Em Medellín, ministra da Cultura visita iniciativas voltadas ao fortalecimento do livro e da leitura

Nesta quinta-feira (18), terceiro dia de agendas na Colômbia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou a Biblioteca-Parque San Javier, em Medellín, uma das dez unidades que atendem os bairros e comunidades da cidade.                            

Acompanhada do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Rodrigues, da subsecretária de Espaços e Equipamentos Culturais (Seec) do Ministério da Cultura (MinC), Cecília Gomes de Sá, e da coordenadora-geral de Leitura e Bibliotecas da Secretaria de Formação Livro e Leitura (Sefli), Aline Franca, ela pode conferir o trabalho realizado no local e conhecer um pouco mais sobre o Sistema de Bibliotecas Públicas de Medellín.

Os complexos urbanos são compostos por biblioteca de arquitetura moderna dotada de equipamentos de informática de alta tecnologia, espaços públicos e áreas verdes. Buscam estimular práticas educativas, culturais e sociais dos bairros em seu entorno.

“Viemos conhecer o sistema das bibliotecas que transformou a vida das pessoas, essa política de integração pensada juntamente com a comunidade. É uma construção que vem acolhendo histórias e se fortalecendo em rede”, contou a ministra.

E acrescentou: "Essas bibliotecas seguem um modelo diferente e são bastante acolhedoras. A ideia é trazer a comunidade até ela ir estes locais para buscar histórias. Isso é uma maneira de atrair os jovens, as crianças e as famílias. É uma experiência maravilhosa”, comentou.  

A implantação das bibliotecas-parque teve início entre 2005 e 2008, com a abertura de cinco unidades, entre elas a de San Javier.

Os complexos integram o Sistema de Bibliotecas Públicas de Medellín, que busca assegurar o acesso gratuito à informação, leitura, escrita, conhecimento, pensamento e fruição da cultura a todos os cidadãos.

A coordenadora-geral de Leitura e Bibliotecas da Sefli salienta o papel que os espaços de leitura exercem nas comunidades. “As bibliotecas de Medellín são uma referência no que se refere à construção do vínculo com os territórios e a promoção de uma cultura de paz a partir do incentivo à leitura. Por meio de seus serviços, pessoas de todas as idades exercem a sua cidadania cultural em suas múltiplas expressões. Neste sentido, as bibliotecas estão inseridas no cotidiano da cidade como um elo de respeito aos saberes locais e as inúmeras possibilidades de futuros”, afirmou Aline Franca.

Visitas   

Também nesta quinta, a ministra e a comitiva da Pasta estiveram na Biblioteca Pública la Floresta, inaugurada em 1985. No local, eles tiveram a oportunidade de presenciar o trabalho ali realizado.       

No dia anterior, o grupo visitou o Museo de la Ciudad Autoconstruida e a Biblioteca Pública Gabriel Garcia Marquez, no parque El Tunal, em Tunjuelito, ambos em Bogotá. “É o exemplo mais simbólico que se tem do conceito de biblioteca viva”, explicou a subsecretária de Espaços e Equipamentos Culturais.

Na conversa com os representantes das prefeituras de Bogotá e de Medellín foi  falado sobre o projeto dos CEUs da Cultura, que têm modelo de gestão compartilhada, o que foi considerado um avanço pelos colombianos. “Há possibilidade de intercâmbio entre os dois países, pois o Brasil é referência em programas de participação social e eles de infraestrutura cultural de equipamentos na área de livro, leitura e bibliotecas. Então será importante essa troca”, justificou Cecília Gomes de Sá.

Compromissos

A série de compromissos da ministra da Cultura em solo colombiano termina no fim de semana. Na sexta (19), ela se reúne com secretário de Cultura de Medellín, Santiago Silva Jaramillo e visita o Distrito Criativo do Perpétuo Socorro. No sábado (20) será a vez de conhecer o Parque Explora.

As agendas visam promover o intercâmbio cultural entre os dois países e o estreitamento das relações bilaterais.

Durante a viagem ao país, a chefe da Cultura, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou na quarta (17) da abertura da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo 2024). O Brasil é o país convidado de honra desta edição e está com uma delegação com 29 escritores, escritoras e quadrinistas.

A presença brasileira na FILBo 2024 é resultado de ação conjunta entre os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, por meio do Instituto Guimarães Rosa (IGR), da Embaixada do Brasil em Bogotá, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e do Instituto de Cultura Brasil Colômbia (Ibraco).