Em ato, ministra anuncia aprovação do PL que institui Margarida Alves heroína nacional

Maior mobilização de mulheres do campo e das cidades da América Latina, a 7ª Marcha das Margaridas trouxe para Brasília, no Distrito Federal, aproximadamente 150 mil mulheres na manhã desta quarta-feira (16). Com o lema "Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver", elas atravessaram os rincões do país trazendo reivindicações que foram acolhidas pelo Governo Federal. A ministra Margareth Menezes participou do ato ao lado de uma comitiva do Ministério da Cultura.

Na véspera, durante o ato que lançou a Marcha 2023, a chefe da Cultura anunciou a aprovação, pelo Senado Federal, do PLC 63/2018, que inclui o nome de Margarida Alves como heroína da pátria. O título é concedido a personalidades que tiveram importantes funções na defesa ou na construção do país. “Essa notícia consagra a luta das participantes da marcha”, comemorou a ministra.

Ações federais

O legado da homenageada - brutalmente assassinada em função de sua luta -, ganha força com a criação de um Pacto Nacional de Prevenção a Feminicídios. Também foi assinado documento pela retomada do Programa de Reforma Agrária e a regularização de 40 mil famílias em assentamentos no Brasil, entre os oito decretos anunciados pelo Governo Federal.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso ao final da caminhada. Nela, falou sobre o protagonismo das mulheres e seus direitos em fazer escolhas. “Que bom estar de mãos dadas com tantas margaridas para a reconstrução do Brasil. Esse governo nunca faltará com vocês. Não tenham medo de reivindicar”.

Mazé Morais, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e coordenadora da Marcha disse que o objetivo das margaridas é ajudar a reconstruir o Brasil. “Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede”, afirmou.

Mulheres e Cultura

Margareth assumiu o compromisso da Pasta com as margaridas “O Minc é o Minc do Brasil e nós estamos de portas abertas para vocês”. Ressaltando a garra das mulheres ao atravessarem o país em busca de melhores condições de vida, a ministra emocionou o público ao encerrar sua participação cantando Nos bailes da vida, música de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Também na abertura, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou que a marcha representa tanto as mulheres presentes, quanto as que ficaram em seus estados. “Quando as mulheres marcham elas não marcham só por elas, elas marcham pelas crianças, pelos homens, pela vida, pela cidadania”.

Participações

Estiveram também no ato de abertura as(os) ministras(os), Nísia Trindade (Saúde); Marina Silva (Meio Ambiente); Anielle Franco (Igualdade Racial); Sonia Guajajara (Povos Indígenas); Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); Ana Moser (Esportes), Márcio Macedo (Secretaria Geral da Presidência da República); Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome); Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).