento não são. “Um trabalho decente não se pode ter trabalho infantil, escravo ou degradante, é poder ter a cobertura da seguridade social”, conclui Zuher. Pérsio Dutra, da CGT do Brasil, fez uma comparação entre o número de acidentes do trabalho, doenças e epidemias. Disse que os acidentes de trabalho matam mais que a aids, a dengue ou outra epidemia, e que a categoria dos motoboys vem registrando um alto índice de 400 acidentes por ano. “O Sistema Único de Saúde e a Previdência Social precisam atentar para os registros dos trabalhadores para que possam combater a informalidade do trabalho”, diz Dutra. Na parte da tarde, os pesquisadores da entidade, Dorival Barreiros e Rogério Galvão da Silva explanaram sobre Diretrizes de Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Ainda sobre este tema, será ministrado no CTN, de 14 a 18 de julho de 2008, o curso sobre Sistema de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho